segunda-feira, 14 de outubro de 2013

JESUS NOS CURA DA INSENSIBILIDADE


Queridos leitores! A lepra era para os judeus sinal de pecado e maldição de Deus. Ser portador de tal doença era não ter a bênção de Deus. De alguma forma era morrer para Deus e para a comunidade. O portador desse mal era excluído da comunidade. Devia viver fora do convívio familiar e comunitário. Não podia ir à Sinagoga. Se por ventura alguém fizesse isso podia ser apedrejado pela comunidade. Por isso, ninguém ousava fazê-lo. Imaginem queridos irmãos que essa situação era a morte social, familiar e eclesial. Podemos sentir na nossa própria pele o sofrimento desses irmãos e irmãs assim acometidos por esse mal. 
 
Queridos irmãos! A melhor notícia desse domingo é que Jesus veio libertar a humanidade dessa terrível doença. Jesus veio libertar não apenas alguns mas a todos os seres humanos. Como podemos entender isso? Na primeira leitura ele aparece libertando um estrangeiro, isto é, o Sírio Naamã. Isto indica que a libertação não era apenas para os judeus, como o povo escolhido, na sua maioria, pensava. A libertação era para todos, isto é, judeus e pagãos.  No Evangelho (Lc 17,11-19) Jesus cura 10 leprosos. Alguns não pertenciam ao povo eleito, segundo a tradição. Em suma, Jesus veio para libertar a todos os povos da doença que exclui da família e da comunidade. 

Atrás desses episódios existe a vontade de Deus que se manifesta. Além da saúde e vida que quer para todos, Jesus está dizendo que ninguém deve ser impedido de participar da família e da Igreja. De todo e qualquer mal que  impede o homem e a mulher dessa participação Jesus quer libertar. Jesus veio trazer vida em plenitude e não apena parcial. por isso, ele liberta da exclusão familiar, social e eclesial, que não deixam de ser verdadeiras mortes, que tornam o homem e a mulher desfigurados na sua Imagem e Semelhança com Deus Pai, Deus Filho e Deus Espirito Santo, isto é, um Deus Família. 

Como Jesus cura os leprosos daquele tempo? Jesus não faz nenhuma mágica, como alguns de nós podemos imaginar. Jesus pede que se ponham a caminho e confiem nele e na sua palavra, isto é, que tenham Fé. Eles assumiram a sua condição confiando plenamente em Jesus que queria e podia curá-los da doença. Caminhando com essa fé viva eles se viram curados.  Diante da cura podemos imaginar a explosão de alegria que aconteceu em cada um. Nove deles, cumpridores da lei foram diretos aos sacerdotes para receberem a comprovação da cura e assim poderem participar novamente das famílias e da comunidade. 

Um deles, porém, não se conteve e sentiu necessidade de retornar até Jesus para, de joelhos, lhe agradecer a cura. Entendeu, mais do que todos, que a cura era um presente de Jesus e não podia deixar de agradecer primeiramente a ele e depois aos sacerdotes. Jesus apresentou a atitude desse como modelo a ser seguido por todos os homens e mulheres. 

Queridos irmãos! Alguns de nós podemos imaginar que essa Palavra não tem nada a falar-nos pois a lepra está praticamente extinta do planeta. Na verdade, queridos irmãos, Jesus não está falando apenas da lepra, mal de Hansen, mas da insensibilidade do coração e de todas as demais doenças que nos afastam, de alguma forma, da família, da comunidade e da Igreja. Quantos homens e  mulheres, quantos jovens e crianças que vivem longe da família e da Igreja! Quantos males que tornam o homem e a mulher insensíveis. Por conta disso, se isolam e não mais participam da família e da Igreja de Jesus. 

A boa notícia, querido irmão, é que Jesus quer curar a todos desses males. Ele tem poder de tirar todos os seus irmãos da marginalidade familiar e eclesial que desfigura a nossa imagem de filhos e filhas de Deus. Basta que nós confiemos nele, que voltemos a assumir o nosso batismo, voltemos a viver a Palavra de Jesus, caminhemos em direção à comunidade e logo, logo seremos curados desses males, que nos deixam abatidos e tristes. 

A partir dessa recuperação da nossa dignidade de filhos e filhas amados pela família, pela comunidade e por Deus, sentiremos a necessidade imperiosa da gratidão. Cheios de gratidão e alegria integraremos novamente a Igreja de Jesus Cristo. Com as vestes da gratidão e da alegria seremos missionários de Jesus Cristo por onde passarmos. 

Peçamos a graça da cura de todas as nossas lepras e doenças que nos afastam do convívio familiar e eclesial. 

 
 
Pe. Arlindo Toneta - Pároco - 
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR

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