terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Refl. Ev. 1227 (Mc 1,40-45) 16/01/14


Jesus toca e vivifica.


Um leproso aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: "Se queres, tens o poder de purificar-me!" Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: "Eu quero, fica purificado". Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. Jesus, com severidade, despediu-o e recomendou-lhe: "Não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho". Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele (Mc 1,40-45).

Diante das pessoas que possuem doenças e febres que as impedem de conviver com alegria e servir a sua comunidade, Jesus aparece para libertar. Como liberta? Liberta com o seu modo de olhar, de acolher, de falar e de tocar as pessoas.
Observemos o caso do leproso, que legalmente não podia ter contato com pessoas saudáveis e consequentemente era excluído da comunidade eclesial e familiar. Normalmente se um homem saudável se aproximasse de um leproso, o doente devia gritar: impuro, impuro para desencorajar a aproximação. Ao contrário, se um leproso buscasse aproximar-se de uma pessoa sem lepra, esta última podia arremessar pedras contra o primeiro.
Diante desse quadro observemos a atitude do leproso e a de Jesus. O doente não tem medo de aproximar-se de Jesus e este não o rejeita como normalmente acontecia. Algo novo está aparecendo. A boa notícia, o Evangelho está próximo dos enfermos. Estes sentem essa bondade viva e próxima deles. Sentem-se aceitos por Jesus e acolhidos como filhos de Deus e não mais rejeitados como problemas ou perigos. Além disso, sentem um homem que quer curá-los de todos os seus males a fim de que possam viver em comunidade conforme a vocação fundamental de todo o ser humano.
Queridos irmãos e irmãs leitores! Diante do nosso mestre Jesus, como cristão, batizados, isto é, introduzidos na sua família, cabe perguntar-nos que tipo de relacionamentos nós estabelecemos com os nossos irmãos e irmãs. Jesus se relacionava para libertar as pessoas e habilitá-las para assumir a sua vocação. Nós, irmãos de Jesus, nos relacionamos com os outros para libertá-los ou para aprisiona-los? Quantos católicos, batizados que rejeitam irmãos e irmãs por conta das suas doenças e fraquezas! Por outro lado, quantos que se vinculam aos outros para tomar posse dos mesmos, para manipulá-los, para escravizá-los, para vendê-los, para explorá-los, para torná-los eternos dependentes e não para libertá-los!
Diante dessa realidade, Jesus está ensinando a todos nós um jeito novo de relacionar-nos com os demais irmãos e irmãs, mesmo quando doentes ou cheios de pecados. Os que assumem o seu batismo não mais rechaçam os leprosos, os doentes ou os pecadores. Pelo contrário, os acolhem e procuram ajudá-los a conquistar a liberdade. Os verdadeiros cristãos não mais se ligam aos outros para explorá-los ou torná-los eternos dependentes. Relacionam-se com todos de forma respeitosa, amorosa e libertadora a fim de que cada um assuma a sua missão na comunidade a serviço do bem comum.





Pe. Arlindo Toneta – Pároco –

Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR 

Nenhum comentário:

Postar um comentário