Neste tempo a Igreja, através
da Liturgia da Palavra, nos convida a ler e meditar o Livro de Jonas. Nele
encontramos a história da vida do Profeta Jonas. O autor bíblico nos quatro
capítulos do livro, mais do que a vida do profeta, destaca a questão da
desobediência e da obediência a Deus e as suas consequências.
Como sempre, aparece em
primeiro lugar a iniciativa de Deus. Quem ama toma a iniciativa. Deus vendo o
povo da cidade de Nínive atrapalhado e cheio de tristezas, tomou a iniciativa de
chamar Jonas para reconduzir aqueles cidadãos. Deus ama apaixonadamente o seu
povo, mesmo que se desvie dos seus caminhos. Ele não abandona ninguém, e não
quer resolver o problema sozinho. Quer a participação dos seus filhos e filhas.
Por isso, toma a iniciativa de
chamar Jonas. Este cheio de medo e de preconceitos contra os ninivitas resolve
afastar-se da face de Deus para não ouvir o seu apelo. Compra uma passagem e
embarca num navio a fim de afastar-se de Deus e da missão. A viagem é pega por
uma grande tempestade e a vida de todos os passageiros é colocada em risco. A
sorte é lançada para identificar o culpado e Jonas confessa aos demais o seu
pecado. Notem que é uma tentativa de fugir da missão, mas a sua consciência o
acompanha e o acusa (cf Jn 1-2,11).
Percebamos caros leitores, que
Deus quer reconduzir o seu povo. Particularmente os afastados e mergulhados no
meio do egoísmo e pecados. Ele quis contar com Jonas, mas quer contar com os
Jonas e as Joanas de hoje para reconduzir o seu povo. Ele quer contar com você
que é batizado e tem a missão de profetizar, isto é, denunciar o erro e
anunciar o amor de Deus, que envolve o amor ao próximo. Ele chama você para
entrar na barca de Pedro, na Igreja do Papa Francisco, e encarar essa missão de
amor a Deus e ao povo, com coragem e destemor.
Parece que a história bíblica
se repete. Muitos católicos ao sentir o chamado de Deus preferem afastar-se
dele para não comprometer-se com a santificação da comunidade. Continuam
comprando passagens e embarcando em navios errados causando inúmeras tormentas.
Tempestades nas famílias, nas comunidades, nas escolas, nas casas religiosas,
que põem em risco a vida de todos. Irresponsavelmente, sobretudo os que vivem
se omitindo, ousam acusar Deus das mazelas do mundo.
Quando Jonas foi arremessado
ao mar e a baleia o conduziu para a missão indicada por Deus tudo foi
serenando. O mar acalmou e a tripulação seguiu viagem em segurança. A
comunidade dos ninivitas se converteu a Deus e o amor e a fraternidade foram
produzindo inúmeros frutos de acolhida e cuidado da vida de todos (cf Jn 3).
Queridos leitores! Será que
necessitamos que as doenças, as depressões, as tristezas da vida inútil, as
mortes e outras tantas tempestades da vida nos arremessem ao mar para que
alguma baleia nos conduza à missão querida por Deus? Missão essa de sermos missionários, conforme o apelo
da nossa Igreja. Missionários para ajudar as pessoas a estar em comunhão com o
nosso Deus de Amor e bondade, a fim de construir uma sociedade justa e fraterna.
Acredito que não é necessário passar por estas tempestades, mas se continuarmos
a fugir da sua face e embarcando no navio do egoísmo e da vida sem compromisso
com o Outro e os outros, parece que não haverá outro jeito.
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR
Quando Deus nos envia a "Ninive, talvez não entendamos... Ninive era uma cidade cheia de pecadores.... Deus quer que saíamos da nossa zona de conforto e vamos à luta contra as artimanhas de Satanás.... e salvarmos almas para Deus.....
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