Mulheres
seguiam a Jesus.
Depois disso, Jesus percorria cidades e povoados proclamando e
anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Os Doze iam com ele, e também algumas
mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças: Maria, chamada
Madalena, de quem saíram sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário
de Herodes; Susana, e muitas outras mulheres, que os ajudavam com seus bens (Lc
8,1-3).
Jesus rompe com a tradição
judaica onde as mulheres não podiam seguir os mestres. O conhecimento dos
mistérios de Deus era exclusividade dos homens. Quando Jesus inicia o seu
ministério público logo admite mulheres no seu grupo. Com isso recupera a
dignidade da mulher. Revela, de alguma forma, que mulher e homem, diante de
Deus, possuem a mesma dignidade, mesmo que diferentes na sua missão
antropológica. Não são excludentes, mas sim complementares. Jesus quer acolher
a todos, revelando que na sua Igreja cabem todos: homens, mulheres, estrangeiros
e crianças.
O que chama a atenção é
que as mulheres que o seguem não são as que possuíam a melhor fama, quando
foram admitidas no grupo dos seus seguidores. Eram mulheres problemáticas. Ele
as cura de seus males e as admite no seu grupo. O seu grupo, portanto, não era
um grupo de puros e santos, como alguns insistem, até hoje, em pensar. O seu
grupo era constituído de pecadores em alto potencial. Apesar disso, não sente
que a sua imagem está sendo comprometida diante do público, pois entende que a
sua imagem ninguém pode comprometê-la. A sua força e brilho procedem de Deus e
não dos homens ou das mulheres com quem anda.
Quantos de nós evitamos
certas pessoas porque imaginamos que a nossa imagem seja comprometida diante do
público. Valemo-nos da tradicional afirmação: “Diga-me com quem andas que te
direi quem tu és”. Se por um lado essa afirmação pode ser verdadeira por outro
pode ser totalmente falsa. Por isso, precisamos de outra afirmação, que não
leve a enganos: “Diga-me por que tu andas com essas pessoas que te direi quem
tu és”. Jesus nunca andou com os pecadores por que era um pecador, mas para
libertar os pecadores e ajudá-los a experimentar a liberdade amorosa.
Por que nós evitamos os
pecadores e as pessoas de má fama? Normalmente porque estamos preocupados em
preservar a nossa imagem de bonzinhos e não em ajudar os que estão no pecado e
no erro a sair desse caminho que leva à morte. Jesus nunca se preocupou em
preservar a sua imagem diante do publico, mas em recuperar a nossa imagem
desfigurada pela discriminação do egoísmo e pecado.
Jesus aceitava a ajuda dos
pecadores e não somente dos que se diziam bonzinhos. Aceitava a caridade das
mulheres pecadoras, pois era uma forma de purificação dos pecados para elas.
São Pedro nos recorda na sua carta que a caridade cobre uma multidão de
pecados. Certamente Jesus sabia disso e permitia que elas exercessem o
ministério da caridade para com ele.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
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