quinta-feira, 30 de julho de 2015

Dia 30

 “Os hospitais são o mar pequeno e o Mediterrâneo, mas a assistência a domicílio é o oceano sem limites e sem fundo, porque em toda a parte do mundo se morre”.
Queridos leitores! Eis como pensa um homem que ama a Deus apaixonadamente e descobre no serviço aos enfermos o tesouro visível, palpável e carente de cuidados. Não se contenta com pequenas ações pontuais, mas pensa os necessitados em todos os locais e corre para alcançá-los com suas “mil mãos” servidoras.
Pensar os doentes que havia nos hospitais já era um desafio não pequeno para S. Camilo e seus companheiros que não eram tão numerosos. Camilo colocava o sonho de atender a todos, nos hospitais e casas, para motivar os seus à generosidade e à criatividade a fim de atrair muitos para a sua escola de caridade. Atraia gente para servir como sacerdote, como religiosos e também como leigos.
Juntamente com o seu ideal sonhado vinha o exemplo de dedicação caridosa de Camilo e seu companheiros junto aos doentes e moribundos. Diante desse testemunho visível, muitos jovens e adultos sentiam-se motivados a engrossar as fileiras camilianas para o exercício vivo da caridade.
Além disso, quando não eram mais desejados em algumas instituições, como de fato aconteceu, Camilo os motivava a não desanimarem dizendo que doentes para servir não havia apenas naquelas unidades hospitalares, mas nas residências do mundo inteiro havia e não havia poucos. Por isso mesmo, quando não eram mais desejados em algum hospital Camilo apontava imediatamente outro ou famílias que os apreciavam e os desejava muito.
No final do seu pensamento ele diz que em toda parte do mundo se morre. Por que fala assim se os Camilianos têm a missão de cuidar dos doentes? Na verdade, os seguidores de Camilo além de cuidar dos enfermos para que recuperassem a saúde davam atendimento aos moribundos. Eram chamados nos hospitais e casas para cuidar dos enfermos e para ajudá-los a bem morrer.  Por conta disso, no início o grupo de Camilo era chamado de Padres da Boa Morte. Só bem mais tarde é que recebem o título de Ministros dos Enfermos (MI).
Caríssimos leitores! Nós que possivelmente descobrimos esse tesouro de serviço aos irmãos enfermos nos hospitais e residências, podemos cultivar o sonho de atender a todos com os nossos braços e com os de muitos irmãos e irmãs que poderão ser atraídos pelo nosso testemunho vivo. Diante de algumas portas que podem fechar-se não é interessante ficar aí a esmurrar as mesmas, mas olhar para as mil necessidades dos nossos irmãos em outras instituições, residências e periferias da vida, onde somos aguardados como a terra seca anseia pela chuva.

Particularmente na nossa paróquia, de Nossa Senhora da Boa Esperança, encontramos muitos doentes e idosos nas nossas casas. Muitos deles não têm a sonhada assistência de uma mãe carinhosa que cuida do seu filho único doente, pensada por S. Camilo. Ouso pedir a Deus, pela intercessão de S. Camilo, a graça de termos sacerdotes, religiosos e leigos, com o coração cheio de amor e espírito de serviço, em abundância, para que todos sejam envolvidos com o espírito e serviço camilianos. 


Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

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