De tempos em tempos temos
observado os interventores nos bancos, empresas e em outros setores da vida.
Normalmente os mesmos chegam com poderes para identificar os maus gestores e ou
os incompetentes a fim de julgá-los, puni-los e, a maioria das vezes, para
expulsá-los daquele setor. Raramente
observa-se a vontade firme de ajudá-los na melhoria da gestão.
Depois de termos vivenciado a
Semana Santa, tivemos a oportunidade de experimentar, mais uma vez, porque Deus
enviou o seu Filho a intervir no mundo. Apesar disso, muitos acreditam e pregam
que em breve ele virá uma segunda vez para condenar os maus e premiar os bons.
Contemplando tanta maldade, que a mídia joga dentro dos nossos lares, muitos
acreditam que a fim do mundo está próximo. Fim do mundo este como julgamento e
condenação dos maus e salvação dos bons.
Para começo de conversa o
Filho de Deus fez aliança com a humanidade é não se afastou dela. Ele mesmo
falou que estaria conosco todos os dias até a fim do mundo (cf Mt 28,20). Se
ele não está dentro de nós está à porta batendo e querendo entrar. Entrar não
para condenar, mas para redimir e fazer festa conosco (cf Ap e,20). Portanto,
Jesus caminha conosco, como caminhou com os discípulos de Emaús, a fim de nos
ajudar a entender o Projeto Salvífico de Deus para todos os homens e mulheres
de boa vontade (cf Lc 24,13-35).
No Evangelho de João lemos que
Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho para que todos tenham a vida
eterna. Continua dizendo que não o enviou para condenar ninguém, mas para
salvar a todos (cf Jo 3,16-17). Diante dessa boa notícia, que pudemos ouvir e
viver nesse tempo pascal, cabe uma revisão da nossa mentalidade condenatória,
que insiste nos nossos corações mesquinhos e pecadores.
Muitos de nós entramos nos
grupos e na sua Igreja com essa mentalidade de condenação e exclusão. Excluímos
os que pensam diferente e nos apegamos aos cargos e comandos. Precisamos nos
converter ao Evangelho de Jesus Cristo morto e Ressuscitado para Redimir e
Salvar a todos no amor e não nas proibições, que dividem e excluem.
Necessitamos pedir a ele a disposição para carregar os pecados da comunidade
nas nossas costas, se necessário for, para que todos possam participar do
banquete da vida, desde já.
Será que Deus tem prazer de
condenar um filho ou uma filha? Nós que não somos tão bons não desejamos que um
dos nossos filhos seja um bêbado ou frustrado, imaginemos o querer de Deus.
Certamente fará loucuras para salvar e admitir um filho no seu banquete.
Pensemos na loucura de morrer na cruz para que eu e a você pudéssemos
participar da sua alegria. Se há uma frustração de Deus, é quando um filho ou
uma filha, apesar da sua loucura amorosa, se recusa a participar da sua festa,
que pode começar aqui e agora, e se embrenha no egoísmo mesquinho e excludente,
que pode culminar na frustração eterna, ou seja, no inferno.
Diante dessa loucura amorosa
de Deus em relação aos seus filhos e filhas, cabe a cada um de nós, que buscamos
seguir os passos de Jesus Cristo Morto e Ressuscitado, procurar fazer tudo para
atrair o maior número para Deus e a sua Igreja. Importa que derrubemos todas as
barreiras que dificultam essa atração e inserção. Devemos combater o pecado sem demonizar
pessoas e coisas que Jesus Cristo já purificou por nós e para nós.
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
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