Toda e qualquer escolha sempre
tem o seu grau de dificuldade. Acreditamos que antigamente era um pouco mais
fácil, pois não tínhamos tantas opões em termos de trabalho. Atualmente, com a
evolução das ciências e o aparecimento das diversas especializações, as
dificuldades são bem maiores justamente porque as alternativas aumentaram em
muito. Diante dessas muitas encruzilhadas da vida em termos vocacionais,
profissionais, sociais e religiosos, surge uma pergunta: Como escolher bem?
A princípio, parece que a
resposta é muito fácil e qualquer um pode dar, sem maiores dificuldades. Na
verdade, não é bem assim, pois encontramos inúmeros irmãos e irmãs nossos que
se lamentam de ter feito aquela escolha. Quantos casais que chegam até nós
dizendo que fizeram a escolha errada! Que escolheram a mulher errada, que se equivocaram
na escolha do marido, que acolheram a pessoa errada no grupo, que se fixaram
nas aparências e se equivocaram, que escolheram a profissão errada, etc., etc.
Tudo isso, nos fala da
dificuldade que existe para escolher bem. Claro que hoje existem profissionais
que ajudam as pessoas, por meio de testes e outros recursos psicológicos e
pedagógicos, a fazerem boas escolhas. Penso que essa ajuda tem o seu valor e
podemos nos valer dela com proveito. Apesar disso, as pessoas que fazem
escolhas erradas, no nosso modo de ver, continuam aumentando.
Diante disso, quero apontar a
Boa Nova, isto é, o Evangelho. Aponto para o exemplo de Jesus que na vida
também teve que fazer as suas escolhas, pois era humano como nós. Ele teve que
enfrentar todas as tentações. Foi tentado pela riqueza, pelo poder e pelo
caminho das facilidades fugindo da cruz. Para fazer sempre as melhores escolhas
Ele se manteve em comunhão com o Pai. Esteve o tempo todo conectado com Deus
Pai, para escolher segundo o Amor e não segundo o egoísmo. Vejam, por exemplo,
antes de escolher os seus apóstolos ele passou a noite em oração, procurando a
vontade do Pai. Ele não os escolheu em momento de raiva ou num momento de
euforia (cf, Lc 6,12-19). Com isso, Ele abriu-nos o caminho das boas escolhas, isto é, que conduz ao céu, mas que
começa na terra.
Eis, pois, queridos leitores,
o caminho cristão para fazer as melhores escolhas. Claro que para quem ignora o
seu DNA divino isso não diz nada. Mas, para quem acolhe a sua identidade de
filho e filha de Deus, isso tem tudo a ver. Por isso, antes de qualquer escolha
os filhos de Deus se colocam diante d’Ele. Não apenas diante, mas estabelecem
comunhão profunda com esse Pai de bondade, fonte de toda a bondade, para
receber dele a luz necessária e assim, conseguir fazer as boas escolhas.
Reafirmamos que fazer as boas
escolhas, segundo a ótica cristã, não significa necessariamente fazer escolhas
fáceis. Significa ver além das aparências como Deus, significa pensar segundo o
bem do outro e, além disso, escolher sempre aquilo que produz o maior bem para
o outro. Em suma, escolher bem significa consagrar-se para fazer bem aos
outros, quer no casamento, quer no sacerdócio ou no laicato e nisto o bem, o
bom e a paz desabrocham em nós, na família e na comunidade.
Peçamos, portanto, queridos
jovens e adultos a graça de viver em Deus e assim podermos, diante das inúmeras possibilidades de escolha, tomar as melhores decisões em cada momento da nossa
vida e, assim, expulsarmos a guerra egoísta e edificarmos um mundo mais
fraterno, onde reinam a paz e alegria.
Pároco da Paróquia Nossa Sra. da Boa Esperança
Pinhais - PR