Informações sobre a Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança de Pinhais-PR
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Refl. Ev. 1238 (Mc 9,30-37)
O
maior é quem me acolhe e me serve.
Partindo
dali, Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia [...]. Ele ensinava seus
discípulos e dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens,
e eles o matarão. Morto, porém, três dias depois ressuscitará”. [...] Jesus
sentou-se, chamou os Doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja
o último de todos, aquele que serve a todos!” Em seguida, pegou uma criança e,
abraçando-a, disse: “Quem acolhe em meu nome uma destas crianças, a mim acolhe.
E quem me acolhe, acolhe, não a mim, mas Àquele que me enviou” (Mc 9,30-37).
Quantas disputas para
ocupar os primeiros lugares e os postos de maior honra e destaque! Quantas
rivalidades, brigas e até assassinatos para galgar os primeiros lugares
idealizados pelo mundo cheio de competição! Não precisamos ir muito longe para
ver essa realidade. Podemos ficar dentro das nossas famílias e não tardaremos a
nos embriagar desse vício. Diante dessa realidade de competição egoísta, com a
qual estavam contaminados os seus discípulos, Jesus entra com a novidade do
Evangelho.
Jesus revela que no seu
Reino, que começa aqui na terra, é bem diferente. Não se trata mais de
competição para os primeiros lugares de domínio e de honra, como pensa o mundo,
mas de buscar os primeiros lugares para acolher e servir. Portanto, se há uma
rivalidade boa e santa deve ser a de procurar acolher e servir mais e mais os
irmãos e as irmãs. Se há uma escola católica, pensada por Jesus, esta deve
ensinar os seus alunos a competir na linha do serviço e jamais na competição
opressora dos demais.
Como motivação para essa
conversão Jesus coloca um enorme estímulo, que os sábios e inteligentes logo
acolhem e o colocam em prática. Ele revela o segredo da sua encarnação, isto é,
que podemos acolhê-lo e servi-lo em cada irmão e em cada irmã. Que maravilha
essa revelação! Os santos ao entenderem isso, venderam tudo para poder comprar
essa pérola preciosa. São Francisco deixou toda a riqueza e até a túnica para o
seu pai Bernardone e consagrou a sua vida no acolhimento de Jesus em cada
pessoa, especialmente nos mais pobres. São Camilo ao descobrir essa verdade do
Evangelho pediu a Deus tempo para acolhê-lo e servi-lo em cada doente nos
hospitais e casas.
Queridos irmãos e irmãs
leitores! Diante desse evangelho cabe-nos a tarefa de rever o quanto ainda
somos contaminados pelo mundo competitivo e egoísta. Feito o exame de
consciência fica a responsabilidade de decidir pelo mundo ou pelo evangelho de
Jesus que quer motivar a todos a sermos grandes acolhedores e servidores e
nunca grandes opressores e exploradores dos mais fracos.
Um abraço fraterno e libertador e não politiqueiro e cheio de
interesses escusos.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Eu, porém, vos digo...
Jesus surge no meio da cultura judaica
que possuía suas normas e tradições, tais como todas as demais culturas. Havia
uma tendência a vingar-se do inimigo muito mais do que os males que a pessoa havia
feito. Chegava-se a destruir a família do indivíduo, por conta de uma bobagem
do pai ou de algum membro da família.
Por conta disso, surgiu a chamada Lei de Talion, isto é, dente por dente
e olho por olho. A pena não podia ser
maior do que o mal produzido pelo infrator. Era uma tentativa de gerar
equilíbrio no modo de vingar-se.
No Levítico (Lv 19,1-18) já
encontra-se uma firme orientação para superar essa questão do ódio e da
vingança, que corrompiam e continuam estragando as relações humanas. O ódio e o desejo de
vingança adoecem o coração do homem e da mulher. O ressentimento, o ódio e o
desejo de vingar-se são como que cordas que amarram o coração daquele que os
carrega e tira a liberdade de amar e de ser amado. São igualmente parecidos com
ladroes, pois roubam as energias necessárias para o amor a si e ao próximo. A
pessoa fica desprovida de energias para amar.
Diante disso, fica claro que guardar
esses ladrões é um mau negócio, pois todos acabam perdendo. Quero aqui
acrescentar uma terceira razão para não guardar esses pensamentos. Normalmente
uma pessoa que os guarda por um longo tempo acaba ficando doentes fisicamente e
não apenas socialmente e espiritualmente. Surgem gastrites, úlceras gástricas e
até algum tipo de câncer, por causa disso. Por isso, o autor do Levítico diz:
“Não tenhas no coração ódio contra teu irmão... Não procures vingança nem
guardes rancor dos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv
19,17s).
Apesar dessas orientações os judeus
continuavam com o coração cheio de ódio e de vingança. Nesse contexto Jesus
acrescenta a sua orientação de não enfrentar os malvados com o mal. O mal
retribuído atrai mais mal gerando a corrente do mal e do ódio, que a todos
destrói. Jesus traz um elemento absolutamente novo para nocautear o mal. Ele
orienta para amar os inimigos e aqueles
que fazem mal. Por isso ele diz: “Amai os vossos inimigos, e rezai por
aqueles que vos perseguem. Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está
nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre
justos e injustos”(Mt 5,44s).
Que maravilha seria se nós os
católicos e demais seguidores de Cristo entendêssemos essa novidade trazida por
Jesus e a colocássemos em prática. Certamente teríamos força de acabar com a
maioria das guerras que possuem a origem no coração do homem e da mulher! Um
coração cheio de ódio e desejo de vingança justifica todos os tipos de
agressões contra tudo e contra todos que se opõem ao seu modo de pensar e agir.
Normalmente não de dá conta que ele é o problema e não o mundo ou os outros. Ao
contrário, um coração cheio de amor e bondade, é capaz de todos os atos de amor
e misericórdia, à semelhança da mãe que ama. Porque ama sempre encontra uma
razão para perdoar o filho que erra.
Jesus revela um Pai de amor, que está
sempre disposto a perdoar um filho e uma filha. Um Pai que derrama um olhar de
bondade e misericórdia sobre bons e maus. Não age assim para menosprezar os
bons, mas com toda a esperança de que os maus se convertam e vivam a aventura
de amar, como filhos e filhas do Deus do Amor. Aliás, Deus continua sempre o
mesmo, isto é, Amor. Se ele não amasse, deixaria de ser Deus e seria como nós
que ora amamos e ora odiamos.
Esse ensinamento visa que os homens e
as mulheres recuperem a sua identidade filhos de Deus, perdida pelo pecado. Por
isso, Jesus diz: “Amai os vossos
inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do
vosso pai que está no céu”.
Pe. Arlindo Toneta – MI
Paróquia N. Sra. da Boa
Esperança – Pinhais – PR
padretoneta@yahoo.com.br
sábado, 22 de fevereiro de 2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
A DECISÃO E SUA
A vida humana
implica tomada de decisões. Nem sempre é fácil. Particularmente quando nos
encontramos diante de várias alternativas. Saber tomar decisões boas é o grande
objetivo da nossa vida humana. Entendemos,
porém, que as decisões boas, às vezes, não são as mais prazerosas. Muitas delas
implicam renúncias e grandes sacrifícios.
Vivemos hoje
numa nova época. Época essa em que as pessoas são educadas e formadas para o
mais fácil, para o mais prazeroso, para a satisfação imediata. Por conta disso muitas pessoas têm
dificuldades de tomar decisões, sobretudo, quando implicam renuncias e
sacrifícios. Alguns tentam abraçar tudo e não apertam nada. Outros tentam
terceirizar as decisões, ou seja, deixar que os pais, o professor, o padre ou
outra pessoa tome as decisões por eles. Os hedonistas escolhem apenas aquilo
que lhe dá prazer imediato.
Normalmente as
pessoas têm dificuldades para assumir a responsabilidade que envolve as
decisões que tomam no seu dia a dia. Muitas vezes procuram culpados para justificar
as escolhas mal sucedidas. Diante disso, a Palavra de Deus em Eclo 15,16-21
afirma que o homem é colocado diante de duas alternativas, isto é: “A vida e a
morte, o bem e o mal. Ele receberá aquilo que preferir”.
Em primeiro
lugar, notamos que o homem está diante de duas alternativas e não diante de
diversas. Ele precisa decidir-se por uma delas, pois uma é contrária à outra.
Nisto não existe margem para a dúvida. É preciso escolher uma delas e arcar com
a responsabilidade da escolha. Segundo a Palavra de Deus, não é mais possível delegar
a terceiros a tomada das nossas decisões e consequentemente a responsabilização
dos mesmas pelos nossos fracassos.
Nós mesmos
somos colocados diante da vida e da morte, do bem e do mal. Nós mesmos temos
que escolher e nos responsabilizar pelas nossas escolhas. Dentro de cada ser
humano existe o Espírito de Sabedoria, o espírito de Deus, que geme com gemidos
inenarráveis, segundo São Paulo, apontando para as boas escolhas que podemos
fazer. Inspira-nos a escolher o bem, a vida e a felicidade e nunca o egoísmo, o
mal, a infelicidade e a morte.
Um casal me
procurou para falar comigo alegando dificuldades no seu relacionamento.
Procurei acolhê-lo com carinho e decisão firme de ouvi-lo para poder entendê-lo.
Ambos disseram-me que estavam juntos há oito anos e tinham um filho de três
anos. No ano de 2013 começaram a brigar e a brigar. Um belo dia a mulher
comunicou ao marido que iria sair de casa como de fato o fez. Foi morar com
outro homem amigo de infância. Na convivência se deu conta que aquela escolha
não foi a melhor, pois a felicidade que tanto almejava estava bem longe.
Entendeu que foi uma escolha egoísta e não uma boa escolha, conduzida pelo
Espírito Santo. Assumiu o seu fracasso e voltou ao marido para reconciliar-se.
Nessas alturas
eu imagino os meus leitores. Muitos com as mãos cheias de pedras para
arremessar contra a traidora para acabar de matá-la (Jo 8,1-11). Outros com o
coração fechado dizendo: “Você teve a sua oportunidade. Agora siga o seu caminho,
pois não a queremos mais”.
Vejamos,
porém, o marido dessa jovem senhora. Ele permaneceu fiel. Como o Pai do Filho
Pródigo permaneceu à espera da sua amada. Permaneceu com o coração cheio de
amor misericordioso. Procurou ver a rosa e não apenas os espinhos. Por isso, quando ela chegou de volta não a
condenou, mas a acolheu, a perdoou e a conduziu à sua cama nupcial. Logo que
pode a conduziu ao Sacerdote para juntos receberem o sacramento da
reconciliação e a bênção da casa. Que escolha maravilhosa foi a do marido que
possibilitou o bem, a vida, e a felicidade! Que escolha maravilhosa foi a
última dessa mulher que possibilitou a reconciliação, a alegria e a vida
daquela família!
Queridos
leitores! O Espírito de Deus está dentro de nós todos. Ele nos coloca diante do
trabalho e da preguiça, do bem e do mal, da vida e da morte, da felicidade e da
infelicidade, do perdão e da condenação, do pensar bem e pensar mal. O Espírito
Santo fará tudo para nos conduzir no caminho da vida e da felicidade, mas não
poderá escolher por nós. Jesus já garantiu a nossa vida e felicidade. Portanto,
viver ou morrer, ser feliz ou infeliz depende da cada um de nós e não da sorte
ou do azar, como muitos pensam.
Pe. Arlindo Toneta – MI
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais – PR
padretoneta@yahoo.com.br
Refl. Ev. 1236 (Mc 8,14-21) 18/02/14
Cuidado
com o tipo de fermento que compramos.
Os
discípulos se esqueceram de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão.
Percebendo, Jesus perguntou-lhes: “Por que discutis sobre o fato de não terdes
pães? Ainda não entendeis, nem compreendeis? Vosso coração continua endurecido?
Tendo olhos, não enxergais, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais?
Quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas, quantos cestos recolhestes,
cheios de pedaços?” – “Doze”, responderam eles. “E quando reparti sete pães com
quatro mil pessoas, quantos cestos recolhestes, cheios de pedaços?” – “Sete”,
responderam. Jesus então lhes disse: “E ainda não entendeis?” (Mc 8,14-21).
O Fermento e a Padaria de Deus
Diante dos discípulos que
esqueceram de levar pão, Jesus aproveita a oportunidade para falar um pouco da
questão do fermento. Não do fermento com o qual se leveda o pão, como os
discípulos estão pensando. Ele habilmente usa as questões humanas e estomacais
para ensinar sobre as necessidades fundamentais da vida cristã (cf Mc 8,14-21).
No meio das discussões dos
discípulos a respeito dos pães que esqueceram, Jesus se apresenta de alguma
forma, como o verdadeiro pão descido do céu. Ele é o pão verdadeiro, cheio do
fermento do Amor, que está no meio deles, que está no barco com eles para
nutri-los na sua fome mais profunda, mas que eles ainda não perceberam com
nitidez, apesar de todos os milagres já realizados diante dos seus olhos
viciados no superficial.
Quantos católicos, em
nossos dias, entram em desespero e fortes discussões diante da diminuição do
pão material, da mesma forma como ocorreu com os discípulos de Jesus! Não se
dão conta do verdadeiro pão que desceu do Céu que está sempre com eles, particularmente
nos momentos de crise e escassez do pão material. Estão com o estômago
dilatado, para o pão material, e o coração apertado para o pão espiritual.
Não compreendem ainda a
provação, mencionada na primeira leitura de hoje, tirada da carta de Tiago,
onde se diz: “Feliz o homem que suporta a provação. Porque uma vez provado
receberá a coroa da vida” (Tg 1,12). Como precisamos crescer na fé para encarar
assim as dificuldades e provações! Oxalá que neste ano de 2014 façamos passas
significativos nessa direção!
Jesus aproveita ainda para
ensinar os seus a respeito do fermento de Herodes e dos fariseus. Fermento
cheio de maldade, de ganância e hipocrisia. Quantos discípulos de Jesus estavam
cheios desse fermento e do pão que resulta dele. Por conta disso, muitos
discípulos tinham dificuldades de ver a novidade trazida por Jesus. Estavam viciados com aquele fermento e aquele
pão estragado da hipocrisia, da ganância, da maldade, da disputa dos primeiros
lugares, etc.
Por isso, Ele os adverte
desse fermento estragado e do pão da hipocrisia e da ganância. Creio que Jesus
continua advertindo, em nossos dias, a muitos de nós que frequentemente caímos na
tentação de comprar o fermento e o pão dos fariseus e herodes dos nossos dias.
Quantos católicos
continuam nutrindo-se generosamente com esse pão estragado e nutrem-se com
muita tacanhice com o pão do Céu, que está sempre conosco! Quantos pais e
professores continuam vendendo aos filhos e alunos esse perigoso fermento! As
suas mentes e corações são fermentados com as ideias do egoísmo, da maldade, do
levar vantagens sobre os outros, do passar os outros para trás, do eliminar os
inimigos, do excluir os pobres, etc. Quantas padaria e lojas vendem esse fermento e esse pão que corrompe e
estraga a juventude e a sociedade brasileira!
Por conta disso, somos uma
sociedade enfraquecida, uma Igreja sem ânimo e vibração. Temos casais, jovens e
padres mornos e não animados e aquecidos pelo fermento e pão do Céu, que são
Jesus e o seu Evangelho. Sinais disso
emergem sempre que dizemos não a Deus e ao seu projeto de amor e bondade.
Sempre que optamos pelo comodismo em detrimento do serviço amoroso aos demais.
Por outro lado, anima-nos
muito os sinais positivos. Quantos católicos e sacerdotes! Quantos jovens e
professores que generosamente dizem sim a Deus a exemplo de Maria e dos Santos!
Compram o bom fermento e o pão saboroso para nutrir os seus com generosidade!
Louvado seja Deus!
Um exemplo bonito disso
foi o nosso retiro de Jovens desse fim de semana. Cinquenta jovens animados por
uma porção de casais e jovens disseram sim a Deus. Aceitaram o convite dEle e
por três dias estiveram ouvindo e acolhendo o fermento de Jesus a fim de
poderem alimentar-se melhor do verdadeiro pão do Deus, que é Jesus. Parabéns
queridos jovens e queridos casais!
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N.
Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1235 (Mc 7,31-37) 14/02/14
Abre-te!
Jesus saiu
da região que fica perto da cidade de Tiro, passou por Sidom e pela região das
Dez Cidades e chegou ao lago da Galileia. Algumas pessoas trouxeram um homem
que era surdo e quase não podia falar e pediram a Jesus que pusesse a mão sobre
ele. Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele. Em
seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. Depois olhou
para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: "Efatá!" (Isto
quer dizer: "Abra-se!") E naquele momento os ouvidos do homem se
abriram, a sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade. Jesus
ordenou a todos que não contassem para ninguém o que tinha acontecido; porém,
quanto mais ele ordenava, mais eles falavam do que havia acontecido. E todas as
pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: Tudo o que faz ele faz
bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem!(Mc 7,31-37).
E sabido que quem não ouve
não consegue falar e quem ouve mal tem dificuldade de se expressar oralmente,
pois a linguagem falada entra pelos ouvidos. Claro que existem outras formas de
comunicação que entram pelos outros sentidos, mas a comunicação verbal requer
os ouvidos abertos para gravar os sons no cérebro a fim de posteriormente
emiti-los pela boca.
Olhemos para a cena do
Evangelho onde Jesus apanha a pessoa e a chama para abrir-se. Abrir-se para que
e para quem? Conhecemos os surdos que são incapazes de ouvir os sons orais e
consequentemente não conseguem falar. Conhecemos os surdos para as orientações
dos pais. Conhecemos também os surdos para Deus e para o bem e consequentemente
não conseguem falar sobre isso. Falam muito sobre uma série de coisas, novelas,
pessoas, negócios, mas são surdos para Deus e para o seu Evangelho.
Jesus está tocando o surdo
a fim de que ele o experimente, o siga e possa falar aos demais sobre essa
experiência de amor gratuito, que é o coração do Evangelho. Jesus o convida a
abrir-se para Ele e à sua Palavra a fim de torná-lo um discípulo missionário
dele.
Quantos homens e mulheres
surdos para Deus! Quantos jovens que não ouvem Jesus e a sua Palavra e
consequentemente são mudos. Dizem-se católicos, mas não falam ou se comunicam
muito mal sobre esse quesito. Não falam
a verdade que conduz à vida. Jesus está convidando a todos os surdinhos e
surdinhas a abrir-se para Ele e para a sua Palavra a fim de serem comunicadores
da sua verdade que conduz à vida.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1234 (Mc 4,35-41) 01/02/14
Deixar
Jesus dormindo não é uma boa ideia.
Jesus
disse aos discípulos: “Passemos para a outra margem!” [...]. Veio, então, uma
ventania tão forte que as ondas se jogavam dentro do barco; e este se enchia de
água. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os
discípulos disseram-lhe: “Mestre, não te importa que estejamos perecendo?” Ele
se levantou e repreendeu o vento e o mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento parou, e
fez-se uma grande calmaria. Jesus disse-lhes então: “Por que sois tão medrosos?
Ainda não tendes fé?” Eles sentiram grande temor e comentavam uns com os
outros: “Quem é este, a quem obedecem até o vento e o mar?” (Mc 4,35-41).
Eu me lembro do barco que
navegava no Rio Madeira e nós estávamos a bordo com toda a segurança porque um
piloteiro experiente conduzia o mesmo por horas a fio até chegarmos ao destino.
Quando as dificuldades e tempestades surgiam ele sabia perfeitamente o que
devia fazer e como devia agir naquela situação.
Imaginemos se eu com
nenhuma experiência assumisse a condução daquele barco! Diante de alguma
dificuldade não saberia o que fazer e colocaria em risco toda a tripulação e a
missão podia não acontecer.
Olhando para muitos
católicos batizados vemos muitos deles que acolheram Jesus, o piloto por
excelência, no seu barco, no dia do seu batismo ou da primeira eucaristia, mas a maior parte da vida o deixam dormindo em
algum contão dos seus neurônios. Procuram acordá-lo apenas nos momentos
difíceis da vida e exigem que os socorram. Jesus aparece como pronto socorro e
não como piloto do barco da vida dos cristãos. Por conta disso nos metemos no
meio de vendavais e tempestades perigosas.
A grande ideia que surge
do texto é confiar a direção do nosso barco aos cuidados de Jesus. Confiar a
direção da nossa vida o tempo todo e não apenas nos momentos duros e difíceis.
Claro que essa confiança implica a humildade de navegar por caminhos bem
diferentes dos que a nossa estreita visão humana escolheria. Temos que confiar
a condução da nossa vida a Deus, pois ele sabe o que é melhor para nós, da mesma forma que a criança confia cegamente
na sua mãe, que busca o melhor para ela.
Um abraço a você que
confia a direção da sua bicicleta nas mãos de Deus em todos os momentos da sua
vida.
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1233 (Mc 4,26-34) 31/01/14
A
força da semente do bem e do mal.
Jesus
dizia-lhes: “O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra.
[...] Ora, logo que o fruto está maduro, mete-se a foice, pois o tempo da
colheita chegou”. Jesus dizia-lhes: “Com que ainda podemos comparar o Reino de
Deus? Com que parábola podemos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, ao
ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada,
cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças, com ramos grandes a tal
ponto que os pássaros do céu podem fazer seus ninhos em sua sombra”. Jesus lhes
anunciava a palavra usando muitas parábolas como estas, de acordo com o que
podiam compreender... (Mc 4,26-34).
A Liturgia da Palavra de hoje nos
coloca diante dessas duas forças que habitam em nós. O bem e o mal. Dependendo
daquele que estimulamos ele vai crescendo numa corrente pra frente. Observem o
que aconteceu com Davi na primeira leitura. Ele abriu-se para o pecado. Uma vez
aberto para ele surgiu uma corrente interminável de pecados. Ele culminou com o
assassinato do seu general pensando na possibilidade de ocultar o seu pecado.
Com isso o Reino do Inferno se abateu sobre ele e sobre o seu País. Quantas
desgraças por conta de um único pecado que acabou puxando uma fila de desordens
e maldades!
Por outro lado, no Evangelho Jesus nos
apresenta o Reino do Céu que começa com uma pequena semente, com um pequeno
gesto de amor e bondade. Silenciosamente esse pequeno gesto vai crescendo e
tornando-se uma corrente de bem e bondade que faz bem à criação toda. Ele pode
começar com um bom dia ou com um abraço. Pode começar com um sorriso ou um
aperto de mão. Pode começar com uma palavra de amor e perdão. Uma vez lançada a
semente ela vai crescendo numa corrente de bem e bondade que ultrapassa a nossa
pobre contabilidade. O bem tem força de crescimento e multiplicação.
Sendo assim, meu querido leitor ou
leitora, depende de você dar início à corrente do bem ou à corrente do mal.
Depende de você plantar o inferno ou o paraíso.
Um abraço a todos vocês que decidiram
lançar a semente do bem no coração dos demais irmãos, mesmo que pareça muito
pequena.
Pe.
Arlindo - Pároro –
Paróquia
N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
Refl. Ev. 1232 (Mc 4,21-25) 30/01/14
A
luz tem a função de iluminar.
Jesus
dizia-lhes: “Será que a lâmpada vem para ficar debaixo de uma caixa ou debaixo
da cama? Pelo contrário, não é ela posta no candelabro? De fato, nada há de
escondido que não venha a ser descoberto; e nada acontece em segredo que não
venha a se tornar público. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” Jesus
dizia-lhes: “Considerai bem o que ouvis! A medida que usardes para os outros,
servirá também para vós, e vos será acrescentado ainda mais. A quem tem, será
dado; e a quem não tem, será tirado até o que tem” (M 4,21-25).
Qualquer pessoa, que pensa
um pouco, entende que uma lâmpada possui a função específica, sem margem de
duvida. Ela foi inventada por Tomas Edson com a função de iluminar e,
consequentemente, não se acende para escondê-la debaixo de um caixote. Claro
que ela pode também aquecer o ambiente, mas o texto do Evangelho não fala
disso, por isso deixemos quieta essa possível função.
Jesus se vale dessa
realidade humana para ensinar que Ele é a nova luz que veio ao mundo para
iluminar os passos dos homens e das mulheres. Ele é a realização do Salmo
119,105 onde o salmista afirma: “Vossa palavra é uma luz para os meus passos e
uma lâmpada luzente em meu caminho”. Quem o acolhe e por Ele se deixa iluminar
não anda nas trevas do erro e do egoísmo.
Jesus, como lâmpada, não
se oculta com medo dos judeus que o ameaçavam, mas corajosamente vai iluminando
com a sua pessoa e com a sua Palavra e revelando a sua bondade e ao mesmo tempo
a cegueira, o pecado do homem. Afirma que nessa luz nada fica oculto, mas tudo
é iluminado e, consequentemente, a sua bondade ou maldade fica conhecida. Diante
dessa luz fica, portanto, o desafio da nossa constante conversão para Ele e a
sua Palavra, pois nós somos pecadores.
Nós fomos batizados nessa
Luz e, portanto, também somos chamados a irradiar a sua luz no mundo de hoje.
Se existem muitas trevas, erros, maldades em nossos dias, significa que os cristãos
estão embaixo dos seus caixotes, quem sabe com medo, e esqueceram que possuem a
vocação cristã de repassar a luz de Cristo aos filhos, aos colegas, aos alunos,
enfim a todos os demais irmãos, pois essa é a vontade de Deus.
Na última parte do texto de
hoje, Jesus afirma que a medida que usamos para tratar e os outros será a
medida com que seremos tratados. Está dizendo que a terceira lei de Newton
funciona mesmo. Na medida em que tratamos os outros com misericórdia seremos
tratados com misericórdia. Se os tratarmos com dureza e aspereza, estamos
preparando o terreno para sermos tratados assim também. Se formos tacanhos no
dar os outros tendem fazer o mesmo conosco. Se usarmos pouco os nossos talentos
em favor dos outros, aos poucos, esses acabarão embotando e se perdendo, com
grande prejuízo para nós e para a comunidade.
Entendo que todos nós
queremos o melhor para nós, nesta vida e na outra. Portanto, importa sermos
generosos na acolhida, na escuta dos outros, no perdão, nos sorrisos, na
bondade, na partilha, na ajuda e em toda sorte de boas ações.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N.
Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1231 (Mc 3,31-35) 28/01/14
A
nova família de Jesus.
Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficaram do lado de
fora e mandaram chamá-lo. Ao seu redor estava sentada muita gente.
Disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos e irmãs estão lá fora e te
procuram". Ele respondeu: "Quem é minha mãe? Quem são meus
irmãos?" E passando o olhar sobre os que estavam sentados ao seu redor,
disse: "Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, esse é
meu irmão, minha irmã e minha mãe" (Mc 3,31-35).
Sem desprezo ou negação da
família de sangue, Jesus vai apontando a direção para a constituição da sua
nova família, isto é, os que acolhem a Ele e a sua Palavra e procuram viver do
jeito que Ele vivia. Certamente é algo chocante para os que estão longe de
Jesus, mas para aqueles que gravitam no seu entorno tudo isso faz sentido e o
que é melhor, dá um novo sentido à vida.
Queridos irmãos e irmãs!
Num período de crise familiar onde os casais têm dificuldade de viver juntos e
os pais se deparam com enormes barreiras na educação dos seus filhos, eis aí a
possibilidade de constituir uma nova e santa família. Uma família onde os laços
que unem, mais do que sanguíneos, são espirituais.
Para a Igreja de Jesus,
isto é, a sua família, não importa muito como você viveu até hoje. Importa sim
como você vai viver de hoje em diante. Jesus está disposto a acolher-te na sua
família e nós também. Se você tomar uma profunda decisão de acolher Jesus e
viver a sua Palavra, de agora em diante, você pertencerá à sua família como
irmão, como irmã ou como mãe de Jesus.
Na nova família eclesial
as pessoas não serão mais possessão dos pais, mas serão todos irmãos e irmãs e
mães de Jesus. Nessa família o único Senhor, isto é, dono, será Jesus e todos
nós seremos irmãos e mães. O maior será aquele que serve mais e não
necessariamente aquele que manda.
Se a tua família de sangue
é boa ou um amontoado de desentendimentos e confusões eu não sei. O que eu sei
é que de hoje em diante você pode integrar à família de Jesus e tornar-te mãe,
irmão e irmã dEle. Como membros dessa família, carregamos ainda a nossa
humanidade falha e pecadora, mas estamos acompanhados do Santo dos Santos que a
todos deseja e pode santificar.
O que mais importa meu
irmão e irmã pecadores é a nossa decisão firme e consciente de acolher e viver
a cada dia a Jesus e a sua Palavra santificadora. Uma vez que decidimos assim
toda a nossa vida toma um novo significado e as nossas relações serão amorosas,
libertadoras e não mais opressoras. Inclusive a nossa família humana poderá ser
restaurada.
Pe.
ArlindoToneta – Pároco –
Paróquia N.
Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1230 (Mc 3,22-30) 27/01/14
A
blasfêmia contra o Espírito Santo não é perdoada.
Os
escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava possuído por Beelzebu e
expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios. Jesus os chamou e
falou-lhes em parábolas: “Como pode Satanás expulsar Satanás? [...] Em verdade,
vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias
que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo
nunca será perdoado; será réu de um ‘pecado eterno’”. Isso, porque diziam: “Ele
tem um espírito impuro” (Mc 3,22-30).
A blasfêmia contra o Espírito
Santo fecha a pessoa e impede a mesma de ter acesso à Graça de Deus, que cura e
santifica. A blasfêmia não é algum palavrão, como muitos imaginam, mas uma
atitude de fechamento para o amor misericordioso de Deus. A pessoa não aceita a bondade de Deus, que
perdoa sempre. A pessoa não acredita na bondade de Deus e acredita fortemente
na sua ruindade. Por isso, se obstina no mal e vai envelhecendo nele. A pessoa
livremente rejeita a Deus e obstina-se no mal.
Entre nós pode ocorrer
coisas desse tipo. O Espírito Santo revela à pessoa que ela está errada
procedendo daquela maneira, por exemplo: bebendo em excesso, mas para não perder
o seu topete ou falsa razão, ela continua rejeitando a verdade que Deus revela
através da outra pessoa. Ela se obstina no erro, apesar do Espírito de Deus
mostrar-lhe que aquele modo de pensar e agir leva à morte.
Quantos pecados se cometem
contra o Espírito Santo! Muitas pessoas sentem a voz do Espírito de Deus, que
como costumo dizer é nosso motorista particular, mas conscientemente rejeitam a
sua orientação. Trata-se, por isso, de
pecados contra o Espírito Santo. Por exemplo: Pessoas que sentem o chamado de
Deus para fazer algo em favor de um doente, mas por medo ou para não se
comprometer com o mesmo, sai de perto e finge não ter ouvido o chamado. Outros
que são chamados para assumir um serviço na comunidade e por preguiça ou
comodismo fecham o ouvido e se fazem de surdos. Um terceiro exemplo: Os
pregadores que sentem o apelo do Espírito para preparar bem as suas homilias,
mas fingem-se de surdos e pregam mal em prejuízo da comunidade. Todos esses são
pecados contra o Espírito Santo, mas que não levam à morte.
É verdade, que por si
esses pecados não levam à morte, pois a pessoa pode arrepender-se e mudar de
atitude. O problema está na insistente resistência ao E. Santo de forma que
pode levar à obstinação contra Deus e à sua misericórdia, ou seja, à blasfêmia.
Diante disso, queridos irmãos e irmãs, importa dar-nos conta das nossas
pequenas resistências a Deus e perseverar na oração para superá-las,
estreitando assim o nosso vinculo amoroso com Deus.
Um abraço fraterno a você
que procura diariamente meditar a Palavra de Deus e assim, crescer sempre mais
na fé em Jesus Misericordioso, que nunca se cansa de perdoar os seus irmãos e
suas irmãs.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N.
Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1229 (Mc 3,13-19) 24/01/14
Jesus
chamou os que ele quis.
Jesus
subiu um monte, chamou os que ele quis, e eles foram para perto dele. Então
escolheu doze homens para ficarem com ele e serem enviados para anunciar o
evangelho. A esses doze ele chamou de apóstolos. Eles receberam autoridade para
expulsar demônios. Os doze foram estes: Simão, a quem Jesus deu o nome de
Pedro; Tiago e João, filhos de Zebedeu (a estes ele deu o nome de Boanerges,
que quer dizer "Filhos do Trovão"); André, Filipe, Bartolomeu,
Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o nacionalista; e Judas
Iscariotes, que traiu Jesus (Mc 3,13-19).
Jesus na montanha chamou os que ele
quis. Quer dizer que Jesus na intimidade com Deus Pai chamou pessoas para
acompanhá-lo mais de perto a fim de prepará-las para a missão de expulsar o
mal. Chamou 12 para dizer que o projeto de Deus é o de expulsar o mal de todo o
povo de Israel e de todo o mundo. Além disso, ele chamou pelo nome para dizer
da missão particular de cada um dos chamados.
Trazendo para a cozinha essa palavra
entendemos que Jesus chama apóstolos para estar mais próximo dele e continua a
chamar em todos os tempos. Continua a chamar gente para uma dedicação exclusiva
para essa missão de expulsar o mal do coração do homem e da mulher.
Olhando para o mundo de hoje vemos o
mal tomando conta de muitas famílias, de muitos jovens e fazendo verdadeiros
estragos através da mídia. Isto revela que os chamados para a missão de
expulsar o mal estão um tanto acomodados ou caindo na tentação do mundão.
Precisamos de um novo ardor apostólico à semelhança dos primeiros apóstolos,
após a vinda do Espírito Santo.
O chamado é pessoal, para dizer que se
o chamado não realiza a missão fica uma lacuna na Igreja de Jesus. Se por um
lado entende-se que é um privilégio ser apóstolo, por outro, não deixa de ser
uma responsabilidade enorme confiada a ele. Precisamos, portanto, rezar muito
pelos novos apóstolos que Jesus fielmente continua a chamar em nossos dias.
O mal tem feito muito ruído na área da
comunicação com Deus. Muitos jovens, que certamente Jesus chama não estão
conseguindo ouvir bem o chamado dele, por conta do barulho e dos apelos do
mundão. Para complicar mais um pouquinho, muitos pais abdicaram da missão de
ajudar os filhos a ouvir a voz de Deus, como fez Eli com o menino Samuel.
Que o Senhor nos dê a graça de ajudar
os jovens e os adultos a ouvir o chamado de Deus que continua a chamar quem ele
quer para estar mais perto dele e para envia-los a expulsar o mal dos corações!
Pe. Arlindo Toneta –
Pároco –
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1228 (Mc 2,1-12) 17/01/14
Deus
cura o homem todo.
Jesus
passou novamente por Cafarnaum, e espalhou-se a notícia de que ele estava em
casa. Ajuntou-se tanta gente que já não havia mais lugar. Trouxeram-lhe um
paralítico, carregado por quatro homens. Como não conseguiam apresentá-lo a
ele, por causa da multidão, abriram o teto, bem em cima do lugar onde ele
estava e, pelo buraco, desceram a maca. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse
ao paralítico: “Filho, os teus pecados são perdoados”. [...] O paralítico se
levantou e, à vista de todos, saiu carregando a maca. Todos ficaram admirados e
louvavam a Deus dizendo: “Nunca vimos coisa igual!” (Mc 2,1-12).
Deus realmente não se cansa de
perdoar. Perdoa mil vezes se necessário. Perdoa por causa da fé da pessoa.
Perdoa por conta da fé dos outros, conforme o evangelho de hoje. Perdoa por
causa da caridade para com os pais e outras pessoas, conforme o livro do
Eclesiástico. Enfim, Ele nunca se cansa de perdoar.
Pelo batismo nós fomos adotados como
filhos e filhas de Deus. Ele nos chama a viver os seus valores, isto é, a
perdoar sempre a amigos e, sobretudo, a inimigos. Ele nos capacita a perdoar
também. O exercício do perdão mútuo mostra que nós somos filhos e filhas de
Deus.
Portanto, queridos irmãos, não é
somente Deus que perdoa, mas os filhos e filhas de Deus perdoam também. O
perdão devolve a paz ao coração e nas relações familiares e eclesiais.
Vivenciando a página do Evangelho de
hoje importa fixar o nosso olhar nos quatro homens que levaram o doente até
Jesus com grande esforço e determinação. Com muita fé em Jesus, não desanimaram
por conta das dificuldades que surgiram. Foram criativos e alcançaram o
objetivo, isto é, a cura global do enfermo.
Diante dos nossos irmãos e irmãs
enfermos no corpo e na alma precisamos todos nós batizados, esforçar-nos
para conduzi-los até Jesus. Nós que fomos mergulhados no amor de Deus e que
conhecemos o poder libertador do seu amor, somos convidados a envidar esforços
para conduzir os nossos doentes do corpo e da alma até Jesus. Dessa forma a
nossa comunidade eclesial será missionaria e aos poucos fermentará toda a massa
humana com o fermento do amor.
Pe.
Arlindo Toneta - Pároco –
Paróquia
N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
Refl. Ev. 1227 (Mc 1,40-45) 16/01/14
Jesus
toca e vivifica.
Um leproso
aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: "Se queres, tens o
poder de purificar-me!" Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão
sobre ele, o tocou, dizendo: "Eu quero, fica purificado".
Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. Jesus, com
severidade, despediu-o e recomendou-lhe: "Não contes nada a ninguém! Mas
vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda
prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho". Ele, porém, assim
que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo
que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava fora, em
lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele (Mc 1,40-45).
Diante das pessoas que
possuem doenças e febres que as impedem de conviver com alegria e servir a sua
comunidade, Jesus aparece para libertar. Como liberta? Liberta com o seu modo
de olhar, de acolher, de falar e de tocar as pessoas.
Observemos o caso do
leproso, que legalmente não podia ter contato com pessoas saudáveis e
consequentemente era excluído da comunidade eclesial e familiar. Normalmente se
um homem saudável se aproximasse de um leproso, o doente devia gritar: impuro,
impuro para desencorajar a aproximação. Ao contrário, se um leproso buscasse
aproximar-se de uma pessoa sem lepra, esta última podia arremessar pedras
contra o primeiro.
Diante desse quadro
observemos a atitude do leproso e a de Jesus. O doente não tem medo de
aproximar-se de Jesus e este não o rejeita como normalmente acontecia. Algo
novo está aparecendo. A boa notícia, o Evangelho está próximo dos enfermos.
Estes sentem essa bondade viva e próxima deles. Sentem-se aceitos por Jesus e
acolhidos como filhos de Deus e não mais rejeitados como problemas ou perigos.
Além disso, sentem um homem que quer curá-los de todos os seus males a fim de
que possam viver em comunidade conforme a vocação fundamental de todo o ser
humano.
Queridos irmãos e irmãs
leitores! Diante do nosso mestre Jesus, como cristão, batizados, isto é,
introduzidos na sua família, cabe perguntar-nos que tipo de relacionamentos nós
estabelecemos com os nossos irmãos e irmãs. Jesus se relacionava para libertar
as pessoas e habilitá-las para assumir a sua vocação. Nós, irmãos de Jesus, nos
relacionamos com os outros para libertá-los ou para aprisiona-los? Quantos
católicos, batizados que rejeitam irmãos e irmãs por conta das suas doenças e
fraquezas! Por outro lado, quantos que se vinculam aos outros para tomar posse
dos mesmos, para manipulá-los, para escravizá-los, para vendê-los, para
explorá-los, para torná-los eternos dependentes e não para libertá-los!
Diante dessa realidade,
Jesus está ensinando a todos nós um jeito novo de relacionar-nos com os demais
irmãos e irmãs, mesmo quando doentes ou cheios de pecados. Os que assumem o seu
batismo não mais rechaçam os leprosos, os doentes ou os pecadores. Pelo
contrário, os acolhem e procuram ajudá-los a conquistar a liberdade. Os
verdadeiros cristãos não mais se ligam aos outros para explorá-los ou torná-los
eternos dependentes. Relacionam-se com todos de forma respeitosa, amorosa e
libertadora a fim de que cada um assuma a sua missão na comunidade a serviço do
bem comum.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N.
Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1226 (Mc 1,29-39) 15/01/14
Jesus
vai expulsando o mal da família.
Logo que
saíram da sinagoga, foram com Tiago e João para a casa de Simão e André. A
sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo falaram dela a Jesus. Ele
aproximou-se e, tomando-a pela mão, levantou-a; a febre a deixou, e ela se pôs
a servi-los. Ao anoitecer, depois do pôr do sol, levavam a Jesus todos os
doentes e os que tinham demônios. A cidade inteira se ajuntou à porta da casa.
Ele curou muitos que sofriam de diversas enfermidades; expulsou também muitos
demônios, e não lhes permitia falar, porque sabiam quem ele era. De madrugada,
quando ainda estava bem escuro, Jesus se levantou e saiu rumo a um lugar
deserto. Lá, ele orava. Simão e os que estavam com ele se puseram a procurá-lo.
E quando o encontraram, disseram-lhe: "Todos te procuram". Jesus
respondeu: "Vamos a outros lugares, nas aldeias da redondeza, a fim de
que, lá também, eu proclame a Boa-Nova. Pois foi para isso que eu saí". E
foi proclamando nas sinagogas por toda a Galileia, e expulsava os demônios (Mc
1,29-39).
Jesus continua a sua missão de
expulsar o mal e plantar o amor serviçal. Com isso vai devolvendo às pessoas e
às comunidades paroquial e familiar a capacidade de ensinar e servir
coerentemente recuperando assim a autoridade.
No texto de hoje vemos Jesus saindo da
sinagoga e indo à casa de Pedro. Jesus sai da Igreja e vai para a célula
eclesial a fim de expulsar o mal e devolver a capacidade de servir a família. Deus
quer que a família tenha saúde e vida em plenitude.
Quantas famílias, atualmente, que
perderam a sua capacidade de amor serviço! Em muitas delas o egoísmo está solto
e produzindo brigas, separações e outros desserviços que adoecem a família.
Quantas depressões e mal estar vividos nas famílias por conta disso! Com isso,
muitos membros delas preferem partir para a droga, para o bar e outros
subterfúgios adoecendo essa instituição querida por Deus.
Queridos irmãos e irmãs! Jesus não
quer ficar escondido na Igreja instituição, mas quer entrar nas famílias. Não
quer entrar nas famílias para bisbilhotar, julgar e condenar, mas para libertar
os seus membros da doença que impede o serviço mutuo. Assim como na casa de
Pedro, onde Jesus entra e é acolhido, ele devolve às pessoas a saúde que as
capacitam para colocar-se a serviço. Em outras palavras, Ele tira a tristeza do
egoísmo, que adoece a família, e devolve a ela a alegria de servir os seus
membros.
Sendo assim, queridos leitores,
abramos as portas ao Redentor para que entre nas nossas famílias a fim de que
possa cear conosco e devolver-nos a alegria de ser família ajudando-nos uns aos
outros.
Pe. Arlindo Toneta –
Pároco –
Paróquia N. Sra. da Boa
Esperança – Pinhais - PR
Refl. Ev. 1225 (Mc 1,21-28) 14/01/14
Jesus
ensinava com autoridade.
No sábado,
Jesus foi à sinagoga e pôs-se a ensinar. Todos ficaram admirados com seu
ensinamento, pois ele os ensinava como quem tem autoridade, não como os
escribas. Entre eles na sinagoga estava um homem com um espírito impuro; ele
gritava: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? [...] Eu sei quem tu és: o Santo
de Deus!” Jesus o repreendeu: “Cala-te, sai dele!” O espírito impuro sacudiu o
homem com violência, deu um forte grito e saiu. [...] E sua fama se espalhou
rapidamente por toda a região da Galileia (Mc 1,21-28).
Jesus num dia de sábado entrou na
sinagoga. Isto revela que ele era um judeu autêntico no que diz respeito às
práticas religiosas judaicas, que santificavam o sábado. Ele, porém, possuía
algo mais do que os escribas e fariseus da sua época. Ele possuía a coerência
de vida. Ele ensinava aquilo que vivia e vivia aquilo que ensinava. Não era
como os escribas e fariseus que ensinavam bonito, mas na calada da noite faziam
um monte de coisas erradas, perdendo, consequentemente, a sua credibilidade
diante do povo. Por isso, numa passagem do evangelho, Jesus chamou-os de
sepulcros caiados, isto é, belos por fora, mas cheios de podridão por dentro.
Na igreja dos judeus, sinagoga, onde
Jesus estava ensinando apareceu um homem com um espírito impuro e Jesus expulsa
esse espírito que torna o homem sujo, podre e fraco. Que espírito seria esse?
Certamente é o espírito da incoerência que habitava o coração de muitos
escribas e fariseus. Ele veio para expulsar esses espíritos que levam os
pregadores a não terem autoridade perante aqueles que pretendem evangelizar.
Queridos irmãos! Essa incoerência é um
demônio muito presente na vida dos nossos pregadores, pois pregam uma coisa e
vivem outra. Esse farisaísmo está presente na vida de muitos padres,
religiosos, catequistas, pais e professores. Por conta disso, a sua autoridade
está muito fraca ou ausente. Cientes disso, muitos abandonam o ministério de ensinar.
Pais que abandonam os filhos à sua própria sorte, professores que abandonam o
magistério, padres que abandonam a sua Igreja, religiosos que partem para
outras funções. Certamente o caminho do evangelho não é esse. Essa é uma fuga
do evangelho. Qual é o caminho então?
Querido irmão (ã), essa passagem do
Evangelho, diz respeito à nossa vida de cristãos. O Evangelho é vivo e quer
vivificar a nossa vida e não apenas a vida do povo judeu do tempo de Jesus.
Jesus quer entrar nas nossas Igrejas e expulsar os espíritos maus que
dificultam a Nova Evangelização. Jesus quer entrar no coração dos padres, dos
pais e de todos os possuem a missão de ensinar para expulsar o espírito da
incoerência e devolver-lhe a coerência e a alegria de evangelizar a todos os
que lhe são confiados. Portanto, a solução passa pela conversão do coração e
acolhida de Jesus. Com a sua presença seremos purificados e a nossa autoridade
crescerá, favorecendo, dessa maneira, a Nova Evangelização.
Pe. Arlindo Toneta –
Pároco –
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
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