quinta-feira, 23 de junho de 2016

CONSTRUIR SOBRE A ROCHA

Qualquer engenheiro, que possui bom senso, sabe da importância fundamental de colocar um bom alicerce na base do seu edifício. Não necessariamente para que a construção fique mais bonita, mas para a segurança dos que irão residir naquela construção. Portanto, sempre que pode constrói sobre a rocha firme para que a casa não venha a ruir diante das tempestades da vida, que são normais.
Ao concluir o Sermão da Montanha (Mt 7,13-29) Jesus se vale dessa comparação, isto é, da casa sobre a rocha e sobre a areia, para ensinar aos seus seguidores a serem engenheiros da vida, dotados de sabedoria e assim espantar a preguiça e a irresponsabilidade, que não deixa edificar bem, e além disso, gera medo e insegurança na caminhada da vida.
Afirma que o seu seguidor que coloca em prática os ensinamentos do Sermão da Montanha é como aquele que edifica a casa sobre a rocha, ao contrário, aquele que ouve, mas não põe em prática edifica de forma perigosa sobre a areia movediça, pondo em risco a sua vida e a dos demais.
Deixa claro que não é suficiente construir, fazer milagres e profetizar em nome dele, é necessário colocar em prática os seus ensinamentos, que se resumem em fazer aos outros aquilo que desejamos que os outros nos façam, ou seja, viver a regra de ouro, que é o mandamento do amor, único mandamento deixado por Jesus ( Mt 7,12). 
Portanto, caros leitores, Jesus está convidando a cada um de nós, que pretendemos segui-lo, a edificar a nossa vida em cima dos seus ensinamentos. Em outras palavras, inspirar-nos, em tudo, na pessoa dele e nos seus ensinamentos, para morarmos e caminharmos com segurança, apesar das tempestades da vida quotidiana. 
Segundo a engenharia é loucura construir sobre a areia movediça, mas segundo o cristianismo muitos vivemos em cima de ilusões, de modismos, do consumo, do prazer, etc. etc. Apesar disso, poucos entendem que esse modo de viver é loucura, que põe em risco a vida eterna, além de infernizar a vida quotidiana.

Diante dessa forma superficial da formação cristã, Jesus aponta a sua pessoa e o seu ensinamento como rochas firmes e seguras que nos ajudam a construir a nossa vida com segurança, apesar das dificuldades. Jesus e a sua palavra amorosa, vivenciados no dia a dia, asseguram residência interior em segurança e caminhada com firmeza, para o banquete da vida eterna.







Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

TU NÃO ESTÁS LONGE DO REINO DE DEUS

O Reino de Deus não é comida e nem bebida, nem ter um holerite alto ou baixo, nem ser empregado ou empregador, não é saúde ou doença, não é vinho ou cerveja, não é nem ter conflitos ou não ter. Tudo isso, faz parte da realidade humana, limitada em busca do crescimento e da perfeição. Aqui na terra não existe a perfeição e a plenitude, mas podemos e devemos buscá-la dia após dia, aproximando-nos do Reino de Deus.
O que é mesmo o Reino de Deus? O Reino de Deus é o amor e a bondade. Amar a Deus e aos seus filhos é a chave que nos abre para o Reino de Deus. Envidar todos os esforços para amar os irmãos e as irmãs, uma vez que Deus não precisa do nosso amor, pois ele é plenitude, é a única porta para entrar no Reino de Deus.
Aquele que é corrupto e rouba o seu irmão, aquele que prejudica e fala mal do seu irmão, aquele passa para trás o seu irmão, aquele que abusa e agride o seu irmão, aquele que não reparte os seus dons com os irmãos, aquele que deseja o pior e a derrota do outro, aquele que não dá exemplo de bondade para os seus filhos e familiares não carrega o amor no coração e está bem longe do Reino de Deus.
Por outro lado, aquele que procura desenvolver o melhor dos seus talentos para mais bem fazer ao próximo, aquele que usa de misericórdia para consigo e para com os demais irmãos que falham, aquele que procura repartir o seu tempo, a sua inteligência, os seus pertences e a sua vida com o seu próximo, aquele que faz o propósito de promover a todos, especialmente os mais carentes, para que possam sentar-se à mesa e partilhar o pão que nutre o homem todo, está muito próximo do Reino de Deus.
Quando o amor aos irmãos e as irmãs nos absorve muito Deus não fica com ciúme, como nós pobres mortais, porque ele se sente amado em cada filho e filha. Como a mãe de família se alegra sobremaneira quando vê alguém cuidando por amor do seu filho e da sua filha, Deus considera feito a ele tudo o que fazemos aos seus filhos. Por conta dessa verdade, São Camilo dizia aos seus seguidores: “Não me agrada aquela piedade que corta as mãos à caridade junto aos doentes”. 
Entendamos, portanto, que Deus quer ser amado de todo o coração, de todo o entendimento e com todas as forças em cada irmão e que isso tem mais valor do que todas as penitências e sacrifícios. Além disso, esse é o coração da religião cristã e nos aproxima do Reino de Deus, aqui e agora.
                                           







Pe. Arlindo Toneta  -  MI
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança
Pinhais - PR