NATAL EM FAMÍLIA

Natal é Cristo que nasce; natal é Cristo que vem; nós somos o seu presépio e a nossa casa é Belém. Que maravilhoso é tomar consciência que o Natal é Deus que entra na nossa história e na nossa casa e quer caminhar conosco! Que lindo e empolgante é saber que o nosso Deus se fez pessoa humana para caminhar conosco! Que alegria nos traz a certeza que somos homens e mulheres com endereço certo, isto é, Jesus, caminho,verdade que nos conduz à vida plena e feliz!

Em Adão e Eva o pecado encheu de egoísmo a base da família. O resultado foi: pai acusando a mãe e os filhos, um irmão matando o outro. Podemos ler isso nos primeiros capítulos da Bíblia.  Deus, que não fica alheio aos sofrimentos humanos, quis nascer no coração de um casal para santificar novamente o matrimônio. Deus pediu licença a Maria e a José para estabelecer morada nos seus corações. O sim deles fez brilhar uma nova luz na escuridão do egoísmo. O sim de Maria e de José trouxe Deus ao coração da família.  O Menino Deus nasceu numa família e assim trouxe para a mesma a possibilidade de celebrar novamente o Natal.

Neste ano, Deus está pedindo licença para entrar no teu matrimônio, não para bisbilhotar ou condenar, mas para devolver o paraíso perdido pelo pecado. Ele quer dar de presente o paraíso a todos os casais da terra para que vivam intensamente o verdadeiro espírito de Natal. Ele quer expulsar as trevas do egoísmo e do pecado dos corações dos casais, para que voltem a viver a verdadeira lua de mel, pensada por Deus.  Presentes materiais, viagens, comes e bebes não são suficientes para encher de significado a vida de um casal e, consequentemente, de uma família. 

Quantas famílias neste natal irão às compras tentando satisfazer a sede de amor dos seus corações! O tênis novo depois de alguns dias enjoará. O carro novo o ladrão, talvez, roubará. O panetone uma vez consumido, a fome voltará a mostrar a sua face. Só Jesus saciou a fome de amor da samaritana que já estava no sexto marido (cf Jo 4). A solução não é trocar de marido ou de esposa, mas trocar de atitude. A solução não é encher a vida com bens materiais, que em si são bons. A solução é colocar Deus dentro do matrimônio. Quando Deus entra no matrimônio ele devolve ao casal a alegria e a paz. Todas as coisas ocupam o seu devido lugar.  A mãe de Jesus ensina que quando o casal resolve acolher Jesus e viver o seu ensinamento, ele deixa de ser um consumidor e se torna um servidor e o vinho da alegria não faltará mais na sua casa.

Neste natal, fazemos votos de que todas as nossas queridas famílias se preparem dignamente para celebrar o verdadeiro espírito de Natal. Que possam receber o verdadeiro presente de Natal. Que as pessoas não se limitem a trocar presentes materiais! Que os casais, base da família, à semelhança de Maria e José abram os seus corações para acolher Jesus! Que os filhos possam partilhar com os pais o presente mais doce, isto é, Jesus, o verdadeiro presente do Céu! Que os anjos possam novamente cantar na gruta da família e dos corações: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra às famílias de boa vontade”!

Um Feliz e Santo Natal, repleto de Deus e um 2016 com muitas oportunidades para crescer em sabedoria e graça diante de Deus e das pessoas.

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança

Pinhais - PR

O PRESÉPIO ORIGINAL

Conta-se que o primeiro presépio foi criado por São Francisco de Assis, após ter visitado a Terra Santa. No ano de 1223 ele teve a ideia de encenar o nascimento de Jesus, criando o primeiro presépio, com o objetivo de trazer mais próximo do povo aquele acontecimento onde Deus abraçou a humanidade para redimi-la. A partir daí espalhou-se pelo mundo todo o costume de montar presépios para recordar o nascimento do Salvador.

       Porém não é desse presépio que desejamos falar. Queremos falar de um presépio original, criado por Deus e não por mãos humanas. Presépio esse criado com imenso carinho para que resplandecesse a sua luz e a sua paz. Estamos falando do homem e da mulher. Originalmente Deus os fez para que abrigassem a ele mesmo. Deus os fez de barro, mas soprou dentro deles o seu hálito, isto é, Ele mesmo.

Portanto, caros leitores, o primeiro presépio pensado por Deus é o ser humano mesmo. Presépio este estragado pelo pecado do egoísmo que expulsou Deus e, por isso mesmo, colheu a discórdia, a maldade, o ódio, a amargura e a morte.

Na festa de Natal, queridos leitores, o Senhor nos chama a preparar o presépio do nosso corpo para acolher o Salvador, de onde nunca deveria ter sido expulso. Cabe a cada um de nós, auxiliados pelos irmãos e pela comunidade embelezar esse corpo de tal forma que se torne um maravilhoso presépio para acolher o nascimento do Menino Deus.  

Notemos o testemunho de Maria de Nazaré, que aparece na leitura do Evangelho desse quarto domingo do advento (Lc 1,39-45). Com o seu corpo cheia de Deus ela descobre a sua missão na comunidade. Corre ao encontro da Prima e do Primo nas montanhas de Aincarin. Ao chegar à casa a alegria toma conta de toda a família. Os cânticos de alegria brotam da boca de Isabel, de Zacarias e de Maria. Até o menino que estava no ventre de Izabel pulou de alegria.  Com a chegada de Maria cheia de Deus, chegou o presépio original. Chegou para trazer serviço, alegria e paz para todos, eis a grande mensagem.

Na Carta aos Hebreus (Hb 10,5-10) encontramos que Cristo ao entrar no mundo afirma: “Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo.... Um corpo para fazer a tua vontade”. De fato, Jesus não ofereceu sacrifícios de bois ou bezerros, mas ofereceu-se inteiramente para lavar os pés da humanidade.

Queridos irmãos! Nós também recebemos um corpo para torná-lo morada de Deus. Para fazer dele o presépio do Salvador, que irradia a luz, a paz, a misericórdia, o serviço gratuito e a alegria de quem se sabe portador do presente de Natal, ou seja, de Cristo Jesus.

Jesus está à porta do teu coração e pergunta: “Tem lugar preparado para mim? ” Estou convencido que muitos irmãos nossos estão com o seu corpo e coração bem preparados para acolher o Salvador. Claro que ele já está presente, mas sempre é possível estreitar um pouco mais os laços com Jesus. Ele deseja entrar para enriquecer o seu coração e o seu corpo. Ele trará o Presente por excelência, isto é, Ele mesmo cheio de Amor e bondade para que você consiga irradiar com as palavras e os gestos todo o Amor do Céu na terra do teu corpo.

Abra a porta da tua vida, expulse toda a treva do egoísmo e do pecado e acolha o Salvador, tornando-te um presépio cheio de luz e alegria para alegrar a tua família e a tua comunidade. Nisto você será a estrela de Natal guiando os seus irmãos para Deus. 

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança

Pinhais - PR 

NOSSA ORIGEM E SALVAÇÃO ESTÃO EM DEUS

Há milênios a Palavra de Deus vai nos dizendo que a nossa origem está em Deus. Nas diversas histórias que narram a origem do homem, a Bíblia aponta para Deus, mesmo que ela não tenha a pretensão de dizer exatamente como ele nos criou. Cabe à ciência a investigação científica que aponta para diversas teorias a respeito da origem do homem, tais como: Evolucionista e o Big-bang. Com isso, a ciência não tira Deus da origem primeira. Esse organizador do universo, segundo os gregos, ou criador, segundo o pensamento hebreu cristão permanece. Não se trata, portanto, de opor a ciência, que investiga a nossa origem, e a nossa fé em Deus, que acolhe a sua Palavra como verdade revelada.

Estando já bem próximos do Natal do Senhor, nos deparamos com o Evangelho de Mateus ( Mt 1,1-17) que apresenta a genealogia de Jesus a partir de Abraão, o Pai das promessas feitas por Deus,  uma vez que ele direciona o seu evangelho, sobretudo, para os judeus. Em Lucas ( Lc 3,23-37) , no entanto,  observamos que a genealogia de Jesus parte dele e vai até Adão e finalmente até Deus. Isso tudo para dizer, de alguma forma, que Deus está na origem não só da criação, mas, particularmente, do plano da nossa salvação.

Desde a queda de Adão e Eva, o Pai do Céu, que não abandona os seus filhos por conta dos seus pecados, pensou em resgatar das malhas do egoísmo os seres humanos. Não poupou esforços mandando Profetas, Juízes, Sábios para essa façanha. Porém, os homens insistiram em ignorar as suas raízes. Finalmente mandou o seu Filho, nascido numa família, para romper as malhas do desamor que aprisionava os seus filhos. Porém, apenas alguns o acolheram e experimentaram o infinito amor do Pai.

Na véspera da celebração de mais um Natal do Senhor, que está na origem de tudo e deseja a nossa salvação, mais uma vez somos convidados a abrir as portas dos nossos corações amarrados pelos pecados, a fim de acolher o amor misericordioso do Pai, que nos criou para a felicidade e não para a frustração.

Toda a árvore que despreza as suas raízes, porque dela se separa ou porque algum inseto as ataca, acaba morrendo por falta de seiva. Queridos irmãos e irmãs! Nós também não podemos ignorar as nossas raízes, que estão em Deus, sob pena, de morrer escravos do egoísmo e do pecado. Portanto, queridos leitores, eis o tempo favorável, eis o tempo de abrir a portas para nos conectar de novo as nossas raízes que estão em Deus. 

Jesus assumiu a carne humana para dizer que está conosco a fim de nos ajudar a vincular as nossas vidas ao Criador. Ele desceu do trono de glória a fim de nos ensinar o caminho da Salvação que nos liga às raízes, que estão em Deus. Ele quer entrar na nossa família e na nossa vida para apresentar-nos o caminho da Salvação, que é Ele mesmo. Portanto, queridos leitores, mergulhemos nas origens e colhamos a salvação, que Deus quer dar a todos. 

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

DECRETO

Fonte: http://arquidiocesedecuritiba.org.br/noticiasdiocese/decreto-jubileu-da-misericordia-e-as-indulgencias/?email=1

JUBILEU DA MISERICÓRDIA

Papa Francisco comunicou, dia 13 de março de 2015, na Basílica de S. Pedro seu desejo de proclamar um “jubileu extraordinário” centrado na “misericórdia de Deus” e que terá início com a abertura da Porta Santa na Basílica de S. Pedro a 8 de dezembro de 2015, na Solenidade da Imaculada Conceição e será encerrado no dia 20 de novembro de 2016, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.

A abertura do próximo Jubileu coincidirá com o cinquentenário do encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, que aconteceu em 1965 e reveste este ano santo de um significado especial, encorajando a Igreja a prosseguir a obra iniciada no Concílio.

Desejamos participar deste Ano da Graça por meio de atividades organizadas em alguns de nossos mais importantes santuários: Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, Santuário da Divina Misericórdia, Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Santuário Nossa Senhora do Carmo, Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, Santuário Santa Rita de Cássia e Santuário Nossa Senhora de Schoenstatt.

Calendário de Abertura das Portas da Misericórdia nos Santuários:

13/12/2015

10:00 – Catedral Basílica de Curitiba – Dom Peruzzo

10:00 – Santuário Nossa Senhora do Carmo – Pe. Luiz Alberto Kleina

15:00 – Santuário da Divina Misericórdia – Dom Peruzzo

17:00 – Santuário de Schoenstatt – Pe. Marcelo de Souza

18:00 – Santuário Nossa Senhora de Guadalupe – Dom José Mário Angonese

19:00 – Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Pe. Celso Vieira da Cruz

22/12/2015

19:00 – Santuário Santa Rita de Cássia – Dom Peruzzo

Fonte: http://arquidiocesedecuritiba.org.br/paginasdiocesanas/jubileu-da-misericordia/

CELEBRAÇÕES DE FINAL DE ANO

DIA 24 DE DEZEMBRO – VÉSPERA DE NATAL

MATRIZ – 20h

CAPELA BOM PASTOR – 18h

CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA – 20h

CAPELA NOSSA SENHORA DO CARMO – 20h

DIA 25 DE DEZEMBRO – NATAL – TEREMOS APENAS UMA CELEBRAÇÃO NA MATRIZ ÀS 9h30.

DIA 31 DE DEZEMBRO – VÉSPERA DE ANO NOVO

MATRIZ – 20h

CAPELA BOM PASTOR - 18h

CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA – 20h

CAPELA NOSSA SENHORA DO CARMO – 20h

DIA 01 DE JANEIRO – ANO NOVO – TEREMOS APENAS UMA CELEBRAÇÃO NA MATRIZ ÀS 9h30.

CONFISSÕES EM PREPARAÇÃO PARA O NATAL

DIA 15 DE DEZEMBRO – MATRIZ E CAPELA BOM PASTOR – 20h – CELEBRAÇÃO PENITENCIAL NA MATRIZ.

DIA 16 DE DEZEMBRO – CAPELA NOSSA SENHORA DO CARMO – 20h.

DIA 20 DE DEZEMBRO – CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA – APÓS A MISSA ÀS 9h.

O QUE DEVEMOS FAZER?

Nesse terceiro domingo de preparação para o Natal do Senhor a Palavra de Deus nos convida à alegria, pois o Senhor não está longe. Aliás, o Profeta Sofonias afirma que o Senhor está no meio do seu povo (cf Sf 3,14-18). Portanto, se ele está no meio de nós e caminhando conosco temos motivos fortes para não permanecer no luto e no pranto. Podemos e devemos nos alegrar, pois o Libertador de todos os males está conosco.

Na segunda leitura São Paulo nos convida a alegrar-nos sempre no Senhor e não apenas por alguns momentos, pois o Senhor está próximo de nós (cf Fl 4,4-7). Não somos indivíduos desamparados por Deus à semelhança do que ocorre com os nossos governantes, que cobram impostos e no mais nos abandonam. Aliás, ele quer morar conosco. Ele quer fixar morada na nossa casa e, sobretudo, dentro do nosso coração. Uma vez que abrimos as nossas portas ele se instala dentro para nos ouvir, apoiar e ajudar. Essa verdade natalina garantirá a paz e a alegria em nosso coração.

Portanto, queridos irmãos e irmãs, a alegria é fruto maduro que brota de dentro de cada um de nós e não vem necessariamente de fora.  Muitos procuram a paz e alegria apenas no exterior, nas coisas, nos shoppings, nos hipermercados, na loteria, nos outros. Na verdade, a alegria natalina mais pura vem de Deus. Vem de Deus acolhido e amado na família e no coração das pessoas que o acolhem. 

Por outro lado, queridos leitores, essa alegria pode ser estragada por três atitudes pecaminosas da nossa parte, ou seja, ganância, injustiça e abuso de poder, mencionadas pelo profeta João Batista no Evangelho de Lucas (cf Lc 3,10-18). Ainda hoje esses perigos apanham inúmeros irmãos nossos e com isso, a alegria natalina se resume em comilanças e “gastolândias”. Que pena que grande parte do nosso povo seja refém dessa arapuca!

Diante disso o profeta aponta três caminhos para manter e cultivar a verdadeira alegria natalina, ou seja, a partilha, a justiça e o poder como serviço. A partilha com os necessitados, repartindo o temos a mais e também aquilo que nos fará falta. Sermos justos e não nos apossarmos do dinheiro e dos bens que não nos pertencem. Além disso, não cobrando de ninguém aquilo que não nos é devido. Finalmente usarmos do poder policial, sacerdotal ou político para servir e jamais para oprimir.

Pastoralmente nós podemos continuar perguntando ao Profeta João: E nós Pais, Mães e Filhos que compomos a família o que devemos fazer para criar um clima de natal e consequentemente de grande alegria em nossa casa? O que mudar, o que acrescentar, como nos relacional melhor?

Podemos continuar perguntando às pessoas: Você que bebe exageradamente ou usa drogas criando um clima infernal e de grande tristeza na casa, o que é mesmo que deve fazer para ganhar O Presente de Natal?  Como você pode preparar melhor o caminho do Senhor e da Alegria Natalina? Você que está brigado com o pai, com a Mãe, com o irmão e com o vizinho, o que você pode fazer neste ano do perdão misericordioso para recuperar a paz e a alegria? Você que faz fofoca da vida alheia, espalhando mal estar na comunidade e na família, o que você pode fazer para ser um semeador de bondade e alegria? Você que diz não ter tempo para Deus, pois os afazeres e negócios lhe tomam todo o tempo, o que você pode fazer para recuperar a paz e a alegria que nada e ninguém lhe roubam?

Peçamos ao Pai do Céu que nos inspire o que de melhor podemos e devemos fazer para que a paz e a alegria retornem aos nossos corações e famílias, de onde nunca deviriam ter saído. Além da inspiração, peçamos a vontade firme de tomar a iniciativa para fazer a nossa parte sem esperar que os outros tomem a iniciativa.

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

ALEGRA-TE, O SENHOR ESTÁ CONTIGO!

No exercício do nosso ministério nos damos conta que muitas pessoas andam assustadas. Estão cheias de medo em relação ao futuro, às pessoas, aos filhos, aos alunos, à polícia, aos ladroes, etc, etc. Parecem que se movem pelo medo, ou melhor, estão paralisadas pelo medo e, consequentemente, vivem tristes. Já nos dizia Mira Lopes no seu livro os Quatro Gigantes da Alma, que o medo é um gigante que nos acorrenta, empobrece e entristece.

É verdade que estamos vivendo num país que não está fácil não, mas a boa notícia da festa de hoje, que certamente não será veiculada pelos jornais nacionais é que apesar de tudo, podemos e merecemos viver cheios de alegria. A festa da Imaculada Conceição, que celebramos no dia 08 de dezembro, nos coloca diante dessa boa nova. Basta que leiamos o Evangelho de Lucas (Lc 1,26-38) e logo o nosso coração poderá se encher de esperança e alegria.

Focando um pouco melhor, vemos o Anjo Gabriel entrando na casa de Maria e convidando-a à alegria porque o Senhor estava com ela. “Alegra-te, cheia de Graça, o Senhor está contigo! ” (Lc 1,28). Maria se encheu de alegria e coragem de fazer tudo o que o Senhor pedia, apesar das dificuldades que surgiram no seu dia a dia. Com a certeza de que Deus estava com ela desafiou o gigante do medo e se tornou mãe do Salvador e, consequentemente, corredentora nossa.

Diante dessa revelação maravilhosa não podemos mais ser reféns do medo. Podemos assumir a nossa condição de batizados, membros da família de Deus. O anjo do Senhor nos assegura, como a Maria, que o Senhor está conosco e deseja estar sempre mais próximo de nós. Se ele está conosco e nós temos o desejo de nos conectar sempre mais a Ele podemos expulsar o medo do futuro, o medo de não dar conta da educação dos filhos, o medo de morrer, o medo das pessoas, o medo da infidelidade do outro, o medo de não ter saúde, o medo de sermos fracassados.

Lamento informar aos que insistem em andam longe de Deus que o medo pode ser o seu companheiro permanente de caminhada ou de frustração. Por outro lado, se o medo é o seu companheiro de caminhada, ainda hoje, quero consolá-lo com a boa notícia do Natal do Senhor que está batendo às nossas portas. Deus não se cansa de procurar o seu filho e filha.  Abra o coração e deixe Jesus entrar. Ele, seguramente, expulsará o gigante do medo que o assusta e entristece. Ele trará o gigante do amor que encherá o seu coração de coragem e alegria.  Ele será o seu presente de Natal, que nada e ninguém mais roubará.

Em suma, meus caros leitores, ser refém do medo ou semeador de alegria e paz, não mais depende de Deus. Depende unicamente de você abrir a porta do seu coração para Jesus entrar. Se você abrir a porta Ele vai entrar e expulsar esse medo que adoece e entristece a sua alma. No seu lugar entronizará o amor, que serve a todos com grande criatividade e alegria a exemplo da Imaculada Conceição, que com a sua chegada encheu de alegria e serviço a casa de Isabel e Zacarias.

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

ADQUIRA SEUS CONVITES ANTECIPADAMENTE NAS SECRETARIAS (MATRIZ E COMUNIDADES) OU NAS MISSAS DE FIM DE SEMANA!

CONFORME A VOSSA FÉ

Normalmente nós imaginamos um Deus milagreiro ou um santo forte que atende aos pedidos de alguns privilegiados. Acreditamos que a força milagrosa está em Deus ou em algum santo e estes atendem os seus amigos. Notem, só para dar um exemplo, Santo Expedito e São Judas. Milhares de santinhos com a oração apropriada para obter o milagre são deixadas nas Igrejas. Pensamos que é aquela oração ou os milhares de santinhos que distribuímos que garantem ou não o milagre.  Há pessoas que invocam o poder sobrenatural até para ganhar na loteria e outros jogos de azar.  Imagina-se a Deus e a sua turma de santos como aqueles que privilegiam este em detrimento dos demais. Quem merece ganhar na loteria ou ser curado desse e daquele mal?

A afirmação de Jesus aos que o procuravam para obter a cura de algum mal nos leva a rever esse conceito de um Deus milagreiro ou de um Santo Forte e outros mais fracos. Notem no Evangelho de Mateus (Mt 9,27-31) Jesus afirmando que a cura não depende dele inicialmente, mas sim daquele que o procura com fé ou com menos fé. Portanto, queridos leitores, a cura ou não, a realização do milagre ou não depende unicamente de nós e não de Deus e dos Santos.

Deus é a fonte do Amor e dele só pode vir amor. Os Santos estão em Deus e, portanto, santificados pelo Amor, que é Deus. Receber ou não o amor terapêutico, que é o verdadeiro milagre, depende da nossa abertura e confiança em Deus e nos que vivem em comunhão com Ele. Se nos fechamos para o amor de Deus vamos ficando secos e céticos, como o ramo que se separa do tronco, e nenhum milagre acontecerá. Exemplo disso aconteceu com os habitantes da sua terra de Jesus, que julgavam conhecê-lo, bem como os seus familiares. Lá não pode realizar milagres por causa da falta de fé Nele.

Os milagres dependem da nossa fé. Todos os filhos de Deus podem ser objetos de milagres. O milagre não é privilégio de alguns. Os milagres são dons e graças de Deus concedidos aos que botam fé Nele. Servem para manifestar o amor de Deus pelos seus. Os santos podem ser mediadores, mas não são eles que realizam os milagres. Em Deus não existe o santo forte e o santo fraco. O que existe é a nossa fé em Deus fraca ou forte. Dependendo dela podemos desfrutar ou não dos milagres de Deus.

Diante disso, importa cultivar a nossa fé em Deus para que os nossos olhos se abram e possamos contemplar os inúmeros milagres que Ele realiza e quer realizar em nós. O primeiro milagre que ele quer operar em nós é a abertura dos nossos olhos cegos pelo egoísmo e pela vaidade. Quer tocar em nós e nos nossos olhos a fim de abri-los para que contemplemos o milagre que somos e os milagres que ocorrem, a todo o momento, à nossa volta.

Sendo que os milagres dependem da nossa fé, fica a pergunta: Como cultivar a fé, meus irmãos? Pela leitura e meditação da Palavra de Deus, que está ao alcance de todos, nós podemos crescer em amizade para com Deus. Podemos ver e sentir a Deus nos envolvendo sempre mais e realizando toda sorte de milagres em nós. Mesmo e, sobretudo, nos revezes da vida podemos experimentar o amor de Deus que vai abraçando e curando os seus filhos.

Ele pode realizá-los através dos Santos e também através de nós pecadores. Ele pode se servir de nós, pobres criaturas, para realizar grandes milagres, não para dizer que somos poderosos, mas para destacar o seu poder que normalmente se vale de instrumentos fracos, como nos ensina São Paulo.

Fica claro, meus irmãos, que Deus não é um milagreiro, isto é, alguém que se apresenta poderoso fazedor de milagres para alguns, mas um Pai cheio de amor para com todos os filhos e filhas, que constantemente quer nos envolver com seu carinho paterno que nos cura e santifica. Para manifestar o seu amor faz o possível e o impossível. Basta que creiamos e o próprio mundo que habitamos aparecerá como um grande milagre que os cientistas, apesar de todo o seu saber, ainda não conseguiram explicar de modo convincente a sua origem. 

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

UM LUGAR PARA JESUS

Eu quero preparar um presépio na minha casa. Não aguento mais, todo ano contemplar o presépio na Igreja, e não vê-lo na minha casa. Quero montar o presépio no recinto do meu lar. Quero prepará-lo juntamente com os meus familiares. Quero envolver os meus filhos, a minha esposa, o meu marido, o nono, a nona e os netos nessa empreitada.  A princípio, pode acontecer que nem todos topem, mas não vou mais me omitir. Não vou aceitar apenas um natal de comes e bebes e trocas de presentes do shopping. Quero que o presente do Céu, Jesus de Nazaré, entre na minha casa e na vida dos meus. Por isso, buscarei envolver a todos, para que, de alguma forma, experimentem as verdadeiras alegrias do natal.

No decorrer da minha vida já vi inúmeros presépios nas Igrejas e, até em praças públicas. Por isso, não me faltam idéias para montá-lo. Eu quero, porém, montar um presépio original. Quero montar um presépio vivo e não apenas com figuras inanimadas. Quero que cada membro da minha casa faça parte desse presépio, não como figuras decorativas, mas como facilitadores do nascimento de Jesus. Para que isso aconteça vou lançar mão de alguns recursos.

Vou reunir a minha família para fazer a novena em preparação ao Natal. Para isso posso valer-me dos livrinhos da novena que estão disponíveis nas secretarias das Capelas e da Matriz. Com esse material em mãos reunirei a minha comunidade familiar para rezar, para cantar e para meditar os nove temas, muito bem pensados e preparados, que nos ajudarão a montar o presépio vivo.

Procurarei também, retirar de dentro de casa tudo aquilo que dificulta ou impede a montagem do presépio. Retirarei o ódio, a inveja, o ciúme, o desejo de vingança, a maldade e o egoísmo. Vou retirar toda a violência e brigas desnecessárias da minha casa.  Os vícios, a preocupação exagerada com os bens materiais e maus hábitos são outros empecilhos para que Jesus encontre em minha casa um bom lugar para nascer. Jesus não costuma arrombar a porta da casa de ninguém. Ele pede licença, como fez na casa de Maria e de José. Diante disso, eu e a minha casa, facilitaremos a entrada dele. Lançaremos mão do maravilhoso Sacramento da Misericórdia. Eu e a minha família, confessaremos todos os nossos pecados que interrompem a comunicação entre nós e com Deus.

Se depender de mim e da minha família ele não terá mais que nascer num estábulo, bafejado por burros, ovelhas e bois, mas será acolhido e acarinhado em nossa casa, e, particularmente no coração de cada um de nós. Ele nascerá na minha família. Com isso eu poderei contemplá-lo no rosto da minha esposa e do meu marido. Quero beijá-lo no rosto dos meus filhos. Quero percebê-lo no rosto da minha sogra e da minha empregada! Não quero mais contemplá-lo apenas numa imagem inanimada. Quero poder acolhê-lo e abraçá-lo em cada irmão e em cada irmã, a partir do presépio da minha casa.

Eu sei que, através da família de Nazaré, Deus quis entrar em todas as famílias do mundo. Deus quis entrar para que o amor de Deus reinasse nas famílias e não apenas na grande Igreja. Deus se fez pessoa humana para que no rosto de cada irmão pudéssemos visualizar a face dele e pudéssemos acolhê-lo e amá-lo em cada irmão. Por isso, não perderei a oportunidade. Neste Natal, farei da minha casa um presépio. Um presépio com membros vivos. Um presépio onde Jesus não será abrigado numa manjedoura, mas no coração dos meus familiares. Com isso, ele resplandecerá no rosto dos meus. Recebendo esse presente do Céu a minha casa, certamente, será um presépio maravilhoso, isto é, cheio de bolinhas de ternura, de serviço, de respeito, de alegria e de paz. 

Por favor, meu irmão e minha irmã, faça da tua casa um lugar para Jesus nascer. Com isso, eu poderei te saudar com um efusivo: FELIZ NATAL!

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

NÃO FICARÁ PEDRA SOBRE PEDRA

Jesus e seus amigos estavam diante do templo de Jerusalém e alguns deles admiravam a bela construção com seus diversos detalhes ornamentais. Vendo isso, Jesus profetizou que viriam tempos que tudo aquilo cairia por terra e não ficaria pedra sobre pedra. Tudo seria destruído. Diante disso, perguntaram quando aconteceria isso. A resposta de Jesus não é direta e nem muito clara ( cf Lc 21,5-11 ).  O que sabemos é que historicamente o templo foi destruído no ano 70 da Era Cristã, por Tito e suas tropas romanas.

Mas tenho a impressão que o ensinamento maior de Jesus não está no anúncio da destruição dos templos de pedras, de madeira ou de tijolos, mas sim em outros templos, sobre os quais Jesus dedicou a maior atenção, na sua estada terrena. Referimo-nos aos templos do corpo humano. Templos esses enfeitados com adornos, piercing, tatuagens, silicones, anéis e outras joias. Enfeitados, segundo uns, sujados e “enfeiados” segundo outros.

Em suma, nota-se, particularmente no nosso tempo, certo culto à beleza do corpo humano. Culto à beleza externa do corpo, por um lado, e uma pobreza interna por outro. Pobreza de valores, de respeito pelo outro, de amor a Deus e ao próximo. Pobreza essa que pode manifestar-se de diversas formas, tais como: bebedeiras, orgias, ganância, medo exagerado, insegurança, inveja, ciúme, rompimentos matrimoniais e outras.    

Neste tempo que estamos encerrando o Ano Litúrgico, a Liturgia da Palavra nos orienta para que tomemos consciência da fugacidade da beleza dos templos de pedras e, sobretudo, dos templos de carne e ossos, que somos cada um de nós. Como aconteceu com o templo de Jerusalém que não ficou pedra sobre pedra, assim acontecerá com o templo do nosso corpo que não ficará célula sobre célula, mas retornaremos ao pó de onde fomos tirados.

Ontem pela manhã fui atender um senhor que há alguns dias havia “perdido” a esposa. Quando cheguei, ele me aguardava na rua um tanto choroso. Auxiliou-me a estacionar o carro e me convidou a entrar na bela casa, porém, com ares de deserta. Não havia uma alma viva, tudo era silêncio. Muitas coisas, mais coisas, mais objetos. Conduziu-me a uma sala onde pude ouvir, ouvir e ouvir. Depois de uma hora, mais ou menos, propus a bênção da residência que aceitou com muito agrado. Iniciamos a bênção diante de um pote cheio de cinzas que ele olhava fixamente dizendo: “Veja padre o que sobrou da minha esposa! ”.

Sendo assim, queridos leitores, Jesus continua falando para todos nós da importância fundamental de investir na beleza interna do nosso templo. Não nos manda descuidar do nosso corpo ou desprezá-lo, mas cuidar dele priorizando aquilo que dura para a vida eterna, ou seja, a beleza interna. Beleza essa que os pais podem cultivar no coração dos filhos desde a tenra idade. Educando-os para a sensibilidade, o respeito, a partilha, o perdão, a honestidade, a verdade, a alegria, a bondade e o amor a Deus e aos outros.  Se nós queremos famílias melhores, políticos mais honestos, sacerdotes mais acolhedores, não podemos cair na armadilha do mundo pós-moderno que investe no consumo, na beleza fugaz e relega para mais tarde ou deixa para os filhos escolherem os valores religiosos e morais que desejam viver.

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

O REI QUE DESCE DO TRONO

A história nos apresenta inúmeras pessoas que não mediram esforços para subir ao trono. Subiram a fim de ocupar um posto de comando.  Outros destruíram os concorrentes ou se valeram de mentiras e falcatruas para conquistar o trono. Um número sem conta subiu pisando sobre os demais e usando de todos os recursos da mentira e da guerra para serem eleitos. Uma vez empossados nos seus postos ou tronos, usaram dos mesmos para enriquecer-se à custa dos seus súditos, em vez de servi-los.

No meio desses reis surgiu há dois mil anos um Rei diferente. Um Rei que desceu do trono da Glória do Céu para estar no meio dos seus irmãos. Um Rei que se dignou assumir a nossa humanidade, a fim de redimi-la da sua sede de tronos opressores e fratricidas.  Esse Rei, que a Igreja celebra no último domingo do ano litúrgico, se chama Jesus de Nazaré, o rei servidor, que Pilatos o entregou aos judeus para ser crucificado.

Para começo de conversa, esse Rei não nasceu em palácios, mas no coração de uma família simples e servidora, Maria e José, com o propósito de mostrar o novo tipo de reinado que estava inaugurando. Um reino de justiça, paz e amor. Para edificar esse reino o Filho de Deus se despoja inteiramente. Não possui tronos, nem corroas, nem domínios e o seu exército armado de amor é um bando de mulheres e pessoas simples que se encantaram pelo seu novo jeito de reinar.

Um Rei que se abaixa junto aos doentes, às mulheres, aos pecadores, às crianças para acolhê-los, amá-los e sará-los com seu amor misericordioso. Um Rei que vai a busca das pessoas para fazê-las sentar-se à mesa do banquete. Enfim um Rei que não poupou a própria vida para resgatar as pessoas escravas do pecado e dos tronos que oprimem.

Em 315 da Era Cristã, com Constantino, o cristianismo foi assumido como a religião do estado. Nisto, certa influência do estado acabou apresentando Jesus como um Rei poderoso, vingativo, justiceiro, com coroas de ouro e prata, que permanece na mente de muitos católicos ainda hoje. Com isso, em alguns setores, se insiste em apresentar Jesus como um Rei distante, sentado no seu trono e revestido de ouro e pedras preciosas. Um rei assim assusta as pessoas.  Na Verdade, a verdadeira imagem do Rei do Universo foi apresentada por Jesus de Nazaré.

Um Rei que desce do seu trono de glória para assumir os nossos pecados e fraquezas a fim de destruí-las em si mesmo. Um Rei que se abaixa para lavar os pés dos seus irmãos e das suas irmãs. Um Rei que se aproxima dos pequeninos, das crianças, das mulheres e dos pecadores para perdoá-los e envolve-los de amor. Um Rei que não tira a vida de ninguém. Ao contrário, dá a sua vida em resgate de muitos.

Queridos irmãos, seguidores de Jesus, o Rei Servidor, a festa de Cristo Rei é um grito na mente e no coração de cada um de nós, que nascemos para ser reis, a fim de que examinemos que tipo de reis estamos sendo na família, nas comunidades e na sociedade. Se estamos sendo capazes de descer dos nossos tronos para assumir as fraquezas dos outros com o objetivo de santificá-los ou permanecemos nos nossos postos e tronos para observar os erros e falhas dos demais, com o intuito de julgá-los e condená-los, como fazem os reis pagãos.

Peçamos a graça de sermos reis servidores. Reis cheios de amor e bondade, que procuram sair de si para colocar-se no lugar do outro e da outra a fim de compreendê-los. Mais do que isso, para acolhê-los e amá-los, não apenas com palavras doces, mas, acima de tudo, com gestos concretos. 

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

DESCER DA ÁRVORE

Naturalmente quando desejamos ver melhor subimos numa montanha, colina, prédio ou árvore. Dificilmente entramos num buraco ou num vale profundo. Lá do alto o nosso olhar atinge o horizonte, passeia pelos vales e planícies. Normalmente sentimo-nos poderosos e por cima da carne seca, como diz um amigo meu de São Paulo.

Lendo e meditando o Evangelho de Lucas encontramos a passagem do cobrador de impostos Zaqueu ( Lc 19,1-10 ). Nela podemos ver Zaqueu subindo na árvore para poder ver melhor a Jesus que ia passando pela sua cidade. Quando Jesus o vê empoleirado na árvore para realizar o seu sonho de ver Jesus aparece a novidade do Evangelho, sobre a qual desejo falar um pouco.

Em primeiro lugar, é preciso desejar ver a Jesus. Aliás, esse desejo já está no nosso DNA. Uma vez que essa decisão é real, a oportunidade aparece, pois Deus que é Amor, sempre toma a iniciativa. Antes de nós existirmos Deus já pensou em nós. O Filho de Deus vê a cada um de nós e procura valorizar-nos. A iniciativa é de Deus. Ele nos vê primeiro e conhece a cada um de nós. Quem ama toma a iniciativa. Jesus vê a Zaqueu que está em cima da árvore. 

Em Segundo lugar, Jesus pede para o cobrador de impostos, que deseja vê-lo, que desça da árvore. O significa mesmo descer da árvore? Encontramos outro texto do mesmo Evangelho que vem em nosso socorro, ou seja, o do Bom Samaritano (Lc 10,29-37). Somente o Samaritano que teve a coragem de descer do seu cavalo e postar-se junto ao necessitado, comtemplou verdadeiramente o rosto de Jesus. O Sacerdote e o Levita ficaram sobre seus cavalos e não viram o Mestre.

Os nossos cavalos e as nossas árvores podem ser mecanismos de fuga do povo e não ferramentas que nos colocam a serviço dele. Podem ser cavalos, árvores, títulos, cargos que ocupamos nas empresas e comunidades. Se subirmos neles para nos afastar ou oprimir os demais, seguramente eles cegam nossos olhos e impedem-nos de ver Jesus.  Por isso, Jesus nos convida a descer dos nossos postos para estar junto do povo para servi-lo, como ele mesmo fez deixando a sua glória para assumir a nossa humanidade a fim de elevá-la.

Mas, para que isso realmente o corra é preciso ter uma terceira atitude, isto é, decisão firme de hospedar a Jesus em nossa casa, ou seja, em nosso coração. Sem isso, os títulos e cargos cegarão os nossos olhos. Zaqueu desceu e hospedou Jesus. Hospedou e se tornou discípulo para ouvir o seu ensinamento. Uma vez convertido a Jesus ele decidiu devolver quatro vezes mais o que tinha roubado e se colocar a serviço dos necessitados, contemplando o rosto do Senhor em cada pessoa humana. De opressor dos irmãos ele passa a ser servidor dos mesmos, seguindo os passos do Mestre Jesus.

Queridos leitores! Peçamos a graça de querer contemplar o rosto de Jesus. Para isso precisamos ouvir a voz dele que nos pede para não nos empoleirar nos nossos postos e títulos, mas descer para o meio do povo e usar deles para servir e promover os mais fracos e necessitados.  

Pe. Arlindo Toneta  -  MI

Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança

Pinhais - PR