quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Escola Bíblica!

Com alegria, informamos que nossa escola retornará no dia 29 de fevereiro.
Muitas novidades nos aguardam. Entre elas destacamos o tema "Ano da Misericórdia" e o "Evangelho de São Lucas".
Aguardamos você, dia 29, às 20h.
Na sala do estacionamento da matriz!

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A CURA DOS TRAUMAS



Como eu nasci na roça estive o tempo todo da minha infância e juventude imerso na natureza. Desse modo pude observar inúmeras vezes as machucaduras nos troncos das árvores e mesmo nas suas raízes. Uma vez feridas a natureza toda se voltava para aquele lugar a fim de sarar aquele machucado. Gradativamente o ferimento era restaurado, porém permanecendo uma cicatriz. Algumas árvores, a partir dos ferimentos e a sua restauração começavam a produzir mais frutos. Quase que prevendo a possibilidade de morrerem e assim apressadamente se punham a produzir frutos e sementes para garantir a espécie.                                                                                                                                Com a evolução das ciências procura-se evitar, quanto possível, os traumas nas crianças que são concebidas e nascidas. Mesmo assim, parece que alguns momentos traumáticos pontilham a vida de todos os seres humanos. Alguns causados pelo despreparo dos genitores, outros pela imperícia médica, outros por conta de tios, irmãos, vizinhos, colegas de aula, de trabalho, catequistas, professores e até mesmo de sacerdotes.

O que são mesmo os traumas humanos? São momentos difíceis, doloridos e que machucaram a pessoa. Momentos esses mais rápidos e superficiais ou com maior intensidade e duração. Os primeiros marcam menos a pessoa embora repercutam na mesma, de alguma forma. Exemplos disso são pequenas injustiças cometidas pelos pais nos primeiros anos de vida da criança, voluntárias ou involuntárias.  Os segundos marcam mais profundamente o ser humano que machucam e podem repercutir fortemente nos comportamentos daquela pessoa. Exemplos disso são as agressões sexuais cometidas por familiares ou estranhos nas crianças. 
Diante dessa realidade traumática das pessoas humanas o que fazer? Alguns sonhadores e mágicos imaginam ser possível, num toque, retirar esses traumas ou machucaduras das pessoas e essas estariam restauradas, renovadas como se nada tivesse acontecido no seu passado. Na verdade, isso não passa de um sonho bom. O que a experiência nos ensina é que essas marcar ou traumas permanecem com as pessoas a vida toda. São como as cicatrizes ou nós das plantas, que permanecem com elas o tempo todo.
Se é assim o que nos resta a fazer? A ciência, sobretudo a psicologia, nos ensina que é possível acolher a nossa realidade tal como ela é. Uma vez que nos damos conta das nossas machucaduras pequenas, medias e grandes, podemos rejeitá-las, acusar os outros que nos machucaram, culpar a Deus que permitiu que isso acontecesse conosco. Com isso passaremos a ser eternos sofredores e mal-humorados.
Por outro lado, podemos acolher as nossas machucaduras e aprender com elas. Aprender que não somos perfeitos, que somos limitados, quebrados, pecadores e sujeitos a rupturas. Aprender que necessitamos do amor do nosso Criador para amorizar as nossas machucaduras. Uma vez que envolvemos os nossos traumas com a aceitação e o óleo do amor de Deus seremos capazes de utilizar dessas experiências para tratar melhor os demais e assim não machucá-los como fizeram conosco. Seremos capazes de ser mais compreensivos com os que nos machucaram e rezar por eles para que sejam melhores. Em fim, faremos das nossas experiências traumáticas oportunidades para confiar mais em Deus e para tratar melhor os nossos irmãos e irmãs. Faremos como São Francisco que utilizou as pedras (traumas) para renovar a Igreja de Jesus, que é feita de pessoas.

Queridos leitores! Peçamos que a Graça de Deus e ajuda dos bons profissionais nos leve a acolher com amor as nossas machucaduras e fazer delas ferramentas para acolher e aceitar a nós e aos demais, com carinho e misericórdia. 








Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR