É muito comum encontrar
pessoas correndo atrás de tesouros. Tesouros no Japão, tesouros nas serras
peladas, tesouros que foram ocultados na segunda guerra mundial, tesouros e
mais tesouros. Procurando para que? Muitos o fazem pelo prazer de ostentar
riquezas, outros para poder aumentar o poder de consumo diário, outros simplesmente
porque endeusaram as riquezas materiais e passam a viver em função delas. Para
alcançar esses objetivos as pessoas correm, se estressam e competem sem dó e
sem piedade dos demais.
No meio desse corre, corre,
surge a Palavra de Deus com a sua preciosa orientação. Não que desaconselhe
buscar os bens materiais, mas, mais do que estes, incentiva a buscar os bens do
Céu. Buscar os bens materiais para poder viver com dignidade não contraria a
Palavra de Deus, que afirma que cada um deve comer o pão com o suor do seu
rosto. Além disso, Jesus ensina a ser rico para Deus, ou seja, a juntar
tesouros no Céu.
O que é mesmo juntar tesouros
no Céu? Jesus nos ensina a investir, sobretudo naquilo que se guarda para o
Céu. O que é o Céu? O Céu é Deus, Deus é amor, portanto, nos ensina a investir
no amor. Não no falso amor, isto é, no amor egoísta declarado por muitos homens
e mulheres a terceiros. O egoísmo travestido de amor não é riqueza para o Céu,
mas investimento para o inferno. Inferno este, que muitos e muitos jovens e
adultos já estão vivendo nesta vida.
Jesus orienta os seus
seguidores a serem ricos de amor. Quantos homens e mulheres se esforçam
diariamente na busca desse tesouro! Felizmente eu encontro gente que não se
cansa de buscar esse tesouro apesar das tentações. Pessoas que acreditam no
amor não desistem desse tesouro mesmo que se saibam traídas pelos seus. Elas
continuam investindo na bolsa do amor perdoando e envidando esforços para
santificar aqueles que o Senhor lhe confiou.
Jesus afirma que o nosso
coração está onde está o nosso tesouro. Diante dessa verdade surge uma
pergunta: Onde está o nosso coração? Se ele está amarrado aos bens terrenos e
passageiros, e pouco disponível para buscar os bens do Céu, nós estamos sendo
maus gestores, segundo o Evangelho. Estamos cegos em relação aos bens eternos. Estamos investindo prioritariamente naquilo
que não nos garante um futuro pleno e feliz. Somos candidatos a encarrar a
morte como uma grande inimiga que nos rouba os bens terrenos. A morte será a
suprema derrota e não a tomada de posse do tesouro no Céu.
Diante disso tudo, precisamos
tomar decisões, pois o Evangelho é uma boa notícia e não uma imposição. “Aquele
que te criou sem você, não te salva sem você” afirmou Santo Agostinho. Podemos investir nos bens passageiros e consequentemente
criar o inferno dentro de nós e ao nosso redor, além disso, encarar a morte
como nossa inimiga, pois ela nos conduz ao fracasso total. Por outro lado,
podemos investir nos bens eternos e, desde já, começar a colher o Paraíso
dentro de nós e no nosso entorno. Além dessas conquistas, podemos acolher a
morte como nossa irmã querida que nos leva a tomar posse do tesouro no Céu, isto
é, no coração de Deus.
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