Entremos um pouco nas nossas
escolas e famílias e sintamos um pouco como está o nosso sistema educacional.
Nas escolas encontramos professores abandonando essa atividade por causa da
indisciplina dos alunos e dos entraves impostos pela legislação na sua
correção. Vemos até uma mãe de um aluno
processando a professora porque retirou o celular dele por utilizar do mesmo
durante a sua aula, atrapalhando os demais alunos além do professor. Ainda bem
que a juíza que atuou no caso tinha um mínimo de bom senso e deu ganho de causa
ao docente. Na verdade, normalmente, se dá razão ao aluno, mesmo na
indisciplina e desrespeito ao professor.
Ao pastorear as minhas ovelhas
visito frequentemente as empresas e famílias da paróquia que me foi confiada. Noto
com muita frequência que as famílias estão muito desestruturadas. Grande parte
delas, os pais já não vivem juntos, mas estão separados ou numa segunda e até
numa terceira união. Os filhos estão ora com o pai, ora com a mãe e alguns com
a avó ou avô. Notamos também a dificuldade dos pais quanto à disciplina e
transmissão de valores religiosos e humanos. Em muitas casas os filhos são os
verdadeiros ditadores. Mandam nos pais e os pais obedecem. Alguns trabalham
como escravos para satisfazer o egoísmo dos filhos. Parece que os comandos foram invertidos. As consequências desse sistema estão aí. Muito
desrespeito, desacato, indisciplina, agressões e outras atitudes negativas.
Nesse cenário estamos
refletindo sobre Maria Educadora. Aquela que soube passar uma educação sólida e
firme ao seu filho Jesus. Inicialmente não o deixou fazer o que quisesse, mas
procurou acompanhá-lo no seu crescimento. Quando ele ficou em Jerusalém sem que
os pais o soubessem, Maria e José estiveram à sua procura, até encontra-lo no
templo discutindo com os Mestres da Lei. Quando o encontraram não lhe passaram
a mão na cabeça, mas o questionaram por que havia procedido daquela maneira. Ao
ser questionado teve que dar uma boa explicação. Parece que Maria e José não
conseguiram entender bem e guardaram aquilo no seu coração, para que à luz de
Deus, que reside no coração dos seus filhos, pudessem entender em outro
momento. O episódio prossegue dizendo que Jesus retornou a Nazaré e era-lhes
submisso (cf Lc 2,41-51).
O mais bonito é aquilo que
resulta dessa educação disciplinada e hierarquizada, ou seja, onde os pais e
professores assumem o comando e conduzem a educação para os valores, o
respeito, a ordem, o trabalho, a verdade e o amor Deus e às pessoas. Senão
ficou claro, vejamos o diz o Evangelho: “E Jesus crescia em sabedoria, em
estatura e em graça, diante de Deus e diante dos homens” (Lc 2,52).
Queridos leitores! Acredito
que em sã consciência ninguém deseja ter um filho ou um aluno indisciplinado e
cheio de desrespeito. Ninguém deseja criar uma cobra dentro de casa para em
seguida ser picado por ela. Por isso, entendo que a nossa querida Maria, Mãe de
Jesus e educadora do mesmo, tenha algo de importante para nos ensinar.
Para sermos bons educadores é
fundamental saber-nos filhos e filhas de Deus. Não menos importante é
manter-nos unidos a Ele. Sem mim nada podeis fazer de bom, afirma Jesus (Cf. Jo
15,5). Sem a Verdade de Deus as meias verdades ideológicas vão entrando e
fazendo seus estragos no coração dos nossos jovens. À luz de Deus os pais e professores saberão
assumir a sua missão de educadores na família e na escola e os resultados
aparecerão nos filhos e nos alunos, que desabrocharão em sabedoria, estatura e
graça diante de Deus e das pessoas todas.
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
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