quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dia 16

Estamos apresentando S. Camilo como um modelo de vida a ser seguido. Não o apresentamos como alguém para ser adorado como alguns que creem diferente nos acusam. Em momento algum ele chamou a atenção sobre si e muito menos se endeusou para ser adorado. Pelo contrário, se apresentou sempre como um tição para o inferno, se não fosse a Graça de Deus que o curasse e santificasse. O apresentamos, portanto, como uma seta que aponta o caminho para o Céu, que é Jesus, a quem devemos adorar.
 São Camilo, como seta que aponta o caminho para o Céu, nos recorda que o caminho para Céu passa pelo amor aos doentes. Ele confirma a primeira carta de São João que diz que todo aquele que ama os enfermos nasceu de Deus e conhece a Deus.
 "Os enfermos são os nossos senhores e patrões, amemo-los ternamente. Vejamos nos pobres a própria pessoa de Cristo. Estes pobres que servimos um dia nos farão ver a face de Deus" (São Camilo).
 Aqui, Camilo força-nos a rever o nosso conceito de patrão. Geralmente o patrão é o superintendente do hospital e todos procuram respeitá-lo e obedecem às suas ordens. Geralmente acolhem e obedecem mais por medo do que por amor. Camilo chama-nos para mudar esse paradigma. Ele afirma categoricamente que os nossos patrões são os doentes e não os administradores. Os doentes são a razão de ser do hospital e de nós também. Eles são os nossos senhores, isto é, nossos patrões. Eles mandam e nós devemos atendê-los nas suas necessidades, movidos pelo amor e não mais pelo medo de perder o emprego. Eles são Jesus Cristo, nosso Senhor, doente e necessitado. Portanto, nós cristãos e camilianos, somos chamados a obedecer aos doentes e a servi-los vendo em cada um deles o rosto de Jesus.
 Camilo não quis ser apenas diferente, mas quis colocar em prática o Evangelho de Jesus Cristo, que diz que tudo o que fizermos a um doente, foi ao próprio Jesus que o fizemos (cf. Mt 25,36ss). Quis colocar em prática o Evangelho que diz que seremos julgados pelo amor e não pelo medo.

 Ele continua dizendo que a caridade para com os doentes nos abre as portas para a visão do rosto de Deus. Nós, que servimos os doentes nos hospitais e nas casas, somos privilegiados, pois, podemos, desde já, contemplar o rosto de Jesus em cada enfermo. Podemos amar, de forma bem concreta, a Deus em cada sofredor. Podemos saborear o Céu na caridade junto aos enfermos, nossos verdadeiros patrões.  




Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

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