Hoje iniciamos o mês de julho, mês de
São Camilo de Lellis, o fundador dos padres e religiosos camilianos. Portanto,
ele é o nosso pai espiritual. Queremos, em sintonia com a nossa Igreja,
venerá-lo e propô-lo como modelo de caridade junto aos doentes e sofredores. Não
o propomos para ser adorado, como dizem alguns dos nossos irmãos evangélicos,
mas para ser imitado na sua exemplar caridade junto aos doentes e sofredores.
Ele foi nomeado patrono dos hospitais e
profissionais da saúde pelo papa Leão XIII, junto com São João de Deus.
Por isso, no decorrer deste mês,
veicularemos alguns pensamentos desse gigante da caridade que viveu no século
XVI, mas ainda hoje vive, em espírito e verdade, no coração dos camilianos e de
milhares de profissionais e agentes da pastoral da saúde espalhados pelo mundo
afora. Divulgaremos alguns dos seus pensamentos e os comentaremos, com o
intuito de facilitar o acesso à sua espiritualidade.
"Hoje Deus quer de nós obras de
caridade. Não seria boa aquela piedade que cortasse os braços da caridade.
Enquanto o tempo é nosso, é de suma perfeição fazermos o bem aos pobres,
e, se for necessário, ajudemo-los, deixando Deus por Deus porque não nos
faltará o tempo para contemplá-lo no Paraíso. Ai de nós, porém, se esquecêssemos
de que devemos sempre orar! Se nos limitássemos àquela breve hora de oração da
manhã e depois vagássemos o dia todo em ocupações com a mente distraída, no fim
do dia achar-nos-íamos com as mãos cheias de moscas e de vento..." (São
Camilo).
Camilo
expressa com esse pensamento a prioridade absoluta da caridade. Não lhe agradam
em nada aquela piedade e oração que distanciam a pessoa dos doentes e dos seus
cuidados. A oração deve ser combustível do bom para conduzir aquele que reza à
caridade concreta. Além disso, o verdadeiro piedoso procura a vontade de Deus o
dia todo e não apenas em alguns momentos de oração, que muitas vezes são
palavras vazias.
Na dúvida
entre rezar e o exercício da caridade junto a um doente realmente necessitado,
Camilo de Lellis, não deixa margem para a dúvida. Ele manda priorizar o ficar
perto do Deus encarnado atendendo-o nas suas necessidades e demandar a ação
contemplativa para o Céu, pois lá teremos muito tempo para isso. Aliás, no Céu
não haverá mais tempo, mas sim a eternidade.
Com isso não
há nenhum desprezo pela oração. Camilo destaca, sobretudo, para os camilianos,
a urgência da caridade junto aos que sofrem. Se for necessário sacrifique-se a
oração em favor da caridade, pois é ela que nos abrirá as portas do Paraíso. Além
disso, Camilo orienta os seus seguidores a trabalhar rezando e rezar
trabalhando, ou seja, a buscar em todos os momentos a vontade de Deus.
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