“Os hospitais são o mar pequeno e o
Mediterrâneo, mas a assistência a domicílio é o oceano sem limites e sem fundo,
porque em toda a parte do mundo se morre”.
Queridos leitores! Eis como
pensa um homem que ama a Deus apaixonadamente e descobre no serviço aos
enfermos o tesouro visível, palpável e carente de cuidados. Não se contenta com
pequenas ações pontuais, mas pensa os necessitados em todos os locais e corre
para alcançá-los com suas “mil mãos” servidoras.
Pensar os doentes que havia
nos hospitais já era um desafio não pequeno para S. Camilo e seus companheiros
que não eram tão numerosos. Camilo colocava o sonho de atender a todos, nos
hospitais e casas, para motivar os seus à generosidade e à criatividade a fim
de atrair muitos para a sua escola de caridade. Atraia gente para servir como
sacerdote, como religiosos e também como leigos.
Juntamente com o seu ideal
sonhado vinha o exemplo de dedicação caridosa de Camilo e seu companheiros
junto aos doentes e moribundos. Diante desse testemunho visível, muitos jovens
e adultos sentiam-se motivados a engrossar as fileiras camilianas para o
exercício vivo da caridade.
Além disso, quando não eram
mais desejados em algumas instituições, como de fato aconteceu, Camilo os
motivava a não desanimarem dizendo que doentes para servir não havia apenas
naquelas unidades hospitalares, mas nas residências do mundo inteiro havia e
não havia poucos. Por isso mesmo, quando não eram mais desejados em algum
hospital Camilo apontava imediatamente outro ou famílias que os apreciavam e os
desejava muito.
No final do seu pensamento ele
diz que em toda parte do mundo se morre. Por que fala assim se os Camilianos
têm a missão de cuidar dos doentes? Na verdade, os seguidores de Camilo além de
cuidar dos enfermos para que recuperassem a saúde davam atendimento aos
moribundos. Eram chamados nos hospitais e casas para cuidar dos enfermos e para
ajudá-los a bem morrer. Por conta disso,
no início o grupo de Camilo era chamado de Padres
da Boa Morte. Só bem mais tarde é que recebem o título de Ministros dos Enfermos (MI).
Caríssimos leitores! Nós que
possivelmente descobrimos esse tesouro de serviço aos irmãos enfermos nos
hospitais e residências, podemos cultivar o sonho de atender a todos com os
nossos braços e com os de muitos irmãos e irmãs que poderão ser atraídos pelo
nosso testemunho vivo. Diante de algumas portas que podem fechar-se não é
interessante ficar aí a esmurrar as mesmas, mas olhar para as mil necessidades
dos nossos irmãos em outras instituições, residências e periferias da vida,
onde somos aguardados como a terra seca anseia pela chuva.
Particularmente na nossa
paróquia, de Nossa Senhora da Boa Esperança, encontramos muitos doentes e
idosos nas nossas casas. Muitos deles não têm a sonhada assistência de uma mãe
carinhosa que cuida do seu filho único doente, pensada por S. Camilo. Ouso
pedir a Deus, pela intercessão de S. Camilo, a graça de termos sacerdotes,
religiosos e leigos, com o coração cheio de amor e espírito de serviço, em
abundância, para que todos sejam envolvidos com o espírito e serviço
camilianos.
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR
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