quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ENTRAR PELA PORTA ESTREITA


O ser humano, normalmente, gosta de portas amplas e caminhos bem folgados. Claro que isso, a princípio, é um desejo bom, pois não precisamos nos enroscar nas laterais das portas ou esbarrar nos outros ao percorrer o caminho. Creio, porém, que não é nesse sentido que Jesus está falando. O que mesmo Ele quer que aprendamos e coloquemos em prática?
Olhando para o conjunto da Liturgia da Palavra (Ef 6,10-20; Lc 13,31-35) entendemos que o caminho largo e espaçoso é o caminho do egoísmo e da maldade, que todos nós conhecemos a sua amplitude e a abundância de frutos amargos que azedam a nossa vida e a vida do povo. Quantas famílias e comunidades estão doentes e vivem um verdadeiro inferno por ter optado por esse caminho aliciador, a princípio, mas que estraga e amarga a convivência familiar e social!
O caminho estreito e apertado é o caminho do amor e da bondade. Caminho este que deveria ser aprendido através da educação familiar, escolar e profissional. Claro que a chamada Evangelização Permanente proposta pela nossa Igreja visa, sobretudo, apontar esse caminho virtuoso, que requer esforço permanente para percorrê-lo com êxito. Em outras palavras o Caminho Estreito é o próprio Jesus, que se apresenta como Caminho para Deus (cf Jo 14,6).
Portanto, escolher o caminho estreito é escolher seguir os passos de Jesus com todas as exigências que isso implica. Envolve tomar a própria cruz e seguir o Mestre Jesus, como fez o cego Bartimeu. Jogou fora a mendicância e as vantagens da condição de mendigo e foi seguindo Jesus pelo Caminho. Tomar a cruz da própria vida e caminhar no seguimento de Jesus, obediente ao Pai, produzindo toda sorte de frutos bons que resultam em vida e saúde para produtor e para todos os que se alimentam deles.
Na carta aos cristãos de Éfeso, Paulo afirma que quem percorre o caminho estreito honra seu pai e sua mãe e com isso garante vida longa sobre a terra e felicidade (cf. Ef 6, 2s). Mais adiante afirma que o bem que cada um fizer, não importa a sua opção vocacional, isto é, casado, solteiro ou consagrado, retornará sobre ele. Cairá como bênção do Senhor sobre si, a princípio. Além disso, como somos parte viva do Corpo Místico do Senhor, claro que atingirá a toda a Igreja, fazendo-a crescer em alegria e entusiasmo.
Claro que muitos começam pela porta estreita através da catequese, dos cursos de formação, dos encontros de jovens e casais, mas pouco a pouco vão deixando esse caminho do amor e da bondade e se deixam arrastar pelo largo caminho do egoísmo e da maldade. Caminho este que afasta a pessoa de Deus e a conduz para bebedeiras, drogadição, roubo, preguiça, infidelidade matrimonial, desrespeito, exagero na comida, ativismo, ganância, inveja, vazio interior, em suma, para o inferno em vida.

O resultado do caminho que escolhemos será a comunhão com Deus e a participação no banquete do Céu, para aqueles que escolheram seguir os passos de Jesus e a frustração eterna para os que preferiram afastar-se do Caminho estreito, que é Jesus, para seguir o caminho do egoísmo e da maldade. Diante disso, importa que envidemos esforços para educar bem os nossos filhos e paroquianos a fim de que possam optar por Jesus, Caminho e Verdade que conduz ao banquete da Vida em Deus. 





Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança  - Pinhais - PR

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