terça-feira, 3 de novembro de 2015

EDUCAR PARA A SANTIDADE

Jesus de Nazaré afirmou categoricamente que só Deus é bom, só Deus é santo. Nós todos, pela desobediência de nossos pais Adão e Eva, fomos contaminados pelo pecado original. Sendo assim, o ser humano não nasce santo, mas inclinado para o egoísmo. A criança é egocêntrica por natureza. Trata-se, a princípio, de uma questão de sobrevivência, pois ela surge com uma grande dependência de tudo e de todos. Quando não é atendida se vale até do grito e do choro para chamar a atenção e ser saciada nas suas necessidades básicas. Quando chega à sala, por exemplo, ela chama a atenção de todos porque necessita de atenção, afeto e carinho. Inicialmente não se trata de egoísmo, pois não é uma atitude plenamente consciente e, muito menos, carregada de maldade.
Na medida em que a criança vai crescendo os pais e os mestres vão ajudando esse pequenino a sair de si e ir ao encontro dos irmãos e dos colegas a fim de construir fraternidade, partilhando as coisas, o tempo e a si própria. Pouco a pouco, ela vai descobrindo que há mais alegria em ajudar do que em ter e acumular. Eis a raiz da santidade que existe em cada criança. Se cultivada a criança desabrocha para Deus e para o amor à comunidade, senão ela, muito provavelmente, crescerá no egoísmo.
Conscientes dessa realidade humana cabe aos pais, professores e catequistas, de modo particular, ajudar esse ser a desabrochar para os outros e descobrir a alegria de estabelecer relações de ajuda, movido pelo amor. Como nenhum ser humano é perfeito nisso, só resta aos ajudantes apontar o autor dessa perfeição, isto é, para Deus, que é o único Santo dos Santos, que tudo faz por amor.  Apontar para Deus que colocou o seu DNA em cada pessoa ao criá-la, a fim de que como filha possa viver em comunhão com ele e assim ser santificada.
Santo, portanto, é só Deus e nós seres humanos podemos participar da sua santidade. As raízes da santidade estão nas pessoas, mas se não cultivadas podem ser sufocadas pelo egoísmo, pelo pecado e pela frustração. Aos pais, professores e catequistas que já beberam no poço da santidade, que é Deus, cabe a tarefa de conectar sempre mais os seus com Deus a fim de que possam participar da sua santidade e assim produzir toda a sorte de frutos bons.
Para falar disso podem se valer de comparações. Por exemplo, da videira e dos seus galhos. Vejam os galhos da parreira que se mantêm unidos ao tronco, a seu tempo, produzem frutos suculentos, pois recebem a seiva do mesmo. Os que são cortados morrem por falta de seiva. Da mesma forma a pessoa que se une a Deus recebe dele a força amorosa que a leva a produzir frutos de santidade, que é o perdão, a partilha, a acolhida, o respeito e outros. Se a pessoa se afasta de Deus cresce o egoísmo e os seus frutos amargos logo aparecem para a sua tristeza e de toda a comunidade. Pelos frutos sabemos que uma árvore é boa e pelas obras que produz uma pessoa manifesta a santidade que circula em seu coração ou o seu egoísmo.
Se o mundo ainda está cheio de pessoas que produzem frutos desagradáveis, isto é, egoísmo, ódio, violência, pedofilia, brigas familiares, fofocas, abandono, assassinatos, e outros males, tudo isso revela que ainda são poucos os que se empenham na educação para a santidade. A abundância de egoístas e frustrados indica a omissão e a falta de educadores para a santidade.
Diante disso, nada adianta ficar aí lamentando o leite derramado. Peçamos a Deus, particularmente na festa de todos os Santos, a graça e a vontade firme de assumir a nossa missão de Discípulos Missionários de Jesus. Assumir para falar de Deus e educar o maior número possível de irmãos e irmãs para a santidade, pois essa é a vocação fundamental de cada ser humano, colocada por Deus no seu DNA. 






Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança


Pinhais - PR 

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