sexta-feira, 31 de julho de 2015

Dia 31

“Deus quer que sirvamos, que consolemos, que ajudemos aos que sofrem, sem distinção de pessoas. Antes, vamos mais prontamente aos mais pobres e abandonados, para ajudá-los e assisti-los até o fim”.
Para fechar o mês de S. Camilo, vai aí mais um pensamento típico de gente santa. Normalmente, nós que andamos um tanto longe da santidade, escolhemos as pessoas mais agradáveis para servir, enquanto que as chatas e rabugentas, as esquecemos e até as ignoramos.
Lembro aqui, do jornalista que foi dizer a Madre Tereza de Calcutá que estava cuidando de um doente malcheiroso, que não faria aquilo nem por mil dólares. A Santa disse que também não o faria por mil dólares. Diante disso o jornalista insistiu perguntando por que o fazia então? Ela respondeu que fazia aquilo por amor a Deus e às pessoas.
Eis o combustível que move os santos e santas de Deus. Certamente que não é o dinheiro ou outros interesses pessoais. O Amor a Deus e às pessoas é o que move os gigantes da caridade a fazer extraordinariamente bem aquilo que os endinheirados não fariam por mil dólares, ou seja, cuidar de um mendigo fedido, de uma criança abandonada ou de um doente malcheiroso.
Neste tempo em que se briga para superar racismos e discriminações, a orientação do nosso Santo revela toda a sua atualidade. Camilo chama os seus a ajudarem a todos sem distinções. Se uma distinção pode ser feita é em relação aos mais pobres, pois eles necessitam mais dado a sua indigência.
Por que essa orientação? Enquanto os ricos e mais bem de vida possuem condições financeiras e gente para atendê-los, os pobres e indigentes, por vezes, não possuem nem uma e nem outra. Por isso mesmo, Camilo recomenda que se alguma distinção deva ser feita que se atendam mais prontamente os pobres, pois eles têm por amigo, normalmente, um cachorro e ninguém que os ajude.
Importa perceber que em momento algum ele recomenda que os ricos não devam ser atendidos. Muito menos incita os seus contra os ricos, que por vezes são mais pobres do que os pobres de bens materiais, pois alguns deles andam longe de Deus enquanto os pobres, financeiramente falando, na sua maioria, andam muito ligados a Ele.  
Camilo ousa pedir que se ajude os necessitados até o fim e não uma vez apenas, como costumeiramente fazemos, muitas vezes para nos livrar deles. Basta pensar um pouco nas nossas doações nas ruas, praças e esquinas. Pede que façamos uma caminhada de escuta atenta e serviçal até o fim da vida, sempre que necessário e possível. Pede, em suma, que os ajudemos a viver e a morrer bem.  

Peçamos a graça de colocar em prática essa sábia e santa orientação de Camilo de Lellis, para edificarmos uma sociedade mais justa e mais fraterna. 


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

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