quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A LIBERDADE

          Eis um valor que nós prezamos muito e brigamos quando alguém nos priva dele. A revolução francesa a colocou como um dos pés do tripé que sustenta a sociedade: Fraternidade, igualdade e liberdade. Os jovens, particularmente os jovens, reclamam muito dos pais quando lhes parece que são privados dela. Nota-se em cada ser humano um anseio de liberdade. Na verdade a liberdade existe ou é apenas um sonho plantado pelo criador em cada ser humano?
            A Palavra de Deus (Lc 9,57-62) nos apresenta algumas pessoas desejosas de seguir Jesus, mas este logo apresenta a realidade das criaturas. Estas, normalmente, são apegadas a famílias, casas, terras, pessoas, lugares, status, carros, títulos, tocas, ninhos, etc. Apegos estes que dificultam o seguimento radical de Jesus. Jesus, por outro lado, é totalmente livre. Livre da sua família, livre de bens materiais, livre de esposa e até de residência. Ele é totalmente livre para viver o amor do Pai junto aos mais necessitados.
         Os que desejam segui-lo, em primeiro lugar, necessitam dar-se conta da sua realidade humana de criaturas apegadas. Tomar consciência que esses apegos dificultam a verdadeira liberdade para o seguimento do Mestre, que é totalmente livre para amar e ser amado. Sem negar essa realidade humana, pedir a Deus a graça da libertação. Libertação essa que não se dá num piscar de olhos, mas que dura a vida inteira, num processo que requer esforço pessoal e confiança naquele que efetivamente pode nos libertar.
            Jesus está dizendo para os que desejam segui-lo na radicalidade que necessitam desapegar-se dos seus ninhos de conforto, isto é, das suas famílias, dos seus amigos, dos seus bens para serem mais livres, à sua semelhança. Serem livres não para dizer que não possuem compromisso com ninguém, como pensam e fazem os libertinos, que procuram levar vantagens sobre todos.  Ao contrário, desapegar-se o máximo para assumir o compromisso de amar a todos e a qualquer momento como Jesus fazia. Eis a proposta de Jesus a todos os que querem ser discípulos missionários dele.
            Portanto, queridos irmãos e irmãs, a liberdade, proposta por Jesus, não combina com a liberdade com a qual muitos jovens e adultos sonham, ou seja, de fazer o que querem, mesmo que resulte em prejuízo de si e dos irmãos. A liberdade que brota do Evangelho é um esforço constante para desapegar-se de pessoas, de bens, de lugares, de ideias, de títulos, enfim de tudo o que nos torna menos livres para amar como Jesus amou. 
               Queridos pais e demais educadores! Eis uma tarefa inadiável. Eis uma missão importante para iniciar o mês das missões. Missão essa de evangelizar o nosso modo de pensar e de agir em primeiro lugar. Deixar que o Evangelho nos recrie e assim podermos, com mais liberdade, viver a alegria de servir no amor e com amor.  Em segundo lugar, urge que iniciemos o processo de educar os filhos, os alunos e os catequizandos para a verdadeira liberdade e assim estes possam descobrir, quanto antes, a alegria de tudo fazer na liberdade amorosa. 





Pe. Arlindo Toneta -  Pároco 
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR

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