terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Refl. Ev. 1222 (Mc 6,34-44) 07/01/14


Vós mesmos, dai-lhes de comer!


Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. [...] “Este lugar é deserto e já é tarde. Despede-os, para que possam ir comprar algo para comer”. Mas ele respondeu: “Vós mesmos, dai-lhes de comer!” [...] “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram ver e disseram: “Cinco pães e dois peixes”. Então, Jesus mandou que todos se sentassem, na relva verde, [...] em grupos de cem e de cinquenta. Em seguida, Jesus [...] pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando-os aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu, também, entre todos, os dois peixes. Todos comeram e ficaram saciados (Mc 6,34-44).


Após a primeira missão dos discípulos, Jesus os convida para um momento de descanso às sós, mas a multidão provinda de todas as partes não se cansa da sua companhia. Procuram por eles e os acompanham de barco, a pé sem medir esforços, sede e fome.
Diante dessa multidão esperançosa de doentes, carentes e abandonados Jesus a sente como um bando de ovelhas sem pastor. Se não possuem pastor conclui-se que estão abandonadas à sua própria sorte. Andam à procura de comida, bebida e, ao mesmo tempo, estão expostas aos ataques dos lobos. Por isso, não é justo despedi-las conforme os discípulos de Jesus pretendiam.
Em primeiro lugar, parece que as ovelhas encontraram o seu pastor, que é Jesus. Elas não estão mais desamparadas. Elas encontraram o pastor que zela por elas e intercede em seu favor. Com ele se sentem acolhidas, amadas, curadas e alimentadas. Como, então, despedi-las à sua própria sorte e deixá-las à mercê dos lobos interesseiros?
Em segundo lugar, Jesus motiva os discípulos a serem bons Pastores. Ensina que eles mesmos têm a missão de cuidar do povo. Pede que providenciem comida. Eles identificam um menino que possuía alguns pães e peixes. Com a bênção de Jesus, motivam para que todos partilhem o pouco que possuem e logo o milagre da multiplicação dos pães e peixes acontece.
Como traduzir isso na prática quotidiana deste ano? Entendo queridos irmãos e irmãs, que quem encontrou Jesus encontrou o verdadeiro pastor. Portanto, não está mais à deriva, como barco sem leme e sem rumo, girando em cima do seu próprio egoísmo. Não está mais exposto aos ataques do inimigo sem alguém que os defenda com unhas e dentes, assim como a mãe defende o seu filho.  Quem encontrou Jesus não se cansa de segui-lo, mesmo que as dificuldades próprias da vida apareçam aqui e mais adiante.
Entendo também, que aqueles que encontram o verdadeiro Pastor, Jesus de Nazaré, não mais se apegam ciosamente aos seus pães e peixes como se fosse a sua única segurança. Eles que encontraram a sua verdadeira segurança, Jesus, abrem mão dos seus bens e começam a partilhar os mesmos com a comunidade e com isso o milagre da partilha se renova. Além dos bens materiais, repartem a si mesmo e todos os bens espirituais tornando-se verdadeiros missionários de Jesus.
Finalmente descobrem a alegria de ajudar e caminhar juntos. Descobrem a alegria do Evangelho. Do Evangelho que acolhe, do Evangelho que sente compaixão, do Evangelho que intercede em favor do outro, do Evangelho que motiva os outros a partilhar, do Evangelho que reparte o pão que nutre o corpo, do Evangelho que alimenta a esperança e a fé. Descobrem a Igreja, que é povo de Jesus, caminhando juntos para Deus, onde um procura ajudar o outro na alegria, sem distinção de raça, cor ou sexo.
Peçamos a graça de escrever bem a sétima página do nosso livro do ano de 2014. Quero lembrá-los que amanhã não poderemos mais escrever a página sete, pois estaremos empenhados na página oito.





Pe. Arlindo Toneta – Pároco –

Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR

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