quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DIANTE DA RECUSA

            Muitas e muitas vezes não somos acolhidos por pessoas, por instituições e até por comunidades eclesiais. Acontece isso porque somos de outra cor, porque somos pobres, porque somos mulheres, porque somos portadores de alguma deficiência ou por alguma outra razão. O fato é que as portas se fecham para nós. Diante dessas portas que se fecham como reagimos? Em primeiro lugar não nos sentimos bem diante disso. As nossas faces normalmente ficam vermelhas expressando toda a nossa raiva. Muitas vezes partimos para o revide com impropérios e desejos de vingança.
           No dia em que a Igreja celebra o patrono dos biblistas, isto é, São Jerônimo, a liturgia nos apresenta no Evangelho de Lucas um episódio de rejeição. O Evangelista narra que Jesus está indo para Jerusalém e enviou alguns discípulos à sua frente para preparar pousada. Eles entraram numa aldeia de samaritanos e estes não quiseram recebe-los, pois faziam menção que estavam indo para Jerusalém e os samaritanos não se davam bem com os habitantes de Jerusalém. Por essa razão fecharam as portas para Jesus e para a sua turma. (cf. Lc 9,51-56).
            Observemos a reação dos discípulos, que certamente estavam indignados com o não acolhimento da sua proposta. Perguntaram a Jesus: “Senhor, queres que ordenemos desça fogo do céu para consumi-los?” Notem a costumeira reação humana diante da falta de acolhida por parte dos demais. Os olhos ficam cegos de raiva e tentam destruir os obstáculos a ferro e a fogo.
        Diante dessa natureza humana Jesus lança a semente do evangelho dando a entender que é um direito dos demais não recebê-lo e aos seus seguidores. Devem ter as suas razões para agir dessa maneira. Importa não nivelar-se a eles, partindo para o revide, mas respeitar a sua decisão, mesmo que equivocada. Essa é a forma de reagir de Deus diante das recusas humanas. Essa deveria ser a forma cristã de reagir diante do mau acolhimento de algum irmão ou irmã. Essa forma respeitosa de acolher o seu fechamento, pode ser a chave para fazê-los rever o seu posicionamento e apressar a conversão.
            Além disso, Jesus aponta para os seus as demais possibilidades que estão à sua frente. Não é porque uma porta se fecha que a caminhada missionária para. Anima-os a ir em frente para outro povoado onde provavelmente encontrarão acolhida. Portanto, não é o fechamento de alguém que nos paralisa na caminhada rumo à Jerusalém Celeste, para onde estamos indo. É fundamental, para o seguidor de Jesus, caminhar para Deus apesar dos outros.
            Caríssimos irmãos! Peçamos a graça de acolher esse novo modo de reagir diante da falta de acolhida que podemos encontrar na nossa caminhada rumo ao Céu. Modo esse que manifestará ao mundo que somos evangelizados e colocamos em prática a vontade do Pai. 




Pe. Arlindo Toneta -  Pároco 
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR



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