A realidade política do País
nos apresenta um cenário onde se usa medidas diferentes. Vejamos apenas um
exemplo. Para alguns, aumento de salário
mesmo que a sua produção seja zero, para outros, arroxo salarial e aumento de
tributos a ponto de colocar as empresas no sucateamento e até no risco de
fecharem. Nas famílias vemos o mesmo comportamento quando se é indulgente com
um filho e rigoroso com os demais.
Diante disso, apresentamos o
Evangelho de (Mc 4,24) que diz que com a medida com que medimos seremos medidos
também. Não diz, porém, quando seremos medidos. Fica a pergunta: será que
seremos medidos aqui na terra ou apenas diante de Deus, quando morrermos?
O quotidiano nos ensina que
com a medida que medimos as pessoas, aqui e agora, as mesmas tenderão a fazer o
mesmo conosco. Se formos rigorosos com os demais estamos dando a eles a medida
com que irão nos medir também. Se formos misericordiosos estamos igualmente
dando o parâmetro para fazerem o mesmo conosco. Se formos bons com alguns e
severos com outros estamos colocando em suas mãos as diferentes medidas para
nos avaliarem. Portanto, para uma pessoa inteligente não há necessidade de
maiores esclarecimentos. Fica claro que cada um é responsável pelo modo como é
e será avaliado perante a comunidade.
Se quisermos estar investindo
em termos de futuro, ou seja, de como nos avaliaremos diante de Deus, aqui e no
futuro, essa página do Evangelho é muito esclarecedora. Nós mesmos estamos
apresentando a Deus a medida com que nos julgaremos, pois Deus não julga e não
julgará ninguém. Ele mesmo, em Jesus de Nazaré, afirmou com todas as letras:
“Eu não vim para julgar e condenar, mas para redimir e salvar”. Portanto, nós
mesmo nos julgaremos diante da infinita bondade que é Deus.
Sendo assim é do nosso
interesse sermos misericordiosos com os demais para que a misericórdia nos
envolva aqui e no futuro. Se quisermos ser apreciados pelos outros aqui e no
futuro é de fundamental importância que comecemos agora a valorizar as pessoas
acima de qualquer bem material. Se quisermos que os outros enxuguem as nossas
lágrimas no presente e no futuro não percamos mais tempo deixando isso para
quando ficarmos velhos. Se quisermos que não nos discriminem passemos a
valorizar a todos sem usarmos dois pesos e duas medidas, conforme as
conveniências e os interesses imediatos. Se quisermos ser felizes na terra e no
Céu, passemos imediatamente a trabalhar incansavelmente pela felicidade do
marido, da esposa e de todos.
Peçamos a graça de compreender
essa Revelação de Deus e a força de coloca-la em prática, banindo da nossa
agenda o egoísmo e todas as medidas discriminatórias e condenatórias. Que a
medida amorosa seja a nossa pauta e a nossa meta para este ano de 2015!
Pe. Arlindo Toneta - MI
Pároco da Paróquia N. Sra. da Boa Esperança - Pinhais - PR