Quando
Deus nos questiona.
Num dia de
sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Estes o
observavam. Em frente de Jesus estava um homem que sofria de hidropisia.
Tomando a palavra, Jesus disse aos doutores da Lei e aos fariseus: “Em dia de
sábado, é permitido curar ou não?” Eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou
o homem pela mão, curou-o e o despediu. Depois lhes disse: “Se algum de vós tem
um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de
sábado?” E eles não foram capazes de responder a isso (Lc 14,1-6).
Enquanto nós questionamos
a Deus parece que estamos cheios de razão. Esperneamos, gritamos e brigamos com
Deus porque ele surge como injusto comigo, com a minha família, com um jovem
que perde a vida muito cedo. Nesse cenário, muitos fatos povoam a minha cabeça.
Recordo-me do homem que esbravejava contra Deus por causa da seca. Uma mulher
que botava a culpa em Deus porque o seu filho se afogou na represa. Enquanto o
homem e a mulher têm coragem de questionar a Deus parecem cheios de razão.
No momento, porém, em que
o ser humano tem a humildade de permitir que Deus o questione, as coisas
parecem mudar de figura. Vejamos o caso de Jó narrado no livro bíblico do mesmo
nome. Enquanto os humanos o questionam ele se sente sabedor de tudo. No momento
que Deus começa a perguntar a ele sobre diversas coisas muitos simples ele
começa a reconhecer a sua ignorância e a ficha cai na sua consciência.
Vejamos os fariseus
enquanto eles exigiam o cumprimento das leis ao povo. Eles apareciam como donos
da verdade e do saber. A eles o povo devia render-se e obedecer cegamente,
apesar das suas contradições no cumprimento da mesma lei. Quando Jesus começa a
questioná-los percebem a sua ignorância e pequenez. Percebem as suas
contradições e hipocrisias e por isso, preferem calar a reconhecer que
precisavam aprender de catequese permanente.
Queridos leitores! O
grande problema é que nós nos colocamos demais diante de nós e das nossas
razões. Com essa postura parece que estamos carregados de razões e que Deus não
nos atende. O convite de Jesus é bem outro, ou seja, colocar-se diante Deus e
permitir que ele nos questione. Sempre que nos colocamos diante do Evangelho
temos necessidade de escutar a Deus. Diante de Deus não podemos ostentar o
nossa saber e entendimento. Precisamos colocar entre aspas o que julgamos saber
e permitir que Jesus nos questione. Se assim procedermos teremos grandes chances
de desabrochar na sabedoria e sermos santificados pelo Santo dos Santos.
Queridos Jesus! Você pode
me questionar sempre a fim de que eu possa desabrochar na sabedoria.
Pe. Arlindo
Toneta – Pároco –
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR
Nenhum comentário:
Postar um comentário