Jesus estava sempre rodeado
de muita gente devido o seu modo novo de falar e agir com autoridade, isto é,
com exemplo de vida. Não era como os fariseus e escribas que falavam e exigiam
do povo, mas não viviam o que ensinavam. No meio desse povo todo aparecem a mãe
e os irmãos sanguíneos de Jesus procurando por ele, mas não puderam achegar-se
a ele por causa da multidão que o cercava.
Na ótica da pastoral
familiar é bom que o filho seja tão apreciado pelo povo que a mãe biológica tenha
dificuldade para se aproximar dele. Imaginem os filhos que permanecem em casa e
não se desgrudam da saia da mãe. Normalmente não se realizam e acabam dando
trabalho para os pais. São filhos mimados e despreparados até para assumir uma
família com competência e responsabilidade.
Jesus não se amarra à
família biológica a tal ponto de dificultar a sua missão universal. Aos 12 anos
ele fica no templo, ouvindo e discutindo com os doutrores da lei, sem que os
seus pais soubessem disso. Após três dias de procura o encontram e o questionam:
“Por que você fez isso conosco?” Ele respondeu prontamente: “Não sabíeis que
devo ficar na casa do meu Pai?” (cf Lc 2,41-50). Desde muito jovem ele vai dando sinais que a
família biológica não é dona do filho, mas é apenas educadora do filho para o
verdadeiro Pai, isto é, Deus e para a família definitiva.
Pena que muitos pais
desconhecendo essa verdade se apossam do filho a tal ponto que dificultam a sua
missão, assim como familiares de Jesus queriam fazer. Diante dessa tentativa de
apanhar Jesus para leva-lo para casa, por parte dos seus, ele aproveita a
oportunidade e aponta para a sua nova família com a qual está definitivamente
comprometido. Nada e ninguém o impedirá de zelar das suas novas mães, irmãs e
irmãos, nem mesmo a família biológica.
Queridos pais eis aqui uma
orientação importante. Os filhos são uma dádiva de Deus para serem educados
para Ele e a serviço dos irmãos e das irmãs. Importa que os pais assumam essa
missão de apontar a casa do Pai e o seu ensinamento a fim de que estes possam
se tornar mães, irmãs e irmãos de Jesus.
Uma vez adotada essa pedagogia
importa confiar no filho para que ele assuma a sua missão que o Pai do Céu lhe
confiou. Ao assumi-la ele vai edificando a sua nova família cristã e não apenas
a biológica.
Peçamos a graça de sermos
mães, irmãos e irmãs de Jesus colocando em prática, com alegria, a Palavra do
Pai e assim, não mais tomaremos as pessoas como propriedade nossas, mas as
acolheremos como presentes de Deus, que nos auxiliam a viver e conviver,
preparando-nos assim, para o banquete do Céu.
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