quinta-feira, 29 de outubro de 2015

ESCOLHER BEM

Toda e qualquer escolha sempre tem o seu grau de dificuldade. Acreditamos que antigamente era um pouco mais fácil, pois não tínhamos tantas opões em termos de trabalho. Atualmente, com a evolução das ciências e o aparecimento das diversas especializações, as dificuldades são bem maiores justamente porque as alternativas aumentaram em muito. Diante dessas muitas encruzilhadas da vida em termos vocacionais, profissionais, sociais e religiosos, surge uma pergunta: Como escolher bem?
A princípio, parece que a resposta é muito fácil e qualquer um pode dar, sem maiores dificuldades. Na verdade, não é bem assim, pois encontramos inúmeros irmãos e irmãs nossos que se lamentam de ter feito aquela escolha. Quantos casais que chegam até nós dizendo que fizeram a escolha errada! Que escolheram a mulher errada, que se equivocaram na escolha do marido, que acolheram a pessoa errada no grupo, que se fixaram nas aparências e se equivocaram, que escolheram a profissão errada, etc., etc.
Tudo isso, nos fala da dificuldade que existe para escolher bem. Claro que hoje existem profissionais que ajudam as pessoas, por meio de testes e outros recursos psicológicos e pedagógicos, a fazerem boas escolhas. Penso que essa ajuda tem o seu valor e podemos nos valer dela com proveito. Apesar disso, as pessoas que fazem escolhas erradas, no nosso modo de ver, continuam aumentando.
Diante disso, quero apontar a Boa Nova, isto é, o Evangelho. Aponto para o exemplo de Jesus que na vida também teve que fazer as suas escolhas, pois era humano como nós. Ele teve que enfrentar todas as tentações. Foi tentado pela riqueza, pelo poder e pelo caminho das facilidades fugindo da cruz. Para fazer sempre as melhores escolhas Ele se manteve em comunhão com o Pai. Esteve o tempo todo conectado com Deus Pai, para escolher segundo o Amor e não segundo o egoísmo. Vejam, por exemplo, antes de escolher os seus apóstolos ele passou a noite em oração, procurando a vontade do Pai. Ele não os escolheu em momento de raiva ou num momento de euforia (cf, Lc 6,12-19). Com isso, Ele abriu-nos o caminho das boas escolhas, isto é, que conduz ao céu, mas que começa na terra.
Eis, pois, queridos leitores, o caminho cristão para fazer as melhores escolhas. Claro que para quem ignora o seu DNA divino isso não diz nada. Mas, para quem acolhe a sua identidade de filho e filha de Deus, isso tem tudo a ver. Por isso, antes de qualquer escolha os filhos de Deus se colocam diante d’Ele. Não apenas diante, mas estabelecem comunhão profunda com esse Pai de bondade, fonte de toda a bondade, para receber dele a luz necessária e assim, conseguir fazer as boas escolhas.
Reafirmamos que fazer as boas escolhas, segundo a ótica cristã, não significa necessariamente fazer escolhas fáceis. Significa ver além das aparências como Deus, significa pensar segundo o bem do outro e, além disso, escolher sempre aquilo que produz o maior bem para o outro. Em suma, escolher bem significa consagrar-se para fazer bem aos outros, quer no casamento, quer no sacerdócio ou no laicato e nisto o bem, o bom e a paz desabrocham em nós, na família e na comunidade.

Peçamos, portanto, queridos jovens e adultos a graça de viver em Deus e assim podermos, diante das inúmeras possibilidades de escolha, tomar as melhores decisões em cada momento da nossa vida e, assim, expulsarmos a guerra egoísta e edificarmos um mundo mais fraterno, onde reinam a paz e alegria.





Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 

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