segunda-feira, 27 de julho de 2015

Dia 26

“Consideremos as nossas coisas como se fossem dos pobres: somente aquilo que tivermos dado a eles, será nosso! Se colocamos o pão nas mãos dos pobres, encontrá-lo-emos na eternidade nas mãos de Cristo”.
Eis aqui mais um grande desafio proposto pelo nosso Herói da Caridade. Atualmente, observamos que a maioria do nosso povo é educado para tomar posse das coisas e não para abrir mão delas. O pensamento de Camilo coloca-nos diante de uma nova orientação cultural. Orientação essa que nos conduz contra a corrente. Pela nossa experiência não é fácil nadar contra a correnteza. Requer do nadador força dupla para vencer a corredeira que vai nos conduzindo contra a nossa vontade.
São Camilo orienta-nos para que consideremos as nossas coisas como se fossem dos pobres. Como chegar a fazer isso sem que haja uma força impositiva que vem de fora de nós, dado que por natureza somos egocêntricos e um tanto egoístas? A nosso ver, o Evangelho nos ensina como fazer isso. Necessitamos criar no nosso coração um grande amor a Deus. Cheios do amor a Deus nós beberemos avidamente a sua Palavra. No coração da sua Palavra descobriremos que tudo o que fizermos a um irmão ou irmã pobre, Deus o considera feito a Ele. Movidos pelo amor a Deus seremos capazes de abrir mão de todas as suas coisas em favor deles.
Muito mais do que abrir mão das nossas coisas seremos capazes de fazer o que os namorados apaixonados fazem, isto é, consagrar todo o nosso ser a serviço dos mesmos. Se ainda não estivermos convencidos disto, basta que meditemos a vida dos Heróis da Igreja, isto é, dos nossos Santos.
Vejamos S. Francisco que renunciou toda a riqueza do seu pai Bernardone, inclusive as suas próprias vestes. Após essa renúncia chocante para os seus familiares, ele se consagrou inteiramente aos pobres e leprosos. 
Olhemos um pouco o nosso santo dos doentes que saía pelas ruas a pedir esmolas para a manutenção da comunidade, mas chegava em casa sempre de mãos vazias pois acabava distribuindo aos pobres que existiam em todas as esquinas da Roma.
Somente esse grande amor a Deus nos capacitará a marchar contra a cultura do ter sempre mais, que vai escravizando o coração do ser humano e tornando-nos menos felizes. Somente um grande amor a Deus nos levará a abrir mão de algumas coisas e de um pouco de nosso tempo para fazer alguém feliz. Somente um amor imenso a Deus nos levará a abrir mão de tudo e de todos para na liberdade consagrar-nos inteiramente aos demais irmãos, especialmente aos mais pobres.

Peçamos a graça de descobrir o tesouro, mencionado no Evangelho de Mateus (Mt 13,44) que leva o indivíduo a abrir mão de todas as coisas terrenas para adquirir esse tesouro no Céu. 


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

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