A realidade que nos cerca,
apresenta um Brasil marcado por gestos pouco edificantes. Vemos inúmeras
pessoas dando o pior de si mesmos. Basta que abramos os nossos famosos jornais
nacionais e logo ficamos com nojo de tanta “lama” em Mariana, em Brasília, e
nos mais diferentes escalões da nossa sociedade. Pessoas que foram eleitas,
sacerdotes que foram consagrados, líderes que foram indicados dando o pior para
a comunidade e para a Igreja.
No tempo de Jesus a realidade
não era muito diferente. Dentro desse cenário, Jesus com os seus discípulos
aparece observando as pessoas que estão colocando as suas ofertas no templo em
Jerusalém. Alguns colocavam somas consideráveis daquilo que estava sobrando. O
faziam jogando as moedas uma a uma para chamar a atenção dos presentes. Outros
colocavam restos e com má vontade. No meio deles apareceu uma viúva, que não
tinha ninguém por ela, e colocou tudo o que tinha e mais, o fez com alegria (cf
Mc 12,38-44).
Diante disso Jesus chamou a
atenção dos seus seguidores perguntando a eles quem havia dado mais. Lógico que
eles responderam que foi quem colocou mais dinheiro naquele cofre. Eles eram
portadores do senso matemático como a maioria de nós. Avançando para águas mais
profundas Jesus os ensinou que quem havia dado mais foi a pobre viúva, pois
havia dado tudo o que tinha para viver. Além disso, o fez de forma discreta e
com grande alegria, demonstrando o seu grande amor a Deus e à comunidade.
Essa passagem do Evangelho e
outras, como a da Viúva de Sarepta, que acolheu e alimentou o profeta Elias,
apesar da sua pobreza (cf 1Rs 17,1-16) querem ser uma oportunidade para
revermos o que nós estamos dando à sociedade e a Igreja. O ponto fundamental é
que a alegria e a abundância não se afastam daquele que é generoso com Deus e
com os seus irmãos. Ao contrário, a tristeza e a depressão habitam o coração
dos tacanhos e egoístas.
Vem à minha mente um filme
intitulado: Desafiando gigantes.
Trata-se de um time de futebol americano onde o treinador desafia os membros do
mesmo a darem o melhor de si. Havia um em particular, que fazia corpo mole e
consequentemente todo o time era penalizado com frequentes derrotas a ponto de
colocar todo o grupo em crise. No dia em que o Brock conseguiu dar o
melhor de si, o time todo começou uma série de vitórias e o grupo todo foi
beneficiado, inclusive os torcedores, e a alegria voltou a habitar aquele
grupo.
Eis as verdadeiras sementes da
Igreja de Jesus de Nazaré. Não uma Igreja dos restos, das sobras e do corpo
mole. Não uma Igreja da tristeza e das obrigações forçadas, mas uma Igreja da
generosidade e da alegria. Uma Igreja não mais movida pelo medo, que
“empequena” a alma, mas sim pelo amor a Deus e aos irmãos. Uma Igreja fermento
de uma nova sociedade onde os seus líderes dão o melhor de si para os demais a
fim de que todos possam viver na fraternidade, na alegria e na paz.
Queridos leitores! Eis aí o
caminho da felicidade tão procurado pelas pessoas. Na medida em que procuramos
dar aos demais o melhor do que temos e do que somos, seremos verdadeiramente
ricos de amor e bondade. Não nos faltará o necessário para viver com dignidade.
Mais do que isso, a alegria encherá a nossa vida, as nossas casas e
comunidades.
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR
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