O
Reino de Deus não é comida e nem bebida, nem ter um holerite alto ou baixo, nem
ser empregado ou empregador, não é saúde ou doença, não é vinho ou cerveja, não
é nem ter conflitos ou não ter. Tudo isso, faz parte da realidade humana,
limitada em busca do crescimento e da perfeição. Aqui na terra não existe a
perfeição e a plenitude, mas podemos e devemos buscá-la dia após dia,
aproximando-nos do Reino de Deus.
O
que é mesmo o Reino de Deus? O Reino de Deus é o amor e a bondade. Amar a Deus
e aos seus filhos é a chave que nos abre para o Reino de Deus. Envidar todos os
esforços para amar os irmãos e as irmãs, uma vez que Deus não precisa do nosso
amor, pois ele é plenitude, é a única porta para entrar no Reino de Deus.
Aquele
que é corrupto e rouba o seu irmão, aquele que prejudica e fala mal do seu
irmão, aquele passa para trás o seu irmão, aquele que abusa e agride o seu
irmão, aquele que não reparte os seus dons com os irmãos, aquele que deseja o
pior e a derrota do outro, aquele que não dá exemplo de bondade para os seus
filhos e familiares não carrega o amor no coração e está bem longe do Reino de
Deus.
Por
outro lado, aquele que procura desenvolver o melhor dos seus talentos para mais
bem fazer ao próximo, aquele que usa de misericórdia para consigo e para com os
demais irmãos que falham, aquele que procura repartir o seu tempo, a sua
inteligência, os seus pertences e a sua vida com o seu próximo, aquele que faz
o propósito de promover a todos, especialmente os mais carentes, para que
possam sentar-se à mesa e partilhar o pão que nutre o homem todo, está muito
próximo do Reino de Deus.
Quando
o amor aos irmãos e as irmãs nos absorve muito Deus não fica com ciúme, como
nós pobres mortais, porque ele se sente amado em cada filho e filha. Como a mãe
de família se alegra sobremaneira quando vê alguém cuidando por amor do seu
filho e da sua filha, Deus considera feito a ele tudo o que fazemos aos seus
filhos. Por conta dessa verdade, São Camilo dizia aos seus seguidores: “Não me
agrada aquela piedade que corta as mãos à caridade junto aos doentes”.
Entendamos, portanto, que Deus quer ser amado de
todo o coração, de todo o entendimento e com todas as forças em cada irmão e
que isso tem mais valor do que todas as penitências e sacrifícios. Além disso,
esse é o coração da religião cristã e nos aproxima do Reino de Deus, aqui e
agora.
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