Normalmente
nós imaginamos um Deus milagreiro ou um santo forte que atende aos pedidos de
alguns privilegiados. Acreditamos que a força milagrosa está em Deus ou em
algum santo e estes atendem os seus amigos. Notem, só para dar um exemplo,
Santo Expedito e São Judas. Milhares de santinhos com a oração apropriada para
obter o milagre são deixadas nas Igrejas. Pensamos que é aquela oração ou os
milhares de santinhos que distribuímos que garantem ou não o milagre. Há pessoas que invocam o poder sobrenatural
até para ganhar na loteria e outros jogos de azar. Imagina-se a Deus e a sua turma de santos
como aqueles que privilegiam este em detrimento dos demais. Quem merece ganhar
na loteria ou ser curado desse e daquele mal?
A
afirmação de Jesus aos que o procuravam para obter a cura de algum mal nos leva
a rever esse conceito de um Deus milagreiro ou de um Santo Forte e outros mais
fracos. Notem no Evangelho de Mateus (Mt 9,27-31) Jesus afirmando que a cura
não depende dele inicialmente, mas sim daquele que o procura com fé ou com
menos fé. Portanto, queridos leitores, a cura ou não, a realização do milagre
ou não depende unicamente de nós e não de Deus e dos Santos.
Deus
é a fonte do Amor e dele só pode vir amor. Os Santos estão em Deus e, portanto,
santificados pelo Amor, que é Deus. Receber ou não o amor terapêutico, que é o
verdadeiro milagre, depende da nossa abertura e confiança em Deus e nos que
vivem em comunhão com Ele. Se nos fechamos para o amor de Deus vamos ficando
secos e céticos, como o ramo que se separa do tronco, e nenhum milagre acontecerá.
Exemplo disso aconteceu com os habitantes da sua terra de Jesus, que julgavam
conhecê-lo, bem como os seus familiares. Lá não pode realizar milagres por
causa da falta de fé Nele.
Os
milagres dependem da nossa fé. Todos os filhos de Deus podem ser objetos de
milagres. O milagre não é privilégio de alguns. Os milagres são dons e graças
de Deus concedidos aos que botam fé Nele.
Servem para manifestar o amor de Deus pelos seus. Os santos podem ser
mediadores, mas não são eles que realizam os milagres. Em Deus não existe o
santo forte e o santo fraco. O que existe é a nossa fé em Deus fraca ou forte.
Dependendo dela podemos desfrutar ou não dos milagres de Deus.
Diante
disso, importa cultivar a nossa fé em Deus para que os nossos olhos se abram e
possamos contemplar os inúmeros milagres que Ele realiza e quer realizar em
nós. O primeiro milagre que ele quer operar em nós é a abertura dos nossos
olhos cegos pelo egoísmo e pela vaidade. Quer tocar em nós e nos nossos olhos a
fim de abri-los para que contemplemos o milagre que somos e os milagres que
ocorrem, a todo o momento, à nossa volta.
Sendo
que os milagres dependem da nossa fé, fica a pergunta: Como cultivar a fé, meus irmãos? Pela leitura e meditação da
Palavra de Deus, que está ao alcance de todos, nós podemos crescer em amizade
para com Deus. Podemos ver e sentir a Deus nos envolvendo sempre mais e
realizando toda sorte de milagres em nós. Mesmo e, sobretudo, nos revezes da
vida podemos experimentar o amor de Deus que vai abraçando e curando os seus
filhos.
Ele
pode realizá-los através dos Santos e também através de nós pecadores. Ele pode
se servir de nós, pobres criaturas, para realizar grandes milagres, não para
dizer que somos poderosos, mas para destacar o seu poder que normalmente se
vale de instrumentos fracos, como nos ensina São Paulo.
Fica
claro, meus irmãos, que Deus não é um milagreiro, isto é, alguém que se
apresenta poderoso fazedor de milagres para alguns, mas um Pai cheio de amor para
com todos os filhos e filhas, que constantemente quer nos envolver com seu
carinho paterno que nos cura e santifica. Para manifestar o seu amor faz o
possível e o impossível. Basta que creiamos e o próprio mundo que habitamos
aparecerá como um grande milagre que os cientistas, apesar de todo o seu saber,
ainda não conseguiram explicar de modo convincente a sua origem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário