Como é agradável o conforto da
nossa casa quentinha com mil e uma coisas para curtir! Como é maravilhoso o
nosso sítio ou a nossa casa de praia onde nos reunimos com os familiares para
nos fins de semana para curtir esses ambientes! O nosso condomínio é muito
seguro e agradável para se morar e para as crianças brincarem na piscina e nas
diversas áreas de lazer! Essa é a tendência moderna de nos fecharmos em nossos
ambientes seguros. Claro que isso tem o seu lado positivo, que não estamos negando,
mas, por outro, podemos incorrer no perigo de nos isolarmos e deixar que os
demais irmãos se danem, como frequentemente ouço.
Diante disso surge a proposta
do Evangelho feita inicialmente a Maria de Nazaré, uma jovenzinha enamorada de
José, o carpinteiro. Uma jovem que havia decidido nunca dizer não a Deus.
Quando o Anjo Gabriel a informou que Deus a havia escolhido para ser mãe do seu
filho Jesus ela entendeu que tinha uma grande missão no mundo. Ela entendeu que
devia levar Jesus às famílias. Ciente disso não arrumou desculpas, mas partiu
imediatamente para a casa da prima Isabel. Partiu com a firme decisão de levar
o Deus da alegria. Tanto é verdade que aquela casa ficou repleta do Espírito
Santo e a alegria apareceu em todos os semblantes. Aquela casa fiou cheia de
cânticos e de alegria (cf Lc 1,39-45).
Diante da notícia ela podia se
encher de vaidade ou de medo. Medo dos ladrões que havia pelas estradas de
Nazareth até Aincarin, cidade onde morava a prima. Ao contrário, colocou em
destaque a vontade de Deus e não a honra e os ladrões. Priorizou a missão de
levar Jesus ao coração das famílias. Por conta disso, vemos Maria cheia de Deus
e de liberdade indo para Aincarin, transbordando coragem, determinação e
alegria. Certamente por onde passou evangelizou a todos com a sua alegria
feminina.
Eis o grande apelo de Maria:
“Encham-se de Deus e saiam do egoísmo e do medo para levar o Deus do Amor à
toda gente”. Em sintonia com a grande missionária do Pai o papa Francisco chama
a todos os católicos a sair da zona do conforto ou do medo para levar Jesus a
toda a gente. Particularmente nas chamadas periferias do evangelho, ou seja,
aonde a Boa Notícia ainda não chegou. Aonde a violência e o desrespeito à vida
humana ainda imperam, fazendo correr rios de lágrimas e sangue.
O apelo de Maria e do Papa
encontrou acolhida na arquidiocese de Curitiba e, por isso mesmo, os nossos
líderes religiosos estão chamando a todos nós a deixar-nos engravidar pelo
Espírito de Deus. Uma vez cheios do seu
Amor seremos animados a sair das nossas Igrejas e das nossas estruturas para
que as nossas paróquias sejam comunidade de comunidades. Comunidades nascidas e
crescidas a partir da Palavra de Deus. Palavra esta lida, meditada, rezada e
vivida a exemplo de Maria de Nazaré.
Fazemos votos que não seja o
medo dos ladrões ou o comodismo a comandar a vida dos cristãos de hoje, dando
origem a uma Igreja acuada e morna, mas sim a busca da vontade de Deus, que é
de levar o Evangelho a todas as gentes, com a certeza de que Jesus Ressuscitou
e estará conosco até o fim da nossa vida terrena, conforme Ele mesmo prometeu
(cf Mt 28,19-20).
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