segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

CRER NO EVANGELHO

O que será mesmo crer no Evangelho? Inicialmente, queremos deixar claro, que crer não é igual a conhecer. O diabo também conhece a Deus. Muitos conhecem intelectualmente o Evangelho, mas isso não é ainda crer. Há teólogos que conhecem muito os textos bíblicos, fazem exegeses maravilhosas, mas não creem. Crer é acolher, deixar-se transformar e viver daquilo que cremos.
Em segundo lugar, precisamos entender melhor o significado de Evangelho:
 Evangelho vem do grego evangelion, isto é, boa notícia. A boa notícia não é uma palavra solta que veio de não sei de onde e ignoro a sua finalidade. Para nós cristãos, o Evangelho é a Palavra de Deus que se fez carne em Jesus de Nazaré. Em suma, a Boa Nova é Jesus que nasceu pessoa humana para falar-nos do amor de Deus por nós seus filhos e suas filhas. Por amor deu a sua vida em favor de cada um de nós a fim de que tivéssemos vida em abundância.
Portanto, caros leitores, crer no Evangelho, é acolher Jesus e deixar-se transformar pela sua palavra. É viver no seguimento de Jesus escutando a sua palavra e vivendo como ele viveu. Não é, portanto, apenas conhecimento intelectual de Jesus e da sua Palavra. Crer no Evangelho requer um novo jeito de viver. Muitas e muitas vezes implica uma mudança radical na vida.
Mudança radical?
Inúmeras pessoas que foram batizadas e dizem ser católicas, não conhecem Jesus e a sua Palavra. Pensam ser católicas porque a avó vai muito na missa ou reza o terço em casa, mas elas mesmas vivem mergulhadas num egoísmo absurdo. Vivem em torno dos seus interesses pessoais e ignoram os demais irmãos. Crer no Evangelho implica uma conversão desse modo de pensar e agir.
Quem acolhe Jesus e deseja viver o seu projeto cristão deve dar uma guinada de 180 graus nesse modo de vida. Jesus que é o Evangelho, isto é, a Boa Notícia de Deus para nós, deixou a gloria do Pai para assumir a nossa condição humana a fim de nos auxiliar na caminhada para mais vida. Eu pergunto a você que nos lê: Você está disposto a deixar os seus pedestais e os seus títulos para estar no meio do povo a fim de ajudá-lo a ter mais vida e dignidade? Se sim, você é um homem em processo de conversão para Jesus e a sua Palavra, caso contrário, você é um egoísta que empobrece a si e a comunidade, fadado a viver na tristeza.
Quantos cristãos que vivem mergulhados em profunda tristeza! Claro que para alguns isso pode ser sinal de alguma doença física que requer tratamento médico. Noto, por outro lado, que para muitos isso é apenas o sinal visível da falta de vivência do Evangelho. Quem adere a Jesus e a sua Palavra e vive o projeto D'ele semeia alegria e vida por onde passa. Não é uma pessoa derrotada, mas ressuscitada com Jesus.  Ela mesma torna-se uma página viva do Evangelho. Quem a vê acaba vendo Jesus no seu modo de pensar, no seu jeito de acolher e nas obras que produz.

Levanta-te e põe-te a caminho!
Eis a ordem de Deus ao medroso Jonas, que a princípio fugiu da missão. Depois de ser pego pela dor e dificuldade causada a si e aos demais, Deus se dirige a ele novamente ordenando que pregue a conversão aos Ninivitas. Mesmo a contragosto ele vai e a mudança acontece. A cidade inteira se converte para Deus e se poupa da destruição (cf Jn 3,1-5.10). Falo assim porque Deus não destrói ninguém, mas o próprio malvado se autodestrói.
Jesus continua chamando pessoas para segui-lo a fim de torna-los pescadores de gente para Deus e para o seu Reino de amor e paz. Chamou Pedro, André, Tiago, João a princípio (cf. Mc 1,16-20). Ele continua passando pelos nossos postos de trabalho e chamando a cada um de nós para estarmos com Ele a fim de sermos capacitados a sentir, a pensar e a agir como Ele. Uma vez iniciados no novo modo de ser ele nos envia em missão. Envia-nos para que falemos do imenso amor de Deus pelos seus filhos e pelas suas filhas, particularmente aos mais afastados. Hoje constatamos que multidões de jovens e adultos andam nos caminhos do egoísmo e do mal. Em breve se machucarão e se destruirão. Quem pregará o amor de Deus a eles?

Peçamos a graça da docilidade, isto é, de ouvirmos esse chamado e respondermos generosamente a fim de que nós, as nossas famílias e comunidades tenhamos mais vida e alegria. 




Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança  - Pinhais - PR

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