O nosso querido Camilo nos fala de conversão e
deixa bem claro que: "Uma conversação na qual não se fale, quando
possível, do amor de Deus, é como um anel sem diamante" (São Camilo).
Como tem gente que fala! Falam mal de um e de outro. Falam sem parar a
tal ponto de não se consegue um diálogo. Há pessoas que parece terem
necessidade de falar e de falar. Falam da novela, falam da notícia do Jornal
Nacional, falam do marido, falam da esposa, fazem piadas sobre sexo, falam de
quase tudo e de todos. Qualquer coisa humana que aparece na pauta é motivo para
falar. Parece que esse falar é uma espécie de válvula de escape de algo que as
incomoda.
Por outro lado, quando se trata de falar do amor de Deus para os demais,
entram caladas e saem mudas. Parece que não sabem ou não querem falar. Vivem no
seu mundo religioso sem maiores comunicações com o mundo que as rodeia. Pode
indicar que não fizeram uma experiência pessoal do amor de Deus e por conta
disso não são capazes de falar desse amor divino.
Camilo de Lellis afirma que as oportunidades de falar do amor de Deus às
pessoas são numerosas. Podemos fazê-lo falando do nosso amor para com as
pessoas, pois o nosso amor brota da mesma fonte, que é Deus. As nossas atitudes
amorosas já são falas concretas do amor de Deus. Não podemos mais separar o
amor de Deus de um lado e o amor humano de outro. Deus se encarnou numa pessoa
humana para falar-nos do amor de Deus Pai. Com isso Ele mesmo falou-nos que
podemos falar do amor de Deus com tudo o que somos, fazemos e falamos junto às
pessoas e na intimidade com o Senhor.
Importa, portanto, que os pais não percam a oportunidade de falar do
amor de Deus nas suas conversas com os filhos. É fundamental que os namorados
falem do amor de Deus no seu namoro e os casais deem continuidade a essa
comunicação amorosa. Não é suficiente o professor falar das ciências exatas
para os seus alunos sem embasá-las no amor de Deus, autor último de todas elas.
Não podem os sacerdotes falarem de muitas coisas que estudaram sem embasá-las
no amor de Deus. É ineficaz uma visita a um doente sem falar do amor de Deus
para com ele. Falar com os olhos, com os ouvidos, com as mãos, com a boca e com todo o ser desse amor manso e humilde, que o Evangelho de
Mateus menciona (cf Mt 11,28-30).
Fazemos votos que S. Camilo motive a todos os que acreditam em Deus a se
comunicarem com o maior número possível. Que essas comunicações sejam alianças
à semelhança de anéis com pedras preciosíssimas, isto é, com a pedra do Amor de
Deus.
Um abraço a todos,
Pe. Arlindo – Pároco –
Paróquia N. Sra.
da Boa Esperança – Pinhais – PR
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