terça-feira, 7 de outubro de 2014

A VIRTUDE SERVIDORA

         Dentro da nossa realidade aparentemente sempre mais egoísta, na festa de Nossa Senhora do Rosário, Maria de Nazaré surge como aquela que apresenta o melhor da beleza da mulher, isto é, a sua capacidade de escutar e servir a Deus e à comunidade. Essa beleza, que não conta muito para o ibope da nossa mídia é, na verdade, a que faz resplandecer a verdadeira face de Deus na carne humana. Beleza permanente e que, ao contrário da fugaz beleza estética, se eterniza no Céu.  
            Maria é a rainha dessa beleza fantástica que encantou a Deus e encanta a milhões de membros da Igreja do seu filho Jesus de Nazaré. Por isso mesmo, ela foi coroada como rainha do Céu e da terra. Coroa essa que não foi usurpada, mas confeccionada por ela pela sua constante disposição de estar à escuta de Deus e das necessidades do seu povo.  Não mediu esforços e nem sacrifícios. Não ficou estática diante da possibilidade das pessoas ou do marido não a entenderem. Priorizou sempre a vontade de Deus e a necessidade da comunidade.
            No Evangelho (Lc 1,26-38) ela, como toda a pessoa humana, apresenta a Deus as suas dificuldades de entender o projeto divino, mas nem por isso se recusa a aderir ao mesmo. Mesmo sem saber o que a aguardava, em termos de alegrias e sofrimentos, uma vez certa de que aquela era a vontade de Deus, Maria dá o seu Sim generoso e permanente. Não dá um sim condicionado e temporário, como muitos de hoje fazemos. Sim até a primeira dificuldade. Sim até que haja dinheiro na conta. Sim até que você me dê prazer. Maria surge como a mulher que diz Sim a Deus, animada pela virtude de servir com prazer e com todas as dores que viriam. Ela não coloca em primeiro lugar o prazer, mas a vontade de Deus.
            Por isso, ela é a rainha servidora, modelo de todas as mulheres que desejam entrar para a Igreja, para a família e a sociedade como servidoras. A sua beleza continua a resplandecer no Céu e a influenciar os seus filhos e filhas adotivos, que são todos os homens e mulheres de boa vontade, conforme cantaram os anjos sobre a manjedoura de Belém.
        Diante da Igreja nascente, amedrontada pela morte de Jesus, Maria reúne os apóstolos e seguidores do seu filho no cenáculo e os anima a pedir o Espírito Santo, que revelaria toda a verdade (cf At 1,12-14). Com Pentecostes, a Igreja, como fermento, vai se espalhando pela massa da humanidade, levedando milhares de homens e mulheres com a virtude do amor servidor manifestado, por excelência, por Jesus e pela sua Mãe Maria.
            Em 1531 em Guadalupe, 1571 na Batalha de Lepanto, 1717 em Aparecida, Maria continua a servir os seus filhos e filhas. A mãe servidora continua protegendo os seus filhos, mesmo depois da sua passagem pela terra. Não é porque já está na plenitude de Deus que sessa a virtude servidora, mas ao contrario, se intensifica mais ainda. No amor de Deus se estende a todos os seus filhos e filhas ao mesmo tempo.

           Queridas mulheres e caros irmãos! Eis uma dica para a nova evangelização. Não podemos mais evangelizar apenas com palavras, que seguramente são importantes. A virtude servidora de Maria nos ensina que a disposição de escutar a Deus e servi-lo em cada irmão alavanca a Nova Evangelização, e nos leva a superar a tristeza e inebriar-nos da alegria do Evangelho.




Pe. Arlindo Toneta -  Pároco 
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR

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