O nosso Santo da Caridade, apesar de morto, continua falando:
"Em nossa missão precisamos de
imensa espiritualidade, de muita paciência e grande caridade. Nunca percamos de
vista Deus, mas contemplemos o Criador nas criaturas".
Camilo sabia muito bem que o que sustenta a caridade junto aos doentes é
a espiritualidade. Não basta uma espiritualidade mais ou menos. Se não houver
uma espiritualidade forte e robusta as tentações do dia a dia acabam minando a
caridade. As pessoas acabam olhando mais para as dificuldades do que para
as oportunidades de adquirir a pérola da caridade. As pessoas se detêm nos
espinhos da rosa e não conseguem deliciar-se com o perfume da rosa.
Somente uma grande espiritualidade, isto é, contemplar o Criador na
criatura nos levará à perseverança na caridade por mais difícil que se
apresente a missão. Somente a consciência viva que tudo o que fazemos aos
pobres enfermos, Deus o tem feito para si, nos levará a ter uma grande
paciência diante dos enfermos que humanamente entendemos como chatos e mal
agradecidos. Somente uma boa espiritualidade nos fará homens e mulheres
criativos diante dos enfermos. Criativos no sentido de sempre mais e melhor
servi-los.
A contemplação de Deus nas criaturas nos leva a aperfeiçoar a nossa
espiritualidade. De fato em cada criatura o Criador deixou seus traços. Face a
face nós não podemos ainda contemplar a Deus, pois essa visão a teremos na
glória do Céu. Porém, quem tem os olhos abertos e curados pela água do Batismo,
pela Crisma e pela Eucaristia tem todas as condições de visualizar as
maravilhas de Deus em cada criatura, particularmente na sua criatura predileta,
que é o ser humano.
Com os seus olhos curados pelo Amor de Deus, que circulava em seu
sangue, Camilo pode contemplar a Deus nos doentes. Mesmo nos mais difíceis, que
pedia para que os reservassem para ele cuidar, não perdeu a oportunidade de
contemplar a Deus. Em cada enfermo, à semelhança de Cireneu, Camilo ajudou
Jesus a carregar a sua cruz.
Peçamos pela intercessão de S. Camilo que Deus nos dê a graça de termos
uma grande espiritualidade e consequentemente uma inesgotável paciência para o
exercício da caridade para com os nossos doentes, idosos, viciados, filhos
especiais e crianças.
Um abraço camiliano a todos,
Pe. Arlindo Toneta – Pároco
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
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