terça-feira, 23 de setembro de 2014

OS FAMILIARES DE JESUS


Jesus estava sempre rodeado de muita gente devido o seu modo novo de falar e agir com autoridade, isto é, com exemplo de vida. Não era como os fariseus e escribas que falavam e exigiam do povo, mas não viviam o que ensinavam. No meio desse povo todo aparecem a mãe e os irmãos sanguíneos de Jesus procurando por ele, mas não puderam achegar-se a ele por causa da multidão que o cercava.

Na ótica da pastoral familiar é bom que o filho seja tão apreciado pelo povo que a mãe biológica tenha dificuldade para se aproximar dele. Imaginem os filhos que permanecem em casa e não se desgrudam da saia da mãe. Normalmente não se realizam e acabam dando trabalho para os pais. São filhos mimados e despreparados até para assumir uma família com competência e responsabilidade.

Jesus não se amarra à família biológica a tal ponto de dificultar a sua missão universal. Aos 12 anos ele fica no templo, ouvindo e discutindo com os doutrores da lei, sem que os seus pais soubessem disso. Após três dias de procura o encontram e o questionam: “Por que você fez isso conosco?” Ele respondeu prontamente: “Não sabíeis que devo ficar na casa do meu Pai?” (cf Lc 2,41-50).  Desde muito jovem ele vai dando sinais que a família biológica não é dona do filho, mas é apenas educadora do filho para o verdadeiro Pai, isto é, Deus e para a família definitiva.

Pena que muitos pais desconhecendo essa verdade se apossam do filho a tal ponto que dificultam a sua missão, assim como familiares de Jesus queriam fazer. Diante dessa tentativa de apanhar Jesus para leva-lo para casa, por parte dos seus, ele aproveita a oportunidade e aponta para a sua nova família com a qual está definitivamente comprometido. Nada e ninguém o impedirá de zelar das suas novas mães, irmãs e irmãos, nem mesmo a família biológica.

Queridos pais eis aqui uma orientação importante. Os filhos são uma dádiva de Deus para serem educados para Ele e a serviço dos irmãos e das irmãs. Importa que os pais assumam essa missão de apontar a casa do Pai e o seu ensinamento a fim de que estes possam se tornar mães, irmãs e irmãos de Jesus.   Uma vez adotada essa pedagogia importa confiar no filho para que ele assuma a sua missão que o Pai do Céu lhe confiou. Ao assumi-la ele vai edificando a sua nova família cristã e não apenas a biológica.

Peçamos a graça de sermos mães, irmãos e irmãs de Jesus colocando em prática, com alegria, a Palavra do Pai e assim, não mais tomaremos as pessoas como propriedade nossas, mas as acolheremos como presentes de Deus, que nos auxiliam a viver e conviver, preparando-nos assim, para o banquete do Céu.




Pe. Arlindo Toneta -  Pároco 
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR

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