terça-feira, 6 de outubro de 2015

FUGINDO DA MISSÃO

Neste tempo a Igreja, através da Liturgia da Palavra, nos convida a ler e meditar o Livro de Jonas. Nele encontramos a história da vida do Profeta Jonas. O autor bíblico nos quatro capítulos do livro, mais do que a vida do profeta, destaca a questão da desobediência e da obediência a Deus e as suas consequências. 
Como sempre, aparece em primeiro lugar a iniciativa de Deus. Quem ama toma a iniciativa. Deus vendo o povo da cidade de Nínive atrapalhado e cheio de tristezas, tomou a iniciativa de chamar Jonas para reconduzir aqueles cidadãos. Deus ama apaixonadamente o seu povo, mesmo que se desvie dos seus caminhos. Ele não abandona ninguém, e não quer resolver o problema sozinho. Quer a participação dos seus filhos e filhas.
Por isso, toma a iniciativa de chamar Jonas. Este cheio de medo e de preconceitos contra os ninivitas resolve afastar-se da face de Deus para não ouvir o seu apelo. Compra uma passagem e embarca num navio a fim de afastar-se de Deus e da missão. A viagem é pega por uma grande tempestade e a vida de todos os passageiros é colocada em risco. A sorte é lançada para identificar o culpado e Jonas confessa aos demais o seu pecado. Notem que é uma tentativa de fugir da missão, mas a sua consciência o acompanha e o acusa (cf Jn 1-2,11).
Percebamos caros leitores, que Deus quer reconduzir o seu povo. Particularmente os afastados e mergulhados no meio do egoísmo e pecados. Ele quis contar com Jonas, mas quer contar com os Jonas e as Joanas de hoje para reconduzir o seu povo. Ele quer contar com você que é batizado e tem a missão de profetizar, isto é, denunciar o erro e anunciar o amor de Deus, que envolve o amor ao próximo. Ele chama você para entrar na barca de Pedro, na Igreja do Papa Francisco, e encarar essa missão de amor a Deus e ao povo, com coragem e destemor.
Parece que a história bíblica se repete. Muitos católicos ao sentir o chamado de Deus preferem afastar-se dele para não comprometer-se com a santificação da comunidade. Continuam comprando passagens e embarcando em navios errados causando inúmeras tormentas. Tempestades nas famílias, nas comunidades, nas escolas, nas casas religiosas, que põem em risco a vida de todos. Irresponsavelmente, sobretudo os que vivem se omitindo, ousam acusar Deus das mazelas do mundo.
Quando Jonas foi arremessado ao mar e a baleia o conduziu para a missão indicada por Deus tudo foi serenando. O mar acalmou e a tripulação seguiu viagem em segurança. A comunidade dos ninivitas se converteu a Deus e o amor e a fraternidade foram produzindo inúmeros frutos de acolhida e cuidado da vida de todos (cf Jn 3).

Queridos leitores! Será que necessitamos que as doenças, as depressões, as tristezas da vida inútil, as mortes e outras tantas tempestades da vida nos arremessem ao mar para que alguma baleia nos conduza à missão querida por Deus? Missão essa de sermos missionários, conforme o apelo da nossa Igreja. Missionários para ajudar as pessoas a estar em comunhão com o nosso Deus de Amor e bondade, a fim de construir uma sociedade justa e fraterna. Acredito que não é necessário passar por estas tempestades, mas se continuarmos a fugir da sua face e embarcando no navio do egoísmo e da vida sem compromisso com o Outro e os outros, parece que não haverá outro jeito.  





Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR 




Um comentário:

  1. Quando Deus nos envia a "Ninive, talvez não entendamos... Ninive era uma cidade cheia de pecadores.... Deus quer que saíamos da nossa zona de conforto e vamos à luta contra as artimanhas de Satanás.... e salvarmos almas para Deus.....

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