quarta-feira, 4 de novembro de 2015

EU QUERO IR PARA O CÉU

Desde muito cedo as crianças aprendem dos pais e dos catequistas que o Céu é um lugar muito bom onde não há mais lutas, brigas, doenças, inveja e maldades. No céu há entendimento e todos ajudam a todos. Ninguém discute para ocupar o melhor lugar, pois cada um está no melhor lugar e plenamente feliz.
Tanto é verdade que é assim, que um dia eu estava dando uma palestra numa sala de aula em Cruzília (MG) e perguntei aos jovens quem queria ir para o Céu. A sala numa só voz respondeu afirmativamente erguendo as mãos. Provocativamente perguntei quem queria ir naquele momento, todos abaixaram a mão. Diante disso surgiram perguntas na minha cabeça: Por que eles não querem partir para o Céu se é tão bom? Quais são os medos que existem?
Normalmente, o medo da morte e as dúvidas a respeito do julgamento que haverá, torna a pessoa medrosa e apegada a esta vida, apesar das suas inúmeras dificuldades. Ouvindo um pouco mais parece que não falta a convicção de que o céu é bom, apesar da maior parte das pessoas não saberem bem o que é o céu e como será esse julgamento para entrar nele ou não.
A respeito do que é o Céu, a maioria das pessoas pararam na formação catequética primária, onde foi ensinado que o céu é um lugar maravilhoso e cheio de harmonia e paz. Esse lugar fica lá em cima, mas não sabem bem onde fica. E nesse caminho as dúvidas vão acumulando. Por isso, cabe aqui avançar um pouco para águas mais profundas.
O que é o Céu? O Céu não é um lugar, mas o próprio coração de Deus. “De Deus nós viemos e para Deus nós estamos voltando. O nosso coração fica inquieto enquanto não repousa em Deus” afirmou Santo Agostinho. O próprio Jesus afirmou que iria para o Céu a fim de preparar um “lugar” no coração de Deus e depois viria nos buscar para que estivéssemos lá onde ele estava (cf Jo 14,1-6).
Onde começa o Céu ou o Inferno? O céu ou o inferno começam aqui na terra. Na medida em que nos aproximamos de Deus e vivemos em comunhão com Ele e com os nossos irmãos, produzindo obras de bondade, edificamos o Céu. Por outro lado, quando nos afastamos d’Ele e dos irmãos, produzindo maldade, estamos nos preparando para o inferno.  Importa queridos irmãos que desejamos ir para o Céu, preparar-nos diariamente para ele escolhendo viver em comunhão com Deus e com os irmãos, na família e na comunidade. Na hora da nossa morte tomaremos essa decisão definitivamente.
A morte é o fim de tudo ou o começo da plenitude? Diante da morte alguns duvidam que vão ressuscitar e que, portanto, serão aniquilados pela morte. Na verdade Jesus afirma com todas as letras: “Esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu e eu o ressuscite no último dia” (Jo 6,39). A maior prova disso é a própria ressurreição de Jesus testemunhada por Maria Madalena, pelos apóstolos e inúmeras pessoas que o contemplaram após a sua vitória sobre o pecado e a morte.

Quando seremos julgados e por quem?  Na hora da nossa morte estaremos diante de Deus e nós mesmos nos julgaremos dignos de Deus ou indignos d’Ele. Deus não nos condenará, mas fará tudo para nos atrair ao seu coração. Não poupou o seu único filho para nos abrir as portas do Céu. Só nós poderemos decidir nos afastar d’Ele, ou seja, ir para o inferno, isto é, para longe de Deus. Portanto, queridos irmãos o Céu é um presente de Deus que deseja dar a todos os seus filhos e filhas. Deus, porém, respeita a liberdade de cada um de aceita-lo ou não. 





Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança

Pinhais - PR 

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