sábado, 2 de novembro de 2013

Refl. Ev. 1203 (Lc 14,1-6)

Quando Deus nos questiona.

Num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. Estes o observavam. Em frente de Jesus estava um homem que sofria de hidropisia. Tomando a palavra, Jesus disse aos doutores da Lei e aos fariseus: “Em dia de sábado, é permitido curar ou não?” Eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e o despediu. Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo daí, mesmo em dia de sábado?” E eles não foram capazes de responder a isso (Lc 14,1-6).

Enquanto nós questionamos a Deus parece que estamos cheios de razão. Esperneamos, gritamos e brigamos com Deus porque ele surge como injusto comigo, com a minha família, com um jovem que perde a vida muito cedo. Nesse cenário, muitos fatos povoam a minha cabeça. Recordo-me do homem que esbravejava contra Deus por causa da seca. Uma mulher que botava a culpa em Deus porque o seu filho se afogou na represa. Enquanto o homem e a mulher têm coragem de questionar a Deus parecem cheios de razão.
No momento, porém, em que o ser humano tem a humildade de permitir que Deus o questione, as coisas parecem mudar de figura. Vejamos o caso de Jó narrado no livro bíblico do mesmo nome. Enquanto os humanos o questionam ele se sente sabedor de tudo. No momento que Deus começa a perguntar a ele sobre diversas coisas muitos simples ele começa a reconhecer a sua ignorância e a ficha cai na sua consciência.
Vejamos os fariseus enquanto eles exigiam o cumprimento das leis ao povo. Eles apareciam como donos da verdade e do saber. A eles o povo devia render-se e obedecer cegamente, apesar das suas contradições no cumprimento da mesma lei. Quando Jesus começa a questioná-los percebem a sua ignorância e pequenez. Percebem as suas contradições e hipocrisias e por isso, preferem calar a reconhecer que precisavam aprender de catequese permanente.
Queridos leitores! O grande problema é que nós nos colocamos demais diante de nós e das nossas razões. Com essa postura parece que estamos carregados de razões e que Deus não nos atende. O convite de Jesus é bem outro, ou seja, colocar-se diante Deus e permitir que ele nos questione. Sempre que nos colocamos diante do Evangelho temos necessidade de escutar a Deus. Diante de Deus não podemos ostentar o nossa saber e entendimento. Precisamos colocar entre aspas o que julgamos saber e permitir que Jesus nos questione. Se assim procedermos teremos grandes chances de desabrochar na sabedoria e sermos santificados pelo Santo dos Santos.
Queridos Jesus! Você pode me questionar sempre a fim de que eu possa desabrochar na sabedoria.





Pe. Arlindo Toneta – Pároco – 
Paróquia N. Sra. da Boa Esperança – Pinhais - PR

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