Vós mesmos,
dai-lhes de comer!
Ao sair do
barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão, porque eram como
ovelhas que não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas.
[...] “Este lugar é deserto e já é tarde. Despede-os, para que possam ir
comprar algo para comer”. Mas ele respondeu: “Vós mesmos, dai-lhes de comer!”
[...] “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram ver e disseram: “Cinco pães e
dois peixes”. Então, Jesus mandou que todos se sentassem, na relva verde, [...]
em grupos de cem e de cinquenta. Em seguida, Jesus [...] pronunciou a bênção,
partiu os pães e ia dando-os aos discípulos, para que os distribuíssem.
Dividiu, também, entre todos, os dois peixes. Todos comeram e ficaram saciados
(Mc 6,34-44).
Após a primeira missão dos
discípulos, Jesus os convida para um momento de descanso às sós, mas a multidão
provinda de todas as partes não se cansa da sua companhia. Procuram por eles e
os acompanham de barco, a pé sem medir esforços, sede e fome.
Diante dessa multidão
esperançosa de doentes, carentes e abandonados Jesus a sente como um bando de
ovelhas sem pastor. Se não possuem pastor conclui-se que estão abandonadas à
sua própria sorte. Andam à procura de comida, bebida e, ao mesmo tempo, estão
expostas aos ataques dos lobos. Por isso, não é justo despedi-las conforme os
discípulos de Jesus pretendiam.
Em primeiro lugar, parece
que as ovelhas encontraram o seu pastor, que é Jesus. Elas não estão mais
desamparadas. Elas encontraram o pastor que zela por elas e intercede em seu
favor. Com ele se sentem acolhidas, amadas, curadas e alimentadas. Como, então,
despedi-las à sua própria sorte e deixá-las à mercê dos lobos interesseiros?
Em segundo lugar, Jesus motiva
os discípulos a serem bons Pastores. Ensina que eles mesmos têm a missão de
cuidar do povo. Pede que providenciem comida. Eles identificam um menino que
possuía alguns pães e peixes. Com a bênção de Jesus, motivam para que todos
partilhem o pouco que possuem e logo o milagre da multiplicação dos pães e
peixes acontece.
Como traduzir isso na
prática quotidiana deste ano? Entendo queridos irmãos e irmãs, que quem
encontrou Jesus encontrou o verdadeiro
pastor. Portanto, não está mais à deriva, como barco sem leme e sem rumo,
girando em cima do seu próprio egoísmo. Não está mais exposto aos ataques do
inimigo sem alguém que os defenda com unhas e dentes, assim como a mãe defende
o seu filho. Quem encontrou Jesus não se
cansa de segui-lo, mesmo que as dificuldades próprias da vida apareçam aqui e
mais adiante.
Entendo também, que
aqueles que encontram o verdadeiro Pastor, Jesus de Nazaré, não mais se apegam
ciosamente aos seus pães e peixes como se fosse a sua única segurança. Eles que
encontraram a sua verdadeira segurança, Jesus, abrem mão dos seus bens e começam a partilhar os mesmos com a
comunidade e com isso o milagre da partilha se renova. Além dos bens materiais,
repartem a si mesmo e todos os bens espirituais tornando-se verdadeiros missionários de Jesus.
Finalmente descobrem a alegria de ajudar e
caminhar juntos. Descobrem a alegria do Evangelho. Do Evangelho que acolhe, do
Evangelho que sente compaixão, do Evangelho que intercede em favor do outro, do
Evangelho que motiva os outros a partilhar, do Evangelho que reparte o pão que
nutre o corpo, do Evangelho que alimenta a esperança e a fé. Descobrem a
Igreja, que é povo de Jesus, caminhando juntos para Deus, onde um procura
ajudar o outro na alegria, sem distinção de raça, cor ou sexo.
Peçamos a graça de
escrever bem a sétima página do nosso livro do ano de 2014. Quero lembrá-los
que amanhã não poderemos mais escrever a página sete, pois estaremos empenhados
na página oito.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N.
Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Nenhum comentário:
Postar um comentário