sexta-feira, 17 de julho de 2015

Dia 17

O nosso Gigante da Caridade não para de nos surpreender como o seu modo de pensar e, sobretudo, com seu modo de agir ao pé da cruz do leito dos enfermos.  Maria se solidarizou com o seu filho aos pés da cruz e Camilo se solidariza com os sofredores ao pé da cruz do leito de dor. 
“Nós devemos agradecer os doentes pela boa oportunidade que nos oferecem. Rendamos graças a Deus sem esperar que eles nos agradeçam” (São Camilo).
Os santos são maravilhosos. Eles nos apontam o caminho para Deus, isto é, para o Céu. São Camilo nos ensina a agradecer a oportunidade que os enfermos nos oferecem para servi-los. Geralmente costumamos queixar-nos que doentes, idosos, deficientes, e pobres, que dão aquele trabalho. É verdade que dão trabalho, mas os santos têm uma forma maravilhosa de encarar esses trabalhos. Eles não os veem como problemas para se lamentar, mas como oportunidades para o exercício da caridade. Quantas atitudes maravilhosas nós podemos aprender dos santos!
Quantos de nós deixamos de ajudar as pessoas porque elas não são agradecidas! A pessoa agradece se puder e se tiver tido formação para isso. A essência do cristianismo não está em receber elogios e agradecimentos, mesmo que humanamente sejam bons e possam estimular aquele que os recebe. A essência do cristianismo, que leva à santidade, está em amar a todos sem esperar os agradecimentos. O fundamento do camilianismo, que é parte viva do cristianismo, está em amar os doentes por amor a Deus, que podemos contemplar na face de cada um deles.
Deus nos amou não porque nós agradecemos. Enquanto ainda éramos pecadores, Ele veio ao nosso encontro para amar-nos (cf Gl 4,3). Ele amou porque ele é bom e não porque nós somos agradecidos.  São Camilo que é uma seta que aponta o caminho para Deus procurou plantar na sua escola de caridade essa semente de Deus que se chama gratuidade.
Ontem tive a oportunidade de visitar uma família que cuida de uma senhora idosa, que no momento está acamada e bem confusa, mentalmente falando. Pude falar aos cuidadores, que são os netos e a filha, sobre a grande oportunidade que estavam tendo de cuidar de Deus e aprender a arte da gratuidade, que enche o coração de felicidade. Com isso não negamos as dificuldades, mas miramos as inúmeras oportunidades da família e da comunidade de amar verdadeiramente servindo os enfermos e, justamente por isso, beber a verdadeira alegria. Após essa fala e rezarmos juntos, pude sentir a paz e a serenidade tomando conta de todos.

Pedimos a São Camilo a graça de assumirmos todas as nossas tarefas como oportunidades para servir e, mais do que isso, agradecer a Deus e às pessoas as oportunidades de servir. 




Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

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