Vejo que muitas pessoas se
angustiam porque não veem os frutos da sua semeadura ou a mudança dos filhos e
das pessoas, pelas quais se sentem responsáveis. Claro que é bom poder semear e
posteriormente colher abundantes frutos. Porém, quero perguntar a você querido
leitor: a nossa função primeira é colher? Pela experiência da vida, vejo que
inicialmente as pessoas preparam a terra e semeiam. Uma vez semeado o terreno
não há nada que possam fazer a não ser confiar na força da semente que nasce,
cresce e frutifica por si.
O Evangelho de (Mc 4,1-20) nos
apresenta o semeador que joga a semente e confia na força dela. Uma vez que cai
em terreno bom ela frutifica necessariamente a porcentuais expressivos. É
função do semeador lançar a semente no coração do homem e da mulher e confiar
na sua capacidade de produção. Se os corações não forem pedregosos ou cheios de
preocupações mundanas a semente da Palavra será acolhida e produzirá abundantes
frutos de amor e bondade. Se, ao contrário, o coração humano será incomodado
pela bondade da semente.
Cabe a cada ser humano
preparar o seu coração para ser terra boa. Em última instância, é a casa dele.
Na própria casa manda a pessoa. Além disso, a chave está por dentro e não por
fora. Portanto, caros leitores, não é nossa tarefa necessariamente colher os
frutos. Os frutos dependem do terreno acolher ou não.
O Evangelho nos apresenta o
Mestre Jesus, que saiu a semear para todos os lados e lugares. Como ele é o
nosso mestre, somos convidados a imitá-lo. Portanto, a nossa tarefa é semear
com generosidade confiando na força da semente da palavra de Deus. Conforme o
Evangelho é nossa função semear e semear, apesar da dureza e do apego às coisas
do mundo de alguns corações. A Palavra, por si, é de excelente qualidade. Ela
não deixará de produzir o seu efeito. Se tiver sorte de cair em terreno bom
ela, a seu tempo, vai frutificar. Se não for acolhida, ela tem força de
questionar e tirar o sossego dos corações endurecidos e lotados de espinhos.
Seja o terreno bom ou ruim
importa que entendamos que a Palavra de Deus tem força de produção e de
questionamento. Portanto, não desanimemos perante os frutos que não vemos ou
colhemos. A nossa missão não é, necessariamente, de colher, mas de semear, quer
agrade, quer desagrade, conforme fala São Paulo. A mãe de Santo Agostinho,
Santa Mônica, semeou durante muito tempo antes de obter a conversão do filho.
Pior ainda é quando queremos
colher, mas não estamos dispostos a semear a boa semente. Semeamos egoísmo e
queremos colher amor e bondade. Como assim? Normalmente quem semeia as sementes
do Evangelho colhe bons frutos, a princípio em esperança, e até de fato. Quem
semeia maldade faz mal a si mesmo e aos outros e colherá a infelicidade.
Peçamos a graça de acolher
esse convite do Jesus e sair pelas estradas da vida com a firme decisão de ser
um semeador do Evangelho de Jesus Cristo e assim gerarmos esperança de
colhermos um mundo mais fraterno e atencioso com os seres humanos.
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR
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