sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

VAI RECONCILIAR-TE COM TEU IRMÃO

Ouvindo esse povo de Deus, que nos procura diariamente para conversar, sente-se as barreiras e vales que crescem nas famílias e outros grupos humanos. Particularmente encontramos obstáculos nos relacionamentos matrimoniais e familiares. Pai para um lado, mãe para o outro e filhos desunidos. Muitas células eclesiais e sociais estão enfermas, adoecendo, assim, a Igreja e a sociedade como um todo.
Inúmeras pessoas estão enfermas, isto é, carregam dentro de si o lixo do ódio, da falta de perdão e o desejo da vingança. Com isso estão morrendo para os relacionamentos que fazem viver alegremente. À semelhança dos caminhoneiros que bloqueiam as estradas, eles bloqueiam a estrada da misericórdia e do perdão que alimentaria e vivificaria os pecadores, que somos todos nós.
Diante dessa realidade ouve-se um pedido importante que sai da boca de Deus e a Igreja o recomenda aos seus membros, sobretudo neste tempo favorável, isto é, o tempo da quaresma: “Deixa a tua oferta aí diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mt 5,24a).
Eis a oferta que mais agrada a Deus. Sair de si e ir ao encontro do outro para fazer as pazes. Não esperar que o outro tome a iniciativa, mas sair na vanguarda e surpreender o outro que nos ofendeu ou está ofendido com a oferta gratuita da reconciliação. Assim fez Jesus quando ainda éramos pecadores; ele veio ao nosso encontro com mil propostas de reconciliação a fim de nos vivificar.
Muito nos colocamos na situação de vítimas e endurecemos o nosso coração, bloqueando o rio da misericórdia, que resgata e vivifica. Ao bloquear matamos a nossa alegria e a dos irmãos. Por isso o nosso querido papa Francisco, no seu documento Evangelii Gaudium, convida a Igreja e todos nós a sairmos. Sairmos ao encontro do outro e da outra com a boa notícia do Evangelho, que engloba a misericórdia e o perdão.
Não é coerente ir à Igreja e participar da missa com proveito sem primeiro dispor-se a fazer as pazes com os irmãos e as irmãs. Pode até apaziguar a consciência por alguns momentos, mas não conseguimos viver a comunhão com Deus e com os irmãos que está nos pressupostos da Santa Missa. A Missa não é um ato isolado. Ela exige e envolve toda a nossa vida. Portanto a Missa nos convida à missão de nos reconciliarmos com todos. Se não conseguimos de fato essa reconciliação, porque o outro não aceita, pelo menos, que haja, da nossa parte, a vontade firme de reconciliar-nos com todos.
No mundo de hoje não precisamos apenas de líderes empresariais que impulsionam o mundo comercial com seus inúmeros produtos. O mundo tem sede e necessidade de lideranças na área da misericórdia e do perdão a fim de que vivifiquemos os nossos relacionamentos familiares e sociais.

Como batizados e membros da Igreja de Jesus Cristo, o homem, por excelência, misericordioso, peçamos a graça de liderarmos esse processo que vivifica as famílias e os demais relacionamentos humanos. 




Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança  - Pinhais - PR

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