quinta-feira, 29 de setembro de 2016

EU TE SEGUIREI PARA ONDE QUER QUE FORES, MAS ...

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No entusiasmo e na euforia o seguimento de uma ideia ou de uma pessoa é fácil e cheio de encantos. Normalmente fazemos juras de amor eterno, de seguir até o fim do mundo, ou até que a morte nos separe. Como é bonito ouvir isso dos noivos que se dão em casamento! A realidade, porém, deixa a desejar.
Lendo o Evangelho de Lc 9,57 encontramos alguém disposto a seguir Jesus para onde fosse.  Eis, portanto, o que acontece com as pessoas no momento do entusiasmo e da alegria. Promessas e mais promessas. Parece ser a emoção mais que a razão a comandar esse tipo de decisões. Com isso, não estou dizendo que não possa haver.
Logo a seguir, Jesus apresenta as condições para o seguimento dele. Afirma que as raposas têm tocas e os pássaros ninhos para se abrigarem, mas ele não possui sequer um lugar para descansar. A sua segurança está em Deus Pai e, portanto, livre para amar. Eis um grande desafio para quem de fato quer segui-lo, ou seja, o desprendimento de tudo e de todos, colocando a confiança no Pai, que cuida dos seus filhos, muito mais do que as flores do campo. 
Além do mais, esse desapego de Jesus, não aparece como desprezo das coisas e da segurança pessoal, mas como liberdade para poder ouvir a voz do Pai que o enviou para servir. Por isso mesmo, apresenta aos que querem segui-lo verdadeiramente, a necessidade do desapego e da liberdade para atender as demandas dos irmãos e das irmãs, que surgem a qualquer momento.
Continuando a leitura do evangelho (Lc 9,58ss) encontramos outros que fazem exigências para poder seguir a Jesus. Um quer primeiro enterrar os familiares, outro deseja despedir-se deles. De qualquer maneira, nota-se um apego a pessoas, coisas e tempo que dificultam a liberdade de seguir radicalmente a Jesus, que é, por excelência um homem livre para amar.
Vejo nisso, a realidade de cada ser humano. O desejo de seguir radicalmente o Mestre Jesus, mas, por outro lado, a insegurança e o apego a pessoas, bens e ideias que dificultam essa entrega. A liberdade para amar, só será possível na medida em que se experimenta a Jesus, como o maior tesouro. Sem essa experiência, que deve ser avivada a cada dia, surge as exigências e as recusas ao seu seguimento amoroso.
Por isso, peçamos a graça de redescobrir a cada dia esse grande tesouro, que é Jesus, e movidos pelo seu amor sermos atraídos para segui-lo com perseverança, apesar dos contratempos e tentações. Segui-lo para sermos servidores dos nossos irmãos, vendo o rosto de Jesus em cada um deles. 







Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR