“Devemos reconhecer Deus, nosso Senhor, em nossos irmãos: Deus, um no outro, como na sua imagem e semelhança. Por isso cada um tem que manifestar para com o outro aquele respeito que convém a pessoas consagradas a Deus, e mesmo como se o outro fosse o nosso superior”.
Quantas coisas maravilhosas
aconteceriam entre nós se efetivamente reconhecêssemos a Deus, nosso Senhor, em
cada irmão e em cada irmã! Quanto respeito haveria entre o homem e a mulher! Em
hipótese alguma, nos daríamos o direito de espancar a mulher ou qualquer outra
pessoa, mesmo que seja pobre ou prostituida. Nenhum católico e ou amigo de
Jesus se daria o direito de abandonar a sua esposa, seu marido ou o seu filho
por causa de uma falha ou pecado, ao contrário, redobraria de cuidados para com
ele.
Nenhum católico, que diz que
ama a Deus, se daria o direito de explorar o irmão ou a irmã. Nem porque é
menor, nem porque é mulher, nem porque é pobre e muito menos porque é negro. Todos seriam
reconhecidos como irmãos e amados como deuses.
Particularmente aquele que
consagra a vida a Deus, a quem não vê, dedicaria toda a sua vida aos irmãos e
às irmãs, a quem vê muito bem. Em cada um deles, particularmente nos pobres e
doentes, o consagrado é chamado a servir a Deus, onde mostra o seu rosto esfomeado,
doente ou marginalizado.
O batizado é consagrado a Deus
para se colocar a serviço de Deus em cada um dos seus irmãos. Quanto mais o
consagrado, na vida religiosa, é
chama a expressar todo o seu amor a Deus com atitudes de grande respeito às pessoas,
especialmente aos colegas de consagração.
Conta-se que um seminário
estava cheio de brigas e confusões entre os consagrados. O superior procurava
enfrentar as dificuldades, mas não conseguia. Teve que reconhecer que aquela
casa estava realmente em crise e seu fim estava próximo. Um belo dia, porém,
ouviu dizer que havia um homem sábio que indicava a solução para os problemas.
Foi ter com ele e contou-lhe sobre as brigas e desavenças que aconteciam por lá. O homem de Deus ouviu atentamente a tudo e a
seguir lhe disse que Jesus estava naquele seminário escondido numa pessoa. Meio
incrédulo o superior retornou para casa, reuniu a comunidade e contou para os
demais a novidade. Todos ficaram imaginando em qual pessoa estaria escondido
Jesus. Não podendo identificar em qual, passaram a tratar a todos como a pessoa
de Jesus. Em pouco tempo a crise desapareceu e aquela casa floresceu em
respeito, caridade e vocações em abundância.
São Camilo chegava até a
reverenciar os enfermos, pois via em cada um deles o próprio Deus. Chegou ao
extremo de confessar os próprios pecados ao doente certo que Deus estava aí
para ouvi-lo e perdoá-lo. Diante disso entendemos o seu empenho em cuidar bem
de cada pessoa enferma. O seu amor a Deus o levava a ser extremamente dedicado
aos sofredores. Para ele os pobres enfermos não eram números, ou casos, mas os
seus senhores e patrões.
Peçamos a São Camilo a graça
de contemplar na criatura o criador e particularmente em cada doente e sofredor
e, assim, considerar o outro sempre mais importante do que nós mesmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário