Os que impõem
sofrimentos e morte aos justos, por alguns momentos se alegram pensando em ter
derrotado os bons. Grande engano! Na verdade, logo depois estarão mergulhados
numa profunda tristeza por verem o bem ressurgindo e o mal amargando as suas
próprias vidas. Por outro lado, os justos sentirão uma tristeza enorme por
causa das perseguições, sofrimentos e da morte dos seus. Essa tristeza, porém,
logo após se transformará em alegria por verem o bem e os justos ressurgindo
vitoriosos junto com Jesus, o vencedor, por excelência, do mal e da morte.
Caríssimos
irmãos, precisamos tirar algumas consequências dessa verdade do Evangelho que
Jesus quer nos ensinar. Importa que aceitemos as dores de parto do Reino de
Deus. Se desejamos que o Reino do amor e da bondade desabrochem precisamos
sorver a nossa parte de sofrimentos, perseguições e dores, visualizando, na
esperança, a ressurreição e a vida. Não podemos mais ser católicos pouco
esclarecidos e cair na armadilha do mundo hedonista, que procura o prazer sem avaliar
o preço que pagará.
O nossa
esperança e testemunho têm força para arrastar os amantes deste mundo para o
banquete do Reino de Deus. Não somos masoquistas, ou seja, aqueles que procuram
o sofrimento, mas procuramos o bem mesmo que implique em sofrimentos e
incompreensões. Não somos movidos pele medo do sofrimento e nem pelo amor
doentio ao sofrimento, mas pelo amor a Deus e aos irmãos. Acreditamos,
sobretudo, na força de atração do amor.
No meio desse
mundo confuso precisamos dar uma dica para os que não sabem distinguir bem.
Estamos sempre tentados pelo imediatismo. Queremos colher os frutos antes de
plantá-los. Queremos o prazer imediato e temos pouca paciência para colher a
felicidade e alegria duradouras, prometidas por Jesus. “Quero que a minha alegria
esteja em vós e que a vossa alegria seja plena” (Jo 15,17). Vamos à dica.
Vamos superar
o imediatismo, próprio das crianças e dos animais, que agem pelo impulso, e
utilizarmos a nossa razão que é capaz de refletir e avaliar. Antes de realizar
isso ou aquilo, mesmo que apareça cheio de encanto e atração, vamos parar e
avaliar. Vamos descansar um momento e até dormir, se possível. Vamos avaliar os
efeitos das nossas palavras e ações. Contemplemos um momento os frutos que
resultam. Se, em sã consciência, sentirmos uma profunda alegria vendo os frutos
bons que resultam, partamos para a ação concreta, mesmo que envolva sofrimentos
e incompreensões. Se, ao contrário, sentirmos um tremendo vazio e a sua
companheira tristeza, mesmo que com prazer, em tempo deixemos o Espírito de
Deus conduzir-nos pelos seus caminhos.
Somente assim
entenderemos as palavras de Jesus que afirma claramente que a nossa tristeza se
transformará em alegria (cf Jo 16,20-23). Enquanto que os maus se alegram
momentaneamente, a tristeza dos seguidores de Jesus será transformada em
alegria permanente, que nada e ninguém poderá tirar. Além disso, essa alegria
terá força de atração sobre os maus e poderá levar a muitos se converterem para
Deus.
Pe. Arlindo Toneta – MI - Pároco
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
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