Eis uma grande preocupação nos
nossos dias de hoje. Como devemos apresentar-nos? Claro que depende muito de
onde, para que e para quem. Claro que numa passarela de samba espera-se uma
forma já pré-estabelecida de apresentação da moça ou do rapaz. Quando uma
pessoa procura emprego há um “saco” de gurus dando as dicas para a melhor forma
e jeito de apresentação a fim de ganhar a vaga na empresa. O jovem ou menina
que procura um namorado preocupa-se em buscar a melhor forma de apresentação, naquela
cultura, para ganhar o coração de alguém.
A Palavra de Deus também nos
orienta a respeito de como nos apresentar como cristãos, como missionários e pastores
encarregados da evangelização dos povos. São Paulo na sua carta aos cristãos da
cidade grega de Tessalônica (cf 1Ts 2,1-8) nos diz que se apresentou com muita
ternura como a mãe que acalenta os seus filhinhos. Acrescenta que não foi lá
com objetivos gananciosos, nem com mentiras ou bajulações para agradar este ou
aquele, mas com o intuito de agradar a Deus acolhendo com ternura a todos os
seus filhos e filhas.
Caríssimos leitores! Que
maravilha de orientação muito válida para os nossos relacionamentos na
evangelização e demais relacionamentos quotidianos. Reside aqui um convite a jogar fora todas as
máscaras, ganâncias e outras intensões egoístas e encher-nos de amor a Deus e
ternura materna para com as pessoas a fim de estabelecermos relações de ajuda
que edificam as famílias e as comunidades.
O Evangelho (Mt 23,23-26) nos
apresenta os Mestres da Lei e os fariseus hipócritas que exigem dos outros as
picuinhas da lei e ignoram o essencial, isto é, a justiça, a misericórdia e a
fidelidade. Apresentam-se cheios de exigências pequenas, esquecendo a forma
mais adequada e essencial de se apresentar. Jesus com a sua vida e palavra vai
dizendo a eles e a cada um de nós que é fundamental apresentar-se cheios de
misericórdia.
Mas o que é mesmo
apresentar-se dessa forma? Conscientes das nossas limitações e fraquezas é
fundamental ir ao outro com o coração cheio de ternura e compreensão. Ir aos
demais, guiados pelo amor de Deus manifestado em Jesus, para acolher e amar sem
cobranças e condenações. Cobrir o outro com o amor de Deus, que aparece na
nossa ternura misericordiosa. Eis a essência do Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo, que deseja atualizada nos nossos relacionamentos.
Claro que alguém pode nos achar
negligentes quanto às pequenas exigências. Entendo que uma vez que vivemos a
essência do Evangelho as pequenas coisas, a seu tempo, serão percebidas e
vividas pelas pessoas. Mas se deixarmos de lado o essencial não teremos força
de atração para a vivência das pequenas e muito menos das grandes. Trata-se da
estória do vaso cheio de areia onde não cabe mais as grandes pedras, isto é, o
amor a Deus, à família, as pessoas, aos enfermos, aos jovens. Pelo contrário, quando colocamos primeiro as
grandes pedras, sempre haverá lugar para as pequenas pedras ou normas.
Peçamos a graça de nos
apresentar cheios de amor e ternura para ganhar o maior número para Deus e para
a sua comunidade. Que jamais os nossos títulos nos encham de orgulho e poder
opressor, mas, pelo contrário, sejam ferramentas cheias de amor e ternura que
se debruçam sobre os irmãos para acarinhá-los e ergue-los para Deus e para a
sua comunidade!
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR
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