quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Refl. Ev. 1183 (Lc 7,11-17) 17/09/13



A vitória da vida.

Em seguida, Jesus foi a uma cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão iam com ele. Quando chegou à porta da cidade, coincidiu que levavam um morto para enterrar, um filho único, cuja mãe era viúva. Uma grande multidão da cidade a acompanhava. Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: “Não chores!” Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam. Ele ordenou: “Jovem, eu te digo, levanta-te!” O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram tomados de temor e glorificavam a Deus dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós”, e: “Deus veio visitar o seu povo”. Esta notícia se espalhou por toda a Judeia e pela redondeza inteira (Lc 7,11-17).

          O episódio acima nos coloca diante de duas multidões. Uma seguindo um morto e outra seguindo Jesus, a fonte da vida. A primeira turma está cheia de tristeza, de lágrimas e pranto a segunda está exultando de alegria e felicidade. São duas multidões profundamente diferentes. Parece que uma não tem nada a ver com a outra. Numa comparação bem conhecida, parecem água e óleo.
       Não sei se vocês, queridos leitores, identificam esses dois grupos no mundo. Um correndo atrás da morte e outro perseguindo a vida de qualquer maneira. Não precisamos ir para a Síria a fim de observar essa divisão humana. Os anjos da morte por um lado e os anjos da vida nas maternidades, nas escolas, nos confessionários, nos hospitais, nas famílias, etc.
Vamos ao episódio do Evangelho. Observem que Jesus e a sua turma encontram a turma que seguia o morto. Aquilo que parecia impossível aos olhos humanos aconteceu. Jesus mandou parar a procissão da morte. Jesus ordenou ao jovem que se levantasse e o entregou cheio de vida à sua mãe. A vida foi como que tomando conta da procissão da morte. Os seguidores da morte se encheram de alegria com a vitória da vida sobre a morte. Todos os seguidores da morte ressuscitaram e glorificaram a Deus fonte de vida nova.
          Queridos irmãos! Eis o que acontece com todos os que se encontram verdadeiramente com Jesus. Pode ser o casal que se encontra com Cristo, pode ser o jovem que encontra com Jesus, pode ser o adolescente ou a criança que experimenta a Jesus. Uma vez tocados por Jesus os homens e as mulheres podem se encher de vida nova. Podem sair do grupo dos que choram as perdas para engrossar o grupo dos seguidores de Jesus que acreditam na ressurreição e na vida nova trazida por Jesus.
          Hoje tivemos a oportunidade de observar essa passagem do evangelho aqui na nossa comunidade de Pinhais. Ontem (segunda-feira), à noite, estivemos na casa do Olímpio e esposa, para rezar o terço com um grupo de casais. Entre eles estava Railda e Odair, um casal muito querido da comunidade N. Sra. da Boa Esperança. Esse casal prontificou-se a me levar para o terço e me trazer. Na meditação do Evangelho do dia falávamos de um Pai Maravilhoso que nos aguarda para acolher no Banquete da Vida. No percurso a Railda me falava que queria preparar um almoço para que eu pudesse estar na sua casa com toda a família. Hoje fomos surpreendidos com a notícia que a Railda teve um enfarto e foi participar definitivamente do Banque da Vida, que falamos ontem.
           A princípio o fato chocou profundamente a família, pois ela tinha apenas 47 anos. Odair, esposo, e os filhos Alexandre, Vitor e Bruna ficaram muito mal, pois não haviam pensado que o presente do céu, que chamavam de esposa, de mãe e de vó, partisse tão cedo. Nós primeiros momentos o chão sumiu debaixo dos pés de cada um deles. Ainda bem que os braços dos amigos estavam lá para consolá-los.
        Aos poucos uma verdadeira multidão de amigos e seguidores de Jesus estavam na capela mortuária do Jardim da Saudade a fim de rezar com a família. Com a ajuda dos seminaristas, amigos do casal, fomos rezando o terço como ela fazia quotidianamente. A fé em Jesus Ressuscitado, que venceu a sua morte e a morte de todos nós, foi tomando o coração dolorido familiares e demais pessoas presentes.  Finalizamos com a benção de Deus pela intercessão de Railda, que segundo a nossa fé, já estava no abraço terno e eterno do Pai Céu.
          Queridos leitores! Fica claro que Jesus não quer mais que corramos atrás da morte sem esperança, mas que todos nós engrossemos a sua comunidade cristã, isto é, a comunidade dos que promovem a vida e abraçam os enlutados dizendo que a ressurreição tem a última palavra. Mesmo que tenhamos que passar pelo vale da morte, conforme o salmo 23, nós acreditamos firmemente que o Senhor já preparou o Banquete Eterno para todos os seus filhos e filhas.
           Pedimos que a nossa querida Railda, que já desfruta da vida plena em Deus, interceda um favor da sua família e de toda essa comunidade a fim de que nos unamos em torno de Jesus Ressuscitado e edifiquemos a Igreja Viva de Pinhais.




Pe. Arlindo Toneta – Pároco – Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR

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