Hoje o nosso
querido Camilo nos instrui a respeito da virtude da caridade e da importância
para a nossa vida cristã: “Se não tivéssemos caridade seriamos como um corpo
sem alma ou como um peixe fora da água, que logo morre. E se fossemos frios na caridade,
seriamos como um burro trôpego, recoberto de esplêndido e riquíssimo xairel!
Coitados desses burros trôpegos! Para que serve o xairel, se não temos a
substância da caridade?" (São Camilo).
Queridos irmãos! Como podemos ler em
São Camilo, fica muito claro que uma pessoa que não vive a caridade não passa
de alguém vazio, desprovido de sentido. Uma pessoa vazia de sentido vai tentar
preencher a sua vida de qualquer maneira com aparências, coisas, cargos ou
prazeres, mas continuará vazia, pois nada disso dará sentido à sua vida.
O coração do homem e da mulher foi
feito para o amor e não para serem depósitos de coisas, títulos e prazeres
passageiros. O coração do homem não descansará enquanto não repousar no amor,
isto é, na caridade. Deus é amor, isto é, caridade. O homem e a mulher
que vivem a caridade estão cheios de amor, estão cheios de Deus e por isso
repousando na paz que é Deus.
Quando S. Camilo fala de burros com
riquíssimos arreios ou xairel ele estava vendo religiosos e cristãos que se
preocupavam excessivamente com as aparências e nem tanto com a caridade.
Infelizmente vemos, ainda hoje, muitas pessoas que se dizem católicas, mas
investem em demasia nas aparências e são miseráveis em caridade para com o
próximo. Se parecem com túmulos bonitos por fora, mas dentro estão vazios ou
cheios de podridão. S. Camilo está perguntando ainda hoje: para que serve isso?
Infelizmente essa preocupação com as
aparências não ocorre somente com os leigos, mas com religiosos e sacerdotes.
Isso aparece claro quando o sacerdote está mais preocupado com as rendas e as
casulas das celebrações do que com a acolhida do povo e a visita aos enfermos
nos hospitais e casas. Com isso não estamos dizendo que é para descuidar dessas
coisas, mas que a caridade está acima disso conforme nos instrui S. Paulo no
capítulo treze da primeira carta aos cristãos de Corinto, no Hino da Caridade.
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