Falando em economia, ao
encontrarmos um indivíduo confiável logo pensamos em colocá-lo como
administrador dos nossos bens, pois não queremos correr riscos. Esses bens
estão seguros nas mãos de um administrador fiel ao seu patrão. O patrão fica
sossegado, pois está certo que o seu patrimônio está seguro naquelas mãos
zelosas.
Jesus conhecia muito bem essa
maneira prudente de agir dos homens possuidores de bens materiais. Por isso,
Jesus, em Lc 12,39-48, afirma aos seus discípulos que eles foram escolhidos
para cuidar do seu patrimônio mais precioso, que são as pessoas. Foram
escolhidos para alimentá-las na hora certa com o pão da Palavra, com o pão do
perdão, enfim com a evangelização permanente. Alimentá-las de tal forma que
fiquem fortes e sejam capazes da fraternidade e da justiça misericordiosa,
queridas pelo Patrão.
Adverte-os também dos perigos
de abandonarem a vigilância e deixarem que os ladroes do egoísmo e da vaidade
pessoal roubem essa missão de cuidar dos outros. Acrescenta que a situação
piora ainda mais quando de cuidadores podem se tornar opressores e exploradores
daqueles que deviam cuidar. Finalmente, aponta que o resultado final será ruim
para todos.
Caros discípulos missionários
de Jesus da atualidade! Diante de nós está o grande e maior patrimônio de Deus,
isto é, os nossos irmãos e as nossas irmãs. Fomos escolhidos, chamados, capacitados e
enviados em missão. Enviados para cuidar do maior bem de Deus, que é o seu
povo. Não fomos escolhidos para administrar apenas bens materiais, mas,
sobretudo, o novo templo do Senhor, que é o seu povo. Jesus é a cabeça e nós
todos somos os membros, desse corpo místico, ou seja, desse templo espiritual,
que se eleva sobre a pedra de fundamento, que é Jesus.
Nós sacerdotes, bispos, religiosos,
consagrados, lideranças e demais batizados fomos escolhidos para zelar do
patrimônio do Senhor. Claro que é missão de todo batizado fazer isso, mas,
particularmente nós lideranças, formos escolhidos para isso. Fomos encarregados
de cuidar dos irmãos e das irmãs. Foi-nos confiado o encargo de dar o alimento
da Palavra, dos Sacramentos e da evangelização permanente a fim de que todos
possam crescer no amor e na bondade.
Não podemos cair na tentação
do desânimo, do consumismo e do egoísmo, que junto com os avanços técnicos e
científicos, que em si não têm nada de mal, tem apresentado a sua pior face, ou
seja, o isolamento, o indiferentismo e o descuido da vida, particularmente, da
vida humana, que é o maior bem de Deus.
Conforme o nosso querido papa
Francisco, nos adverte na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, não podemos cair no desânimo por conta das
dificuldades que surgiram na Igreja, particularmente nos últimos tempos. Não
podemos ser administradores com cara de sexta feira da paixão, mas sim com a
esperança e alegria da ressurreição do domingo de Páscoa. É fundamental
continuar alimentando o povo com alegria e entusiasmo e assim atrair para Deus
o maior número possível do seu patrimônio. Eis aí a nossa missão, queridos
leitores!
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
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