segunda-feira, 23 de março de 2015

AGIR POR CONVICÇÃO PRÓPRIA

Em todos os tempos notam-se pessoas movendo-se ou assumindo determinados comportamentos por causa dos outros ou movidos pela moda. O que é pior ainda é que determinados modismos se impõem de tal forma que os que os adotam nem se perguntam pelo seu significado. Por exemplo, o fato dos meninos mostrarem as cuecas. Não sei se é verdade, mas alguém me disse que a moda surgiu nos presídios americanos e que indicava quem estava disponível sexualmente para os colegas. Se isso é verdade, será que os nossos meninos sabem disso ou será que nesse tempo de modismos o importante é pegar a onda e apenas surfar sem importar-se com o significado do que se faz ou se deixa de fazer? Parece que os modismos sempre mais vão fazendo a cabeça do povo a tal ponto de meninas ficarem com meninas e meninos com meninos sem se perguntarem pelo seu fundamento maior e a que resultados leva.
No Evangelho de hoje vemos um indivíduo que não se movia pela moda ou pelas convicções dos outros. Tinha uma personalidade própria e se recusava a pensar como a massa pensava. Não era do contra só para ser do contra ou por mania de estrelismo. Não era escravo da política, da religião ou de algum modismo do seu tempo. Agia com liberdade absoluta e gradativamente ia abrindo os olhos do povo escravo. Por conta disso, incomodava muito os que comandavam e conduziam as massas. Diante disso, tomaram a decisão de eliminá-lo.  
Onde ele encontrava tamanha força e convicção para agir dessa forma tão livre? “Vós me conheceis e sabeis de onde sou; eu não vim por mim mesmo, mas o que enviou é fidedigno. A esse, não o conheceis, mas eu o conheço, porque venho da parte dele, e ele foi quem me enviou” (Jo 7,28s). Jesus vivia em comunhão com o Pai e nele encontrava a sua força e determinação para agir. Não agia para agradar a esse ou aquele ou por medo das autoridades. Agia assim para revelar o amor e a liberdade pensada pelo Pai para todos os seus filhos e suas filhas.
Na liberdade em Deus ele foi assumindo todas as escravidões e pecados do homem e da mulher e as levou para a cruz e para a sepultura. Da cruz e da sepultura brotou a liberdade para todos os seus irmãos e irmãs, ou seja, a ressurreição para uma vida nova. Uma vida livre das amarras e escravidões para melhor servir a família e a comunidade.
Olhando para a nosso povo cristão, o vemos, ainda hoje, amarrado a modismos sem conta e inúmeras escravidões. Diante disso, nos perguntamos onde os nossos cristãos encontram a sua força para agir? Parece que, a maioria, não age movida por Deus, mas sim por mil outros motivos e muitos deles, bem distantes do Deus do Amor.

Sendo assim, neste tempo de quaresma, tempo de preparação para a páscoa da libertação, queremos pedir a graça da libertação, sobretudo para os nossos batizados. Pedimos a libertação dos modismos que desfiguram a beleza original de cada pessoa humana. Fazemos votos que cada cristão e cada pessoa humana, a exemplo de Jesus, encontre no Pai Nosso, isto é, no Pai do Céu, que é Pai de cada um de nós, a força maior para agir na construção de uma sociedade justa, fraterna, livre e, consequentemente, feliz.




Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança  - Pinhais - PR

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