
No meio dessas nuvens escuras
que ameaçam a vida dos filhos de Deus surge uma jovem com firme decisão de
acolher o projeto do Deus da vida e por isso mesmo inteiramente dedicada a
acolher e proteger o Filho de Deus a ela confiado, isto é, Jesus. Quando as
ameaças de Herodes pesaram sobre o seu filho ela foge com a família para o
Egito a fim de protegê-lo (cf Mt 2,13-23).
Por outro lado, desde o seu sim
generoso a Deus ela esteve sempre atenta às necessidades das pessoas.
Necessidades da prima Isabel (Lc 1,39-45), necessidades do casal em apuros em
Caná da Galileia (Jo 2,1-11), necessidades dos discípulos dispersos após a
morte do seu filho. Ela os reuniu no Cenáculo, como a galinha reúne os seus
pintainhos, e os protegeu das ameaças que pairavam sobre eles (At 1,12-14). Por
isso mesmo, Jesus a dá a todos nós como nossa mãe protetora (Jo 19,25-27).
Após ser elevada ao Céu, Maria
continuou protegendo os seus filhos e filhas. As diversas aparições são provas
vivas dessa sua maternidade protetora dos filhos. Em Aparecida (1717) ela
aparece com a cor negra para gritar aos brasileiros e ao mundo que os negros
também eram seus filhos e ela queria que fossem tratados como irmãos e irmãs
queridos e não mais como escravos comprados e vendidos no mercado negro. No
México em 1531 quando se perguntava se os índios tinham alma e os mesmos
estavam sendo dizimados pelos colonizadores, ela apareceu ao índio Juan Diego.
Apareceu para dizer alto e bom som que os índios também eram filhos dela e
queria que eles fossem acolhidos e amados e não destruídos.
Muitas vezes ela apareceu
pedindo para que seus filhos e filhas não deixassem a oração de lado, como
aconteceu em Fátima, aos pastores. A falta de oração nos distancia de Deus e
consequentemente nos leva a desrespeitar a nossa vida e da dos demais. Para
quem vive distante de Deus, qualquer moeda vale mais do que o ser humano. Onde
falta Deus toda sorte de males e agressões à vida cresce e produz os seus
malefícios contra a vida humana, que é preciosa aos olhos de Deus.
Em suma, onde a vida foi sendo
ameaçada e desrespeitada a nossa Mãe foi mostrando o seu rosto materno a fim de
gritar em favor dos seus filhos e filhas. Percorrendo a história da Igreja,
vemos a nossa querida Mãe do Céu, vindo em socorro dos seus filhos e filhas nas
dezenas e centenas de vezes.
Ao meditarmos sobre essa
maternidade protetora de Maria estamos querendo entender melhor a nossa missão
de filhos e filhas, isto é, de darmos continuidade à missão da mãe. Ela nos
convida com insistência de mãe amorosa a assumirmos essa tarefa tão necessária
nos nossos dias. A vida em muitos setores da sociedade corre perigo e ela quer
contar com as nossas mãos protetoras. Mesmo na nossa paróquia temos pessoas
vulneráveis e N. Senhora da Boa Esperança está convidando a cada um de nós,
particularmente nesta novena, a assumirmos essa tarefa com as suas bênção e
intercessão.
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
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