Eis um valor que nós
prezamos muito e brigamos quando alguém nos priva dele. A revolução francesa a colocou
como um dos pés do tripé que sustenta a sociedade: Fraternidade, igualdade e liberdade. Os jovens, particularmente
os jovens, reclamam muito dos pais quando lhes parece que são privados dela.
Nota-se em cada ser humano um anseio de liberdade. Na verdade a liberdade
existe ou é apenas um sonho plantado pelo criador em cada ser humano?
A Palavra de Deus (Lc 9,57-62) nos apresenta algumas pessoas desejosas de
seguir Jesus, mas este logo apresenta a realidade das criaturas. Estas,
normalmente, são apegadas a famílias, casas, terras, pessoas, lugares, status,
carros, títulos, tocas, ninhos, etc. Apegos estes que dificultam o seguimento
radical de Jesus. Jesus, por outro lado, é totalmente livre. Livre da sua
família, livre de bens materiais, livre de esposa e até de residência. Ele é
totalmente livre para viver o amor do Pai junto aos mais necessitados.
Os que desejam segui-lo, em primeiro
lugar, necessitam dar-se conta da sua realidade humana de criaturas apegadas.
Tomar consciência que esses apegos dificultam a verdadeira liberdade para o
seguimento do Mestre, que é totalmente livre para amar e ser amado. Sem negar
essa realidade humana, pedir a Deus a graça da libertação. Libertação essa que
não se dá num piscar de olhos, mas que dura a vida inteira, num processo que
requer esforço pessoal e confiança naquele que efetivamente pode nos libertar.
Jesus está dizendo para os que desejam segui-lo na
radicalidade que necessitam desapegar-se dos seus ninhos de conforto, isto é, das
suas famílias, dos seus amigos, dos seus bens para serem mais livres, à sua
semelhança. Serem livres não para dizer que não possuem compromisso com
ninguém, como pensam e fazem os libertinos, que procuram levar vantagens sobre
todos. Ao contrário, desapegar-se o
máximo para assumir o compromisso de amar a todos e a qualquer momento como
Jesus fazia. Eis a proposta de Jesus a todos os que querem ser discípulos
missionários dele.
Portanto, queridos irmãos e irmãs, a liberdade, proposta
por Jesus, não combina com a liberdade com a qual muitos jovens e adultos
sonham, ou seja, de fazer o que querem, mesmo que resulte em prejuízo de si e dos
irmãos. A liberdade que brota do Evangelho é um esforço constante para
desapegar-se de pessoas, de bens, de lugares, de ideias, de títulos, enfim de
tudo o que nos torna menos livres para amar como Jesus amou.
Queridos pais e demais educadores! Eis uma tarefa
inadiável. Eis uma missão importante para iniciar o mês das missões. Missão
essa de evangelizar o nosso modo de pensar e de agir em primeiro lugar. Deixar
que o Evangelho nos recrie e assim podermos, com mais liberdade, viver a
alegria de servir no amor e com amor. Em
segundo lugar, urge que iniciemos o processo de educar os filhos, os alunos e
os catequizandos para a verdadeira liberdade e assim estes possam descobrir,
quanto antes, a alegria de tudo fazer na liberdade amorosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário