Dentro da nossa realidade aparentemente
sempre mais egoísta, na festa de Nossa Senhora do Rosário, Maria de Nazaré
surge como aquela que apresenta o melhor da beleza da mulher, isto é, a sua
capacidade de escutar e servir a Deus e à comunidade. Essa beleza, que não
conta muito para o ibope da nossa mídia é, na verdade, a que faz resplandecer a
verdadeira face de Deus na carne humana. Beleza permanente e que, ao contrário
da fugaz beleza estética, se eterniza no Céu.
Maria
é a rainha dessa beleza fantástica que encantou a Deus e encanta a milhões de
membros da Igreja do seu filho Jesus de Nazaré. Por isso mesmo, ela foi coroada
como rainha do Céu e da terra. Coroa essa que não foi usurpada, mas
confeccionada por ela pela sua constante disposição de estar à escuta de Deus e
das necessidades do seu povo. Não mediu
esforços e nem sacrifícios. Não ficou estática diante da possibilidade das
pessoas ou do marido não a entenderem. Priorizou sempre a vontade de Deus e a
necessidade da comunidade.
No
Evangelho (Lc 1,26-38) ela, como toda a pessoa humana, apresenta a Deus as suas
dificuldades de entender o projeto divino, mas nem por isso se recusa a aderir
ao mesmo. Mesmo sem saber o que a aguardava, em termos de alegrias e
sofrimentos, uma vez certa de que aquela era a vontade de Deus, Maria dá o seu Sim generoso e permanente. Não dá um
sim condicionado e temporário, como muitos de hoje fazemos. Sim até a primeira
dificuldade. Sim até que haja dinheiro na conta. Sim até que você me dê prazer.
Maria surge como a mulher que diz Sim a Deus, animada pela virtude de servir
com prazer e com todas as dores que viriam. Ela não coloca em primeiro lugar o
prazer, mas a vontade de Deus.
Por
isso, ela é a rainha servidora, modelo de todas as mulheres que desejam entrar
para a Igreja, para a família e a sociedade como servidoras. A sua beleza
continua a resplandecer no Céu e a influenciar os seus filhos e filhas
adotivos, que são todos os homens e mulheres de boa vontade, conforme cantaram
os anjos sobre a manjedoura de Belém.
Diante
da Igreja nascente, amedrontada pela morte de Jesus, Maria reúne os apóstolos e
seguidores do seu filho no cenáculo e os anima a pedir o Espírito Santo, que
revelaria toda a verdade (cf At 1,12-14). Com Pentecostes, a Igreja, como
fermento, vai se espalhando pela massa da humanidade, levedando milhares de
homens e mulheres com a virtude do amor servidor manifestado, por excelência,
por Jesus e pela sua Mãe Maria.
Em
1531 em Guadalupe, 1571 na Batalha de Lepanto, 1717 em Aparecida, Maria
continua a servir os seus filhos e filhas. A mãe servidora continua protegendo
os seus filhos, mesmo depois da sua passagem pela terra. Não é porque já está
na plenitude de Deus que sessa a virtude servidora, mas ao contrario, se
intensifica mais ainda. No amor de Deus se estende a todos os seus filhos e
filhas ao mesmo tempo.
Queridas
mulheres e caros irmãos! Eis uma dica para a nova evangelização. Não podemos
mais evangelizar apenas com palavras, que seguramente são importantes. A
virtude servidora de Maria nos ensina que a disposição de escutar a Deus e
servi-lo em cada irmão alavanca a Nova Evangelização, e nos leva a superar a
tristeza e inebriar-nos da alegria do Evangelho.
Pe. Arlindo Toneta - Pároco
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
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