No aniversário da Igreja Mãe,
isto é, a Basílica de Latrão de Roma, a Liturgia da Palavra nos apresente
alguns textos muito significativos. Textos esses que merecem ser meditados a
fim de extrair deles o significado teológico e mais do que isso as exigências
pastorais, para a nossa vida quotidiana.
No primeiro deles, extraído do
livro do profeta Ezequiel (Ez 47,1-12), apresenta uma parte da visão
proporcionada por Deus. Num ambiente desértico o profeta viu um rio brotando do
tempo, correndo para o deserto e crescendo em seu volume a ponto de se tornar
um rio caudaloso. Por onde passava a vida pululava. Peixes abundantes povoavam
as suas águas e árvores frutíferas de toda espécie cresciam nas suas margens
com muitos frutos e cujas folhas serviam de remédio. Eis a síntese da visão.
No segundo texto tirado do
Evangelho de João (Jo 2,13-22) vemos Jesus em Jerusalém purificando o templo
expulsando os vendilhões dele dizendo que o seu templo é casa de oração e não
de roubalheira. Por fim acrescenta que eles podem destruir o seu corpo, mas em
três dias ele o reerguerá.
O que podemos entender de tudo
isso? A partir da grande luz, que é Jesus, a qual brilhou nas trevas da
maldade, podemos entender que Ele realizou plenamente a profecia de Ezequiel.
Do verdadeiro templo não mais construído por mãos humanas, que é Jesus, brotou
um rio de água viva que vivifica aonde passa. Da sua boca brotou a Palavra que
vivifica a todos os que a escutam e a põem em prática. Do seu lado aberto
brotou os sacramentos da Igreja que dá vida nova a todos os que os recebem com
fé. Em suma, desse templo novo que é Jesus brotou um rio de vida que vai
vivificando a tudo e a todos por onde passa.
De Jesus brotou a Igreja mãe,
Igreja de Latrão, mas não ficou parada em Roma. A Igreja de Jesus foi correndo
para os desertos do mundo através dos primeiros missionários, isto é, S. Paulo,
S. Pedro, S. Tiago e tanto outros. Aonde
chegava essa água de amor e bondade ela levou vida nova a todos os que, de alguma
forma beberam dela, que é o amor de Deus cheio de misericórdia e compaixão
pelos seus filhos e filhas.
Como um rio sempre mais
caudaloso foi avançando pelos continentes levando o amor de Deus que foi sendo
expresso em inúmeras obras de evangelização e caridade concretas em favor do
povo. Quantos hospitais, casas de acolhida, ordens religiosas e outras instituições,
à semelhança de árvores frutíferas, foram brotando dessa água nutrindo e
curando o povo de Deus!
Trazendo essa revelação para
dentro do nosso templo temos que observar se está brotando um rio de água viva ou um rio de água poluída?
Seguramente de alguns templos está brotando um rio de água poluída e até
venenosa. Mais do que água suja parece brotar um rio de lama de algumas pessoas
e instituições brasileiras. Rio que mata e envenena quem ousa nadar nele ou
beber das suas águas. Águas salobras que
destroem a vida por onde passam produzindo desertos e mortes. Tudo isso parece
resultar do distanciamento do verdadeiro templo que é Jesus.
As nossas missões permanentes
visam manter unidos a Jesus, o verdadeiro templo do qual brota a água viva, o
maior numero possível de pessoas a fim de que saciem a sua sede e assim, o Rio
de Vida possa aumentar e correr para todas as periferias e centros levando
esperança, bondade, caridade, paz, segurança, perseverança, perdão,
solidariedade e vida alegre para todos.
Eis, queridos
irmãos, o sonho do Pai do Céu para todos os seus filhos e filhas. Que tal
empenhar-nos para que esse sonho se torne realidade e assim, podermos sorrir
largamente com Deus e com os irmãos!
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR
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