terça-feira, 10 de novembro de 2015

UM RIO BROTAVA DO TEMPLO

No aniversário da Igreja Mãe, isto é, a Basílica de Latrão de Roma, a Liturgia da Palavra nos apresente alguns textos muito significativos. Textos esses que merecem ser meditados a fim de extrair deles o significado teológico e mais do que isso as exigências pastorais, para a nossa vida quotidiana.
No primeiro deles, extraído do livro do profeta Ezequiel (Ez 47,1-12), apresenta uma parte da visão proporcionada por Deus. Num ambiente desértico o profeta viu um rio brotando do tempo, correndo para o deserto e crescendo em seu volume a ponto de se tornar um rio caudaloso. Por onde passava a vida pululava. Peixes abundantes povoavam as suas águas e árvores frutíferas de toda espécie cresciam nas suas margens com muitos frutos e cujas folhas serviam de remédio. Eis a síntese da visão.
No segundo texto tirado do Evangelho de João (Jo 2,13-22) vemos Jesus em Jerusalém purificando o templo expulsando os vendilhões dele dizendo que o seu templo é casa de oração e não de roubalheira. Por fim acrescenta que eles podem destruir o seu corpo, mas em três dias ele o reerguerá.
O que podemos entender de tudo isso? A partir da grande luz, que é Jesus, a qual brilhou nas trevas da maldade, podemos entender que Ele realizou plenamente a profecia de Ezequiel. Do verdadeiro templo não mais construído por mãos humanas, que é Jesus, brotou um rio de água viva que vivifica aonde passa. Da sua boca brotou a Palavra que vivifica a todos os que a escutam e a põem em prática. Do seu lado aberto brotou os sacramentos da Igreja que dá vida nova a todos os que os recebem com fé. Em suma, desse templo novo que é Jesus brotou um rio de vida que vai vivificando a tudo e a todos por onde passa.
De Jesus brotou a Igreja mãe, Igreja de Latrão, mas não ficou parada em Roma. A Igreja de Jesus foi correndo para os desertos do mundo através dos primeiros missionários, isto é, S. Paulo, S. Pedro, S. Tiago e tanto outros.  Aonde chegava essa água de amor e bondade ela levou vida nova a todos os que, de alguma forma beberam dela, que é o amor de Deus cheio de misericórdia e compaixão pelos seus filhos e filhas.
Como um rio sempre mais caudaloso foi avançando pelos continentes levando o amor de Deus que foi sendo expresso em inúmeras obras de evangelização e caridade concretas em favor do povo. Quantos hospitais, casas de acolhida, ordens religiosas e outras instituições, à semelhança de árvores frutíferas, foram brotando dessa água nutrindo e curando o povo de Deus!
Trazendo essa revelação para dentro do nosso templo temos que observar se está brotando um rio de água viva ou um rio de água poluída? Seguramente de alguns templos está brotando um rio de água poluída e até venenosa. Mais do que água suja parece brotar um rio de lama de algumas pessoas e instituições brasileiras. Rio que mata e envenena quem ousa nadar nele ou beber das suas águas.  Águas salobras que destroem a vida por onde passam produzindo desertos e mortes. Tudo isso parece resultar do distanciamento do verdadeiro templo que é Jesus.
As nossas missões permanentes visam manter unidos a Jesus, o verdadeiro templo do qual brota a água viva, o maior numero possível de pessoas a fim de que saciem a sua sede e assim, o Rio de Vida possa aumentar e correr para todas as periferias e centros levando esperança, bondade, caridade, paz, segurança, perseverança, perdão, solidariedade e vida alegre para todos.

Eis, queridos irmãos, o sonho do Pai do Céu para todos os seus filhos e filhas. Que tal empenhar-nos para que esse sonho se torne realidade e assim, podermos sorrir largamente com Deus e com os irmãos!







Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança


Pinhais - PR 

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