Caminhando pelo mundo a fora
encontram-se pessoas que querem sempre ganhar mais. Ganhar mais dinheiro, mais
joias, mais prestígio, mais títulos, mais poder, mais carros, mais terras.
Apesar disso, tais pessoas estão sempre ansiosas, inseguras, insatisfeitas e
vivem infelizes e rodeadas de seguranças. Possuem tanto, mas perdem a liberdade
e parecem desprovidas de vida e felicidade. Pouco a pouco, na medida que
envelhecem, notam que tudo isso, à semelhança dos grãos de areia por debaixo
dos pés do banhista vão sendo levados pela força do envelhecimento.
Nesse tempo de quaresma, dois
caminhos se abrem diante deles: Apegar-se sempre mais aos bens e logo após
perder tudo ou mudar de vida, convertendo-se ao Deus da Vida. Por isso o livro
do Deuteronômio no seu capítulo 30, versículos 15 e 16, coloca as pessoas
diante da vida e da morte. Da escolha que cada um fizer dependerá a felicidade
e a desgraça, viver ou morrer. Ninguém é condenado, cada um se salva ou se
condena pelas escolhas que fizer.
No Evangelho de Lucas (Lc
9,22-25) Jesus se apresenta como caminho para fugir da morte e alcançar a
felicidade e a vida plena. Ele é a riqueza que enche o coração humano de vida e
felicidade. Ele ensina que o mais importante é ser rico de vida e não tanto de
bens materiais, que, sem dúvida, são necessários para viver com dignidade o
projeto de Deus. Em momento algum despreza os bens, mas eles não são a
finalidade última do ser humano.
No início dessa Campanha da
Fraternidade, que possui como Tema: Fraternidade: Igreja e Sociedade e Lema: Eu vim para servir (cf Mc 10,45) Jesus quer nos ensinar a servir e
não tanto a ganhar coisas, terras, bens, presentes, poderes, status, etc.
Ensina-nos que quem quer ganhar a vida deve dá-la a sua semelhança. Quem guarda
a vida e procura ser um ganhador do mundo todo vai perder tudo e pior de tudo,
à custa do empobrecimento dos outros. Por que do empobrecimento dos outros? Em
primeiro lugar porque não reparte o bem incomensurável que é ele mesmo e em segundo
lugar porque com a concentração exagerada de bens e poderes nas suas mãos
muitos serão privados do indispensável para viver com dignidade.
Jesus aparece como a única
alternativa válida para quem quiser ganhar a vida e contribuir com a vida e a
fraternidade. Ele nos ensina que a vida é para servir e não para acumular bens
perecíveis. Por isso, ele diz: “Se alguém quiser me seguir tome a sua cruz cada
dia e siga-me” (Lc 9,25). Em outras palavras, tome a cruz da sua vida e
consagre-a a serviço dos irmãos e das irmãs, quer como casados, como solteiros,
bem como, religiosos ou sacerdotes. Eis o único jeito de ser livre e feliz, com
pouco ou com muito, e de ser rico de vida, que dura para a vida eterna.
Caríssimos leitores! Peçamos a
graça de escolher o caminho do serviço e da vida que garante uma sociedade mais
fraterna, justa e solidária. Que nesta quaresma possamos ser sempre mais ricos
de Deus e, consequentemente, de vontade firme e decidida de acolher e servir os
irmãos, especialmente os mais carentes e necessitados!
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
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