sexta-feira, 29 de maio de 2015

SENTADOS À BEIRA DO CAMINHO

Num dado momento, alguns se cansam da caminhada e sentam-se à beira do caminho. Alguns se sentam apenas para descansar um pouco e logo retomam o caminho com ardor renovado. Outros se sentam e por algumas razões não conseguem mais levantar-se sozinhos.  Tornam-se mendigos e lá ficam a mendigar por um longo tempo e até a vida inteira.
Vejamos o episódio do cego Bartimeu que estava sentado à beira do caminho a mendigar, narrado pelo evangelista Marcos (Mc 10,46-52). O Evangelista diz que quando o cego ouviu falar que Jesus estava passando ele se pôs a gritar pedindo ajuda. Alguém o mandou calar, mas ele gritou mais forte ainda. Parece que alguém o informou da bondade de Jesus e da sua proposta libertadora que trazia um novo sentido para a vida. Diante disso sente a tristeza de ser mendigo e deseja sair dessa situação. Deseja sair da marginalidade. Quer entrar no caminho de Jesus. Finalmente sente-se chamado por Jesus.
Em primeiro lugar para sair da cegueira é preciso querer sair. Mas só sente desejo de sair aquele que conhece um jeito melhor de viver como Bartimeu conhecia. Na carta aos Romanos São Paulo afirma que a fé vem da pregação. O desejo de sair da escuridão e seguir a luz, que é Jesus, só pode nascer do conhecimento que vem da pregação e do testemunho de vida. Eis, portanto, a importância fundamental da pregação para motivar os cegos a buscar a luz de Deus.
Em segundo lugar perguntamos se ainda há cegos e mendigos no meio de nós? E como existem em abundância. Basta ouvir os casais que se unem como mendigos, ou seja, um esperando que o outro lhe dê amor. Um fica a cobrar do outro, migalhas de amor e compreensão. Isso não é matrimônio. É um exemplo claro de mendicância. Por isso, se justifica sempre mais a ajuda do Encontro de jovens com Cristo e, uma vez casados, o Encontro de Casais com Cristo. Se o amor de Cristo não curar as cegueiras dos nossos filhos e dos nossos casais não teremos uma Igreja em saída e saindo na alegria.
Em terceiro lugar, fica a certeza que Jesus continua a passar pelos nossos caminhos onde alguns estão sentados, outros revoltados, alguns insatisfeitos, uns calados e outros gritando. Ele vai chamando a todos e perguntando o que queremos que ele nos faça. Lógico que alguns lhe pedirão para ser ricos e depois ficarão sem a paz. Outros lhe pedirão saúde para gastá-la de qualquer jeito. Haverá, certamente, muitos e muitos homens e mulheres sábios que lhe pedirão para ver. Não para ver as aparências, mas para ver o verdadeiro caminho que conduz à verdadeira vida.  
Finalmente, felizes aqueles que se deixarem tocar por Jesus e consequentemente curar o seu modo de ver. Uma vez curados verão que Jesus é o Caminho, a Verdade que conduz à verdadeira Vida. Cheios de júbilo jogarão fora o seu manto, isto é, o seu jeito egoísta de viver, e o seguirão, dispostos a fazer da vida um verdadeiro ofertório de amor e bondade aos irmãos, começando pela sua casa.

Peçamos, portanto, queridos leitores, que a graça de Deus toque as nossas cegueiras e as cure, para que possamos ver o Caminho e segui-lo com novo ardor missionário. 





Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança  - Pinhais - PR

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