O ser humano, normalmente,
gosta de portas amplas e caminhos bem folgados. Claro que isso, a princípio, é
um desejo bom, pois não precisamos nos enroscar nas laterais das portas ou esbarrar
nos outros ao percorrer o caminho. Creio, porém, que não é nesse sentido que
Jesus está falando. O que mesmo Ele quer que aprendamos e coloquemos em
prática?
Olhando para o conjunto da
Liturgia da Palavra (Ef 6,10-20; Lc 13,31-35) entendemos que o caminho largo e
espaçoso é o caminho do egoísmo e da maldade, que todos nós conhecemos a sua
amplitude e a abundância de frutos amargos que azedam a nossa vida e a vida do
povo. Quantas famílias e comunidades estão doentes e vivem um verdadeiro
inferno por ter optado por esse caminho aliciador, a princípio, mas que estraga
e amarga a convivência familiar e social!
O caminho estreito e
apertado é o caminho do amor e da bondade. Caminho este que deveria ser
aprendido através da educação familiar, escolar e profissional. Claro que a
chamada Evangelização Permanente proposta pela nossa Igreja visa, sobretudo,
apontar esse caminho virtuoso, que requer esforço permanente para percorrê-lo
com êxito. Em outras palavras o Caminho Estreito é o próprio Jesus, que se
apresenta como Caminho para Deus (cf Jo 14,6).
Portanto, escolher o caminho
estreito é escolher seguir os passos de Jesus com todas as exigências que isso
implica. Envolve tomar a própria cruz e seguir o Mestre Jesus, como fez o cego
Bartimeu. Jogou fora a mendicância e as vantagens da condição de mendigo e foi
seguindo Jesus pelo Caminho. Tomar a cruz da própria vida e caminhar no
seguimento de Jesus, obediente ao Pai, produzindo toda sorte de frutos bons que
resultam em vida e saúde para produtor e para todos os que se alimentam deles.
Na carta aos cristãos de
Éfeso, Paulo afirma que quem percorre o caminho estreito honra seu pai e sua
mãe e com isso garante vida longa sobre a terra e felicidade (cf. Ef 6, 2s).
Mais adiante afirma que o bem que cada um fizer, não importa a sua opção
vocacional, isto é, casado, solteiro ou consagrado, retornará sobre ele. Cairá
como bênção do Senhor sobre si, a princípio. Além disso, como somos parte viva
do Corpo Místico do Senhor, claro que atingirá a toda a Igreja, fazendo-a
crescer em alegria e entusiasmo.
Claro que muitos começam
pela porta estreita através da catequese, dos cursos de formação, dos encontros
de jovens e casais, mas pouco a pouco vão deixando esse caminho do amor e da
bondade e se deixam arrastar pelo largo caminho do egoísmo e da maldade.
Caminho este que afasta a pessoa de Deus e a conduz para bebedeiras,
drogadição, roubo, preguiça, infidelidade matrimonial, desrespeito, exagero na
comida, ativismo, ganância, inveja, vazio interior, em suma, para o inferno em
vida.
O resultado do caminho que
escolhemos será a comunhão com Deus e a participação no banquete do Céu, para
aqueles que escolheram seguir os passos de Jesus e a frustração eterna para os
que preferiram afastar-se do Caminho estreito, que é Jesus, para seguir o
caminho do egoísmo e da maldade. Diante disso, importa que envidemos esforços
para educar bem os nossos filhos e paroquianos a fim de que possam optar por
Jesus, Caminho e Verdade que conduz ao banquete da Vida em Deus.
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