Um olhar sobre a realidade de
hoje revela imediatamente as sombras que pesam sobre a vida humana. Atentados
contra ela enchem os nossos jornais diariamente a ponto de nos horrorizar. As
estatísticas contabilizam milhões de abortos, ou seja, pena de morte para
inocentes que não pediram para nascer. Os
milhares de vítimas, geralmente jovens, por causa da droga e do seu escandaloso
comércio, geram indignação. O abandono de crianças e idosos chocam os que
possuem consciência da dignidade da pessoa humana.
No meio dessas nuvens escuras
que ameaçam a vida dos filhos de Deus surge uma jovem com firme decisão de
acolher o projeto do Deus da vida e por isso mesmo inteiramente dedicada a
acolher e proteger o Filho de Deus a ela confiado, isto é, Jesus. Quando as
ameaças de Herodes pesaram sobre o seu filho ela foge com a família para o
Egito a fim de protegê-lo (cf Mt 2,13-23).
Por outro lado, desde o seu sim
generoso a Deus ela esteve sempre atenta às necessidades das pessoas.
Necessidades da prima Isabel (Lc 1,39-45), necessidades do casal em apuros em
Caná da Galileia (Jo 2,1-11), necessidades dos discípulos dispersos após a
morte do seu filho. Ela os reuniu no Cenáculo, como a galinha reúne os seus
pintainhos, e os protegeu das ameaças que pairavam sobre eles (At 1,12-14). Por
isso mesmo, Jesus a dá a todos nós como nossa mãe protetora (Jo 19,25-27).
Após ser elevada ao Céu, Maria
continuou protegendo os seus filhos e filhas. As diversas aparições são provas
vivas dessa sua maternidade protetora dos filhos. Em Aparecida (1717) ela
aparece com a cor negra para gritar aos brasileiros e ao mundo que os negros
também eram seus filhos e ela queria que fossem tratados como irmãos e irmãs
queridos e não mais como escravos comprados e vendidos no mercado negro. No
México em 1531 quando se perguntava se os índios tinham alma e os mesmos
estavam sendo dizimados pelos colonizadores, ela apareceu ao índio Juan Diego.
Apareceu para dizer alto e bom som que os índios também eram filhos dela e
queria que eles fossem acolhidos e amados e não destruídos.
Muitas vezes ela apareceu
pedindo para que seus filhos e filhas não deixassem a oração de lado, como
aconteceu em Fátima, aos pastores. A falta de oração nos distancia de Deus e
consequentemente nos leva a desrespeitar a nossa vida e da dos demais. Para
quem vive distante de Deus, qualquer moeda vale mais do que o ser humano. Onde
falta Deus toda sorte de males e agressões à vida cresce e produz os seus
malefícios contra a vida humana, que é preciosa aos olhos de Deus.
Em suma, onde a vida foi sendo
ameaçada e desrespeitada a nossa Mãe foi mostrando o seu rosto materno a fim de
gritar em favor dos seus filhos e filhas. Percorrendo a história da Igreja,
vemos a nossa querida Mãe do Céu, vindo em socorro dos seus filhos e filhas nas
dezenas e centenas de vezes.
Ao meditarmos sobre essa
maternidade protetora de Maria estamos querendo entender melhor a nossa missão
de filhos e filhas, isto é, de darmos continuidade à missão da mãe. Ela nos
convida com insistência de mãe amorosa a assumirmos essa tarefa tão necessária
nos nossos dias. A vida em muitos setores da sociedade corre perigo e ela quer
contar com as nossas mãos protetoras. Mesmo na nossa paróquia temos pessoas
vulneráveis e N. Senhora da Boa Esperança está convidando a cada um de nós,
particularmente nesta novena, a assumirmos essa tarefa com as suas bênção e
intercessão.
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
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